Page 260 - ANAIS 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde
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três vezes ao dia, com intensidade leve, respeitando os limites da paciente. Após 15 dias de
acompanhando, a fisioterapeuta solicitou atendimento compartilhado de nutricionista para
orientações voltadas ao ganho de massa muscular e de profissional de educação física para
conhecer o caso e programar continuidade do cuidado, após alta da fisioterapia. Após 23 dias
do programa de reabilitação, a paciente iniciou manutenção da posição em pé e marcha com
apoio, o que trouxe grande esperança para a família de uma futura recuperação total.
Reflexão sobre a experiência: este caso nos mostra a importância do atendimento
continuado logo após alta hospitalar, tanto para a terapia de reabilitação como para
orientações à família, que muitas vezes se encontra confusa quanto as consequências da
doença e sobre os cuidados no domicílio. Recomendações: o atendimento de fisioterapia
domiciliar é fundamental e pode contribuir para a redução ou mesmo cessação das sequelas
deixadas pela COVID-19 e pelo tempo de imobilidade durante a internação. A oferta deste
atendimento, enquanto o paciente aguarda pelo atendimento ambulatorial, pode mudar a
história da recuperação e fazê-lo retornar o mais breve possível ao convívio familiar, social
de trabalho.
RELATOS DE EXPERIÊNCIA DO ATENDIMENTO FISIOTERAPEUTICO EM PACIENTES
PÓS COVID EM USO DE OXIGENIOTERAPIA DOMICILIAR
Autores: LETÍCIA DE PIETRO FURINI GARDEZ | CARLA ZIZCYCKI DA SILVA, LARISSA
PINA DOS SANTOS, BRUNO DOS SANTOS SILVA. Instituição: Fundação Estatal de
Atenção à Saúde de Curitiba
Palavras-chave: Fisioterapia; Pós-COVID; Oxigenioterapia
O Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) de Curitiba, responsável pela desospitalização de
pacientes com diversas etiologias, incluindo pós COVID, diante do cenário crescente da
demanda de oxigenioterapia domiciliar (OD) gerada pela pandemia, estruturou uma equipe
multidisciplinar de atenção domiciliar (EMAD) para o atendimento de pacientes após
internamento por COVID 19 da rede de atenção a saúde, com indicação para o fluxo de
internamento domiciliar para oxigenioterapia, que não apresentem doenças pulmonares ou
cardíacas prévias. Embora haja maior acometimento do sistema respiratório, os sinais e
sintomas são multissistêmicos que acrescidos ao contexto ambiental e pessoal interferem na
capacidade funcional e biopsicossocial. Dentre as atribuições fisioterapeuticas estiveram:
Avaliação fisioterapêutica que abrange a anamnese respiratória, análise de oximetria de
pulso, teste funcional de esforço e escala de Borg. O manejo desses pacientes em domicílio
demandam intervenções fisioterapêuticas, que visam a prevenção e o tratamento das
alterações funcionais nos sistemas respiratório e musculoesquelético pós COVID, com os
objetivos de desmame integral da OD, melhora da qualidade de vida, capacidade
cardiopulmonar e do padrão respiratório, dispneia, dessaturação, tolerância ao exercício, bem
como redução dos sintomas de fraqueza e fadiga, através de condutas tais como: Prescrição
do fluxo de O2 e instrumentalização sobre manuseio do equipamento, atividades funcionais
em intensidade leve a moderada, exercícios respiratórios, de fortalecimento muscular e treino
de equilíbrio. Desta forma, após a alta hospitalar é demonstrado a eficácia dos programas de
reabilitação pulmonar domiciliar. Corroborando com a literatura, dados obtidos pela EMAD
supracitada apontam índices de 100% de desmame da oxigenioterapia domiciliar, num
período de 2 meses foram atendidos 111 pacientes. O fisioterapeuta é um dos profissionais
fundamentais para a recuperação contribuindo para a redução da mortalidade e sequelas
causadas pelas manifestações fisiopatológicas da doença e pela internação prolongada.
Mesmo com alto fluxo de pacientes, tempo limitado para o atendimento e utilização de
métodos avaliativos e de tratamento de baixo custo e curta duração, obteve-se êxito no
desmame de O2 e objetivos desejados.