Page 122 - ANAIS 6ª MOSTRA PARANAENSE DE PESQUISAS E DE RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
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EIXO: PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA EM SAÚDE  EIXO: PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA EM SAÚDE


                 ATENDIMENTO A CRIANÇAS VÍTIMAS OU TESTEMUNHAS DE VIOLÊNCIAS NO PRONTO
                 ATENDIMENTO INFANTIL – SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DE LONDRINA

                 Autores: TISSIANE TOMAZ DE AQUINO | Andressa Piltz Garrido Cortez, Lilian de Fátima Macedo Nellessen. Instituição: Pronto
                 Atendimento Infantil
                 Palavras-chave: Violência. Criança. Notificação.
                 Introdução: A violência contra crianças é um fenômeno complexo que envolve causas socioeconômicas e histórico-culturais,
                 aliado à pouca visibilidade, à ilegalidade e à impunidade. Diante disso, é importante observar a dinâmica familiar, que trata a
                 violência ou a negligência de forma natural, isso significa que todos os níveis de atenção à saúde precisam estar atentos a essa
                 situação e implantar programas de prevenção e atenção, principalmente para famílias que vivem em contextos de risco social
                 e pessoal. Objetivos: O Ministério da Saúde adota o conceito de violência como sendo “o uso intencional da força física ou do
                 poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha
                 grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”. Já a violência
                 que acomete crianças e adolescentes define como “quaisquer atos ou omissões dos pais, parentes, responsáveis, instituições
                 e, em última instância, da sociedade em geral, que redundam em dado físico, emocional, sexual e moral às vítimas”. As formas
                 mais comuns de violência são negligência e abandono, abusos físicos, abuso sexual, abuso psicológico e exploração financeira.
                 Tendo como propósito por meio da notificação, cria-se o elo entre a área da saúde e outros serviços, delineando-se a formação
                 da  rede  multiprofissional  e  interinstitucional  da  atuação  fundamental  nesses  casos,  permitindo  também  o  dimensionamento
                 epidemiológico da violência. Métodos: No ano de 2019, foi elaborado um POP (Procedimento Operacional Padrão) como forma
                 de padronizar o atendimento as crianças vítimas ou testemunhas de violências. Para isso, foram realizados levantamento de
                 casos através da ficha de atendimento, tendo como material de apoio referências bibliográficas e ficha de notificação SINAN.
                 Resultados: Com a implantação do POP, obteve-se um significativo aumento nas notificações de casos de violência dentro do
                 PAI, podendo-se ampliar os processos de reflexão e aprendizado institucional de modo a reestruturar as práticas assistenciais e
                 construir novos sentidos e valores; Considerações finais: Após a implantação do POP, o atendimento foi padronizado dentro da
                 unidade, com maior número de casos notificados, onde o profissional de saúde prioriza a assistência à criança e a sua família e
                 encaminha para a intervenção intersetorial, aos órgãos de proteção, responsabilização e humanização no atendimento.


                 TENDÊNCIA TEMPORAL DA MORTALIDADE POR SUICÍDIO NO ESTADO DO PARANÁ,
                 2010-2018

                 Autores: DANIEL JOSIVAN DE SOUSA | Caio Cesar Arruda da Silva , Marilene de Sousa Oliveira, Carlos Eduardo Batista de Lima , Malvina
                 Thaís Pacheco Rodrigues, Márcio Dênis Medeiros Mascarenhas. Instituição: Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comunidade,
                 Universidade Federal do Piauí (PPGSC - UFPI) e Secretaria de Saúde do Paraná (SESA - PR)
                 Palavras-chave: Suicídio. Mortalidade. Estudos de séries temporais.
                 Introdução:  o  suicídio  é  um  fenômeno  complexo  e  multifacetado,  que  pode  afetar  indivíduos  de  diferentes  origens,  classes
                 sociais, idades e representa um desafio para os sistemas de saúde em todo o mundo. Objetivo: analisar a tendência temporal
                 da mortalidade por suicídio no estado do Paraná, no período de 2010 a 2018. Métodos: estudo ecológico de série temporal
                 realizado com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, disponíveis
                 no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Selecionaram-se os óbitos por -“lesões autoprovocadas
                 voluntariamente”- (códigos CID-10 X60- X84) na população residente de 10 a 59 anos de idade no estado do Paraná. Foram
                 calculada as taxas de mortalidade e a distribuição proporcional dos óbitos segundo características sociodemográficas e os meios
                 utilizados de acordo com os agrupamentos: arma de fogo (X72-X74), enforcamento (X70), precipitação (X80), envenenamento
                 (X60- X69) e outros (X71, X76, X82, X84). Na análise de tendência temporal foi aplicado o modelo de regressão linear de Prais-
                 Winsten, calculando a variação percentual anual (anual percent change [APC], em inglês) e seus intervalos de confiança de 95%
                 (IC95%). Resultados: do total de 5204 óbitos, houve predomínio do sexo masculino (79,1%), solteiros (54,7%), na faixa etária de 20 a
                 39 anos (48,0%) e na raça branca (80,5%). O modo de suicídio por enforcamento (68,5%) foi mais prevalente e o local de ocorrência
                 com maior frequência foi o domicílio (60,5%). Verificou-se tendência temporal ascendente na taxa de mortalidade por lesões
                 autoprovocadas, com aumento médio de 5,5% ao ano (IC95%%: 2,8; 8,3; p=0,002). Houve aumento significativo em ambos os sexo
                 ao longo do tempo, sendo que o sexo masculino (APC: 5,4; IC95%: 1,2; 9,8; p=0,019) teve maior crescimento em relação ao sexo
                 feminino (APC: 3,7; IC95%: 0,9; 6,5; p= 0,016). Conclusão: nesta série temporal de 2010 a 2018, em indivíduos entre 10 e 59 anos de
                 idade, a mortalidade por suicídio no Paraná apresentou tendência de crescimento constituindo importante problema de saúde
                 pública. Houve predomínio do sexo masculino e o modo de suicídio mais frequentes foi por enforcamento, sendo o domicílio o
                 local de maior ocorrência. Articulações intersetoriais que contemple estratégias de prevenção ao suicídio, criação e/ou adesão
                 de uma rede de cuidados e melhoria na formação dos profissionais de saúde são fundamentais no enfrentamento deste agravo.


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