Page 195 - ANAIS 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde
P. 195
195
literatura sobre os impactos da pandemia na saúde mental das mulheres trabalhadoras. Este
estudo foi desenvolvido durante as atividades de pesquisa do Projeto de Extensão Mulher
Saudável da Faculdades Pequeno Príncipe. Resultados/Discussão: A sobrecarga
emocional vivenciada pela população feminina está vinculada tanto aos fatores hormonais,
quanto às desigualdades sociais já existentes, que fortalecem a vulnerabilidade psíquica e os
conflitos resultantes do contexto em que a mulher se insere. Um dos efeitos diretos da
pandemia é a sobrecarga do trabalho doméstico, pois precisam conciliar a rotina laboral,
muitas vezes em regime remoto, com o cuidado dos filhos e de outros membros da família,
que em virtude da pandemia podem também estar em casa. Soma-se a isso, o fato de que,
no Brasil, o trabalho doméstico é executado, na maioria das vezes, exclusivamente pela
mulher, resultando em um trabalho extenuante e ininterrupto. Em paralelo, estão as mulheres
que precisam lidar com a solidão, pois se isolam a fim de proteger familiares do contágio,
ficando, assim, sem uma rede de apoio psicológico e emocional. Outra condição a ser
considerada, é o aumento de violência doméstica e sexual atualmente, deteriorando mais a
saúde mental da mulher. Conclusões: Ao vivenciar esse cenário estressante, portanto, a
própria mulher pode internalizar que a ela cabe a obrigação desses afazeres, podendo,
muitas vezes, se culpar por não dar conta de tudo e, com isso, dedicar pouco ou nenhum
tempo para cuidar de si mesma e de sua saúde mental.
NÚMERO DE CASOS NOTIFICADOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL NA ÚLTIMA
DÉCADA
Autores: MIRIAN SIMIONATO KIRIENCO | CAROLINA PIRES VEIGA, REBECA
SIMIONATO KIRIENCO, NEIDE MARTINS MOREIRA. Instituição: Universidade Estadual do
Oeste do Paraná – UNIOESTE
Palavras-chave: Sífilis Congênita; Gestante; Pré-Natal.
Introdução: A sífilis congênita (SC) é o resultado da disseminação sanguínea do Treponema
pallidum, transmitida de gestantes infectadas não tratadas via placentária. A transmissão
vertical ocorre em qualquer período da gravidez e o aumento significativo da probabilidade
do feto contrair sífilis é o tempo de exposição uterina, o período sifilítico clínico da mãe ou a
contaminação durante o parto se houver lesões na região genital ou lesões mamárias
causadas pela sífilis. A SC também pode evoluir para o aborto espontâneo, natimorto ou
morte perinatal, situação comum quando não há tratamento gestacional. Diante dessa
conjuntura, o profissional enfermeiro desempenha um papel importante no sentido de evitar
a transmissão vertical da SC com um olhar direcionado à importância de realização do teste
de sífilis para mulheres grávidas, assim como para o neonato. Objetivos: Assim, este
trabalho objetivou investigar os casos notificados de SC no Brasil, no período de 2008 a 2018.
Método: Trata-se de um estudo transversal, descritivo e retrospectivo, com abordagem
quantitativa, desenvolvido a partir de dados secundários referentes ao número de casos de
SC no Brasil, entre o ano de 2008 a 2018. Os dados foram obtidos por meio do Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Resultados e Discussão: No Brasil foram
notificados no período estudado um total de 162.201 casos de SC, com média de 16.220
casos por ano. De 2008 a 2018 houve uma média anual de 16,72% nos casos, sendo 2008
com 5.745 casos e nos anos seguintes 6.042, 6.949, 9.493, 11.635, 13.973, 16.311, 19.647,
21.254, 24.933, 26.219 casos notificados Conclusão: Conclui-se, uma elevada progressão
no número de notificações de SC no Brasil no período investigado, sendo o mais elevado
(36,60% dos casos) em 2010. O número elevado de casos pressupõe uma deficiência na
eficácia do pré-natal frente ao tratamento da sífilis gestacional, decorrente da falta de
rastreamento e busca ativa da gestante, abandono do tratamento e a falta de adesão ao
tratamento pelo parceiro, aumentando assim as chances de transmissão placentária. Para
tanto, faz-se importante um olhar mais direcionado do profissional enfermeiro nas diferentes
frentes e, a conscientização da gestante e seu companheiro, no que diz respeito à procura
pelo diagnóstico e tratamento da SC.