Page 8 - ANAIS 6ª MOSTRA PARANAENSE DE PESQUISAS E DE RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
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EIXO: POLÍTICAS PÚBLICAS, GESTÃO E AVALIAÇÃO NA SAÚDE  EIXO: POLÍTICAS PÚBLICAS, GESTÃO E AVALIAÇÃO NA SAÚDE


                PROPOSTA DE UMA REDE DE ATENÇÃO EM CUIDADOS PALIATIVOS EM LONDRINA:
                RELATO DE EXPERIÊNCIA

                Autores: FERNANDO CESAR IWAMOTO MARCUCCI | Silvana Salla Krusch, Luís Fernando Rodrigues, Marcos Silveira Lapa, Rosilene
                Aparecida Machado. Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, Hospital Dr. Anísio Figueiredo, Hospital de Amor, Hospital do
                Câncer de Londrina.
                Palavras-chave: Cuidados paliativos. Políticas de saúde. Rede de Atenção à Saúde.
                Os cuidados paliativos (CP) visam melhorar a qualidade de vida e dos cuidados de pacientes com doenças que ameaçam a vida
                e condições crônicas e deve ser parte das ações integrais das Redes de Atenção à Saúde (RAS). Recentemente, a Resolução da
                Comissão Intergestores Tripartite (CIT) Nº 41/2018, definiu a necessidade da organização dos CP no âmbito do SUS, e no Paraná a Lei
                Estadual Nº 20.091/2019 institui estas ações no estado. No entanto, sua implementação ainda se encontra em fase inicial e carece
                de diretrizes para sua aplicação no sistema de saúde brasileiro. Objetivo: Descrever iniciativas e propostas para a organização de
                uma rede de atenção em CP em Londrina-PR. Descrição: Desde 2016, uma rede informal de profissionais de diferentes serviços
                de saúde iniciou a discussão para a inserção e fortalecimento dos CP no município. Alguns serviços realizaram ações internas
                para a aplicação desta abordagem e foi apresentado ao gestor municipal uma proposta de ações a serem desenvolvidas. Assim,
                foram  realizadas  as  seguintes  ações:  formação  de  comissões  temáticas  em  hospitais,  alguns  com  disponibilização  de  leitos
                exclusivos para CP; articulação local para realização de eventos científicos relacionados ao tema; realização de sensibilização e
                capacitação com profissionais da gestão e da assistência em saúde, com ênfase para as equipes de atenção primária (AP), com
                participação de 70 profissionais. Está programada a realização de uma capacitação de longo prazo para equipes da AP por meio
                de matriciamento com serviço de referência em CP, com metodologia do projeto ECHO (Extension for Community Healthcare
                Outcoomes); coordenação e monitoramento das ações através de educação permanente, reuniões de equipe e visitas in loco por
                profissionais de referência, organização de um grupo multissetorial para a integração dos cuidados e organização do fluxo dos
                pacientes indicados pelos serviços de saúde. Assim, busca-se com estas ações: ampliar o acesso às ações e abordagem paliativa,
                pela qualificação dos profissionais para identificarem, acompanharem e executarem um plano de cuidado singular aos pacientes
                elegíveis para CP; melhorar a qualidade de vida deste e apoio para a família, incluindo o suporte de fim de vida; evitar o uso de
                medidas terapêuticas excessivas ou desconfortáveis sem benefício proporcional; e melhorar o fluxo de pacientes e o controle das
                condições crônicas entre os serviços, assegurando a integralidade e a continuidade do cuidado.


                O PAPEL DO CENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS NA REDE DE SAÚDE BUCAL

                Autores: ALESSANDRA DE OLIVEIRA LIPPERT | Fernanda de Freitas Mendonça, Brígida Gimenez de Carvalho, Pablo Caldarelli. Instituição:
                Universidade Estadual de Londrina

                Palavras-chave: Assistência odontológica. Política de saúde. Centro de Especialidades Odontológicas.
                Anterior a Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), conhecida também como Brasil Sorridente, lançada em 2004, a assistência
                odontológica em serviços públicos restringia-se aos serviços básicos prestados a determinadas faixas etárias da população, e com
                grande demanda reprimida (BRASIL, 2004a). Dados do SIA/SUS de 2002, indicavam que os serviços especializados correspondiam
                a não mais do que 3,5% do total de procedimentos clínicos odontológicos (FIGUEIREDO; GOES, 2009). Para fazer frente ao desafio
                de melhoria da atenção à saúde bucal especializada, foram implantados os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO). A
                PNSB apresenta um modelo de atenção que preconiza que os pacientes atendidos nas unidades básicas de saúde (UBS) sejam
                encaminhados aos CEO, afim de assegurar a integralidade do atendimento, e busca desta forma superar a fragmentação das
                ações e a descontinuidade da atenção (SILVA et al., 2016; BRASIL, 2018). No Paraná, a Rede de Atenção à Saúde Bucal (RASB) foi
                implantada em 2014, como política pública para o estado, e considerada a sexta rede prioritária (PARANÁ, 2016; DITTERICH et al.,
                2019). O objetivo deste trabalho foi analisar o papel do CEO para a organização da RASB na 20ª Regional de Saúde (RS) do Paraná.
                Trata-se de estudo de natureza qualitativa, que analisou o CEO regional Tipo III, o qual é referência para 18 municípios. Os dados
                foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas no período de março e abril de 2019. Foram entrevistados
                14 profissionais cirurgiões-dentistas, nove das UBS e cinco do CEO. Para análise dos dados, utilizou-se a de análise de discurso
                segundo técnica ideográfica (individual) e nomotética (geral) proposta por Martins e Bicudo (2005). Identificou-se uma posição ativa
                deste CEO regional, de maneira que se mostra importante para fortalecer a rede, bem como para a integralidade do cuidado, e
                como instrumento no processo de regionalização. Porém, ainda se mostra predominante entre os profissionais, o seu papel como
                apenas uma unidade que faz um atendimento que a UBS não faz, o atendimento especializado. Deve existir uma maior articulação
                entre os níveis de atenção, para aprimoramento dos fluxos, desenvolvimento e pactuação de ações compartilhadas, para que haja
                também qualificação do “papel” do CEO. Por fim, ressalta-se a importância de ampliar o acesso equânime à atenção especializada,
                para que possa garantir com qualidade, a continuidade do cuidado iniciado na UBS.



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