Page 127 - ANAIS 6ª MOSTRA PARANAENSE DE PESQUISAS E DE RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
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EIXO: PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E VIGILÂNCIA EM SAÚDE
PROGRAMA ESTADUAL DE CONTROLE DE RESÍDUOS DE MEDICAMENTOS VETERINÁRIOS
EM ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL- PAMVET-PR: PESQUISA EM CORTES E CARCAÇAS
DE FRANGO COMERCIALIZADOS NO VAREJO DO PARANÁ
Autores: ALINE FELIX | Emanuelle Gemin, André Schenkel Dedecek, Margareth Leonor Penkal, Marcos Valério de Freitas Andersen ,
Salésia Maria Prodocimo Moscardi. Instituição: Secretaria de Estado da Saúde do Paraná- SESA PR
Palavras-chave: Resíduos. Medicamentos veterinários. Vigilância de alimentos.
A contaminação dos alimentos de origem animal por resíduos de medicamentos veterinários e a resistência bacteriana aos
antibióticos tem sido internacionalmente discutidas, por representarem problema de saúde pública. Assim, a OMS publicou o Plano
de Ação Global sobre a Resistência Antimicrobiana (WHO, 2015), que aponta o uso indiscriminado de antimicrobianos como uma
ameaça à saúde humana e animal. No conceito de “Saúde Única”, são apontadas situações que corroboram para o agravamento
desse problema, dentre elas o uso de antibióticos como promotores de crescimento em animais de produção. No Brasil, o MAPA
permite o uso de antibióticos como melhoradores de desempenho zootécnico, já na Europa são proibidos. O Paraná é um dos
grandes produtores de alimentos de origem animal do país, assim, é possível supor que o problema de contaminação por resíduos
nesses alimentos seja relevante no estado. Assim, a retomada do Programa Estadual de Controle de Resíduos de Medicamentos
Veterinários em Alimentos de Origem Animal- PAMvet-PR, buscou conhecer a magnitude deste possível problema. Com o objetivo
de conhecer o cenário e gerar informações e conhecimentos necessários para a formulação de políticas públicas de saúde que
visem a melhoria das condições de produção de alimentos de origem animal, com a minimização e/ou eliminação de riscos à
saúde da população, foram analisadas 114 amostras de carcaças e cortes de frango no período entre Outubro de 2018 e Setembro
de 2019. Cada amostra foi submetida à pesquisa de 31 metabólitos ativos. Em 21,9% das amostras (n=25) houve a detecção, de um
ou mais resíduos de medicamentos veterinários, sendo: 9 com detecção de Eritromicina, 4 com Flubendazol, 3 com Espiramicina,
2 com Sulfadiazina, 2 com Espiramicina e Flubendazol, 1 com Sulfadiazina e Trimetoprima, 1 com Azitromicina, 1 com Azitromicina
e Eritromicina, 1 com Tilosina e 1 com Nicarbazina. Em razão da inexistência de regulação para quantificação dos limites máximos
de resíduos, os laboratórios utilizam métodos que focam na identificação da presença, não na quantificação dos resíduos. Assim
os resultados encontrados, mesmo que em concentração abaixo do limite de quantificação do método, comprovam e ressaltam
a necessidade de regulação para estabelecimento de limites máximos de resíduos de medicamentos veterinários, avaliação
toxicológica e para que os órgãos de vigilância consigam monitorar os alimentos de origem animal e tomar ações frente aos
resultados insatisfatórios.
ANÁLISE DO CRESCIMENTO NO NÚMERO DE CASOS DE ACIDENTES POR ESCORPIÃO NO
PARANÁ EM 10 ANOS E SUA GRAVIDADE SOBRE A POPULAÇÃO MAIS VULNERÁVEL
Autores: GUILHERME GALERANI MOSSINI | André Inácio da Silva , Renata Sano Lini , Samuel Botião Nerilo. Instituição: Universidade
Estadual de Maringá
Palavras-chave: Animal peçonhento. Gravidade. Grupo de risco.
Introdução: Acidentes por escorpião são uma emergência clínica e um problema importante de saúde pública no Brasil,
apresentando aumento de mais de cem mil casos nos últimos 10 anos. Vale ressaltar que apesar da baixa taxa de mortalidade,
a toxina inoculada pelo animal pode levar a complicações cardíacas graves em crianças e idosos. Dentre as espécies que mais
provocam acidentes graves, destaca-se Tityus serrulatus (escorpião amarelo), prevalente hoje no Paraná, sobretudo nas regiões
norte, oeste e noroeste do estado. Objetivo: Analisar o aumento no número de casos de acidentes por escorpiões no Paraná e
discutir a importância do cuidado e da prevenção desse tipo de acidente para a população de maior risco. Método: Estudo de
caráter observacional, quantitativo e retrospectivo, com análise estatística descritiva simples de dados coletados no Departamento
de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no período de 2010 a 2019, por meio da utilização do software Microsoft
Excel®. Resultados: Evidenciou-se um aumento de mais de 2500 casos de picada por escorpião no Paraná nos últimos 10 anos,
tendo acometido mais a população entre 20 e 39 anos (34,0% do total de casos). Quanto a gravidade, observou-se que 92,92% dos
casos se apresentaram como leves, 5,04% como moderados e 0,35% graves. Apesar da maioria dos casos ter uma evolução benigna,
a maior preocupação sobre esse tipo de acidente se relaciona aos extremos de faixa etária onde há maior letalidade, os quais
representaram 22,0% dos acidentes mas 66,7% dos óbitos, com destaque para crianças de até 4 anos (50% dos óbitos). Dos casos
graves, 11,0% dos atendimentos foram realizados após 3 horas da picada. Em crianças e idosos a evolução pode ser em minutos
ou até de 2 a 3 horas, sendo de suma importância o tempo decorrido entre o acidente e o atendimento médico, uma vez que a
toxina pode causar manifestações sistêmicas, com pior prognóstico, levando a um quadro de insuficiência cardíaca, edema agudo
de pulmão e óbito. Ademais, outras manifestações podem estar presentes como, dor local, edema, parestesia, manifestações
gastrointestinais e até confusão mental. Conclusão: Em razão do aumento no número de casos e da maior gravidade em extremos
de faixa etária, se faz necessário medidas preventivas e ações públicas em saúde que visem conscientizar e contribuir para boas
medidas de higiene e de prevenção, dentre elas, a eliminação de possíveis abrigos do animal como locais de acúmulo de lixo.
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