Page 197 - ANAIS 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde
P. 197

197


                     “Infodemia” - compartilhamento excessivo de informações não homogeneamente acuradas,
                     em resposta a uma situação como a pandemia, amplificado pelos meios de divulgação (p.ex.,
                     redes sociais) e medo coletivo. Entre as consequências: dificuldade em triar fontes idôneas,
                     amplificação/manipulação de desinformação e informações, consumo em massa de notícias
                     falsas,  pela  população,  autoridades  públicas  e  profissionais  de  saúde  (prejudicando  o
                     enfrentamento).  Identificou-se  ampla  divulgação  de  matérias  relacionadas  ao  tratamento,
                     sem  requisitos  científicos  mínimos.  Consequências:  estímulo coletivo  ao  uso  irracional  de
                     medicamentos  (UIM),  via  prescrições  médicas  fora  de  evidências  ou  automedicação  não
                     orientada por farmacêuticos/outros profissionais. Conclui-se que automedicação pode ser um
                     elemento do autocuidado, mas, quando inadequada - polimedicação, uso indiscriminado de
                     medicamentos  off-label,  são  consequências  o  UIM,  efeitos  indesejáveis,  enfermidades
                     iatrogênicas, mascaramento de doenças, custos a mais para pacientes/sistema de saúde,
                     menor  resolutividade.  O  papel  do  farmacêutico  e  outros  profissionais  envolvidos  com  a
                     assistência na pandemia promovendo informações adequadas para URM é estratégico.


                     A RELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS SÉRICOS DE FERRITINA E O COVID-19

                     Autores: ELAINE ROSSI RIBEIRO | GUILHERME SILVA PEDRO, ANDRÉ LUIZ FONSECA
                     DIAS PAES, LEONARDO CORDEIRO MOURA. Instituição: Faculdades Pequeno Príncipe

                     Palavras-chave: COVID-19, Ferritina, Bioquímica, Prognóstico
                     Introdução:  Desde  do  início  da  pandemia  de  COVID-19,  muitos  estudos  são  feitos  com
                     biomarcadores  para  tentar  predizer  o  prognóstico  da  doença.  A  maioria  dos  pacientes
                     desenvolvem apenas sintomas leves a moderados, porém, uma pequena parcela evolui para
                     uma situação crítica. Nesse contexto, tem-se como grande desafio estabelecer marcadores
                     de mau prognósticos que possam estratificar o risco, otimizar o atendimento e melhorar a
                     alocação  de  recursos.  Objetivo:  discutir  a  influência  dos  níveis  séricos  de  ferritina  nos
                     pacientes com COVID-19. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com
                     busca sistematizada no PUBMED, Cochrane e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Utilizou-
                     se  nas três  bases  de  dados  descritores  validados  pelo  Descritores  em  Ciência  da  Saúde
                     (DeCS): [(ferritins) AND (coronavirus infections) AND (prognosis)]. Além disso, fez-se uma
                     nova pesquisa com sinônimos de “coronavirus infections”, a fim de abranger resultados mais
                     focados  em  COVID-19:  [(ferritins)  AND  (COVID-19)  OR  (Sars-CoV-2)  AND  (prognosis)].
                     Dessa forma, no total das três bases de dados, obtiveram-se 172 artigos dos quais, 17 artigos
                     responderam  à  pergunta  de  pesquisa  e  foram  lidos  e  analisados  detalhadamente.
                     Resultados: Recentemente, estudos relacionaram marcadores bioquímicos com a previsão
                     da  gravidade  da  doença  desencadeada  pelo  coronavírus,  destacando-se  alguns  como
                     Proteína  C  Reativa  (PCR),  IL-6,  fibrinogênio,  lactato  desidrogenase  (LDH),  procalcitonina
                     (PCT)  e  D-dímero  e  ferritina.  A  ferritina  é  um  biomarcador  produzido  em  condições
                     inflamatórias  agudas  do  corpo,  como  em  infecções,  doenças  malignas,  hematológicas  e
                     reumatológicas.  O  principal  achado  imunopatológico  da  COVID-19  é  a  tempestade  de
                     citocinas (cytokine storm), devido a ativação do sistema monócito-macrófago pela ferritina
                     com objetivo de não fornecer mais ferro para células hospedeiras do vírus. Deste modo, a
                     hiperferritinemia, independentemente da patologia subjacente, é forte preditor de mortalidade,
                     podendo  contribuir  para  hipóxia  e  lesão  de  múltiplos  órgãos.  Conclusão:  Os  valores  da
                     ferritina se elevam proporcionalmente com a gravidade da doença e pode ser utilizada na
                     admissão  e  acompanhamento  dos  pacientes  com  COVID-19  tanto  para  reconhecer  a
                     gravidade da doença, quanto para fornecer indicativos prognósticos do paciente.
   192   193   194   195   196   197   198   199   200   201   202