Page 263 - ANAIS 7ª Mostra Paranaense de Pesquisas e de Relatos de Experiências em Saúde
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O internamento de pacientes Covid-19 com perfil crítico, na maioria das vezes é caracterizado
como períodos prolongados e pode ser carregado de dúvidas, dor e sofrimento. Em tempos
pré pandêmicos em unidades clínicas, os boletins médicos e as visitas eram liberados
conforme necessidade das famílias e/ou disponibilidade. Todavia, em época de pandemia
Covid-19 e devido à alta transmissibilidade do vírus, visitas foram restritas e em casos de
exceção são seguidas de diversas orientações de precaução. Devido à gravidade dos casos
e alta taxa de mortalidade em ambiente intensivo, percebeu-se a importância de viabilizar
visitas de familiares para pacientes com risco iminente de morte. Possibilitando com isso a
despedida entre familiares e a atenção ao processo do luto. O objetivo deste relato é
descrever o processo de visitas familiares em um hospital de atendimento exclusivo à Covid-
19 em Curitiba – PR. Foi necessário a criação de um fluxo específico de visita, com critérios
pré-estabelecidos. Estas visitas vêm carregadas de emoção, expectativas e incertezas, cabe
a equipe assistencial propor o cuidado, atenção e um momento de acolhimento. Os horários
são combinados previamente entre as famílias e a equipe que irá receber os visitantes,
intermediados pela equipe do Serviço Social. As visitas acontecem com o acompanhamento
da psicóloga ou assistente social, sendo permitido até duas pessoas por família, com um
tempo médio de duração de 15 minutos. São elegíveis para receber visita: Pacientes com
risco iminente de óbito, pacientes em cuidados paliativos e de prognóstico reservado, e
também em algumas situações pré intubação, se o paciente deseja conversar com a família
antes do procedimento e está apto para isso. É obrigatória a paramentação completa dos
participantes, fornecida pela instituição, bem como a assinatura de um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido que aponta os possíveis riscos da visita. Por fim, sabe-se
que a implementação de cuidados humanizados em unidades hospitalares, está cada vez
mais presente e é imprescindível mesmo em momento de pandemia. Portanto, sempre que
possível, as visitas devem ser incluídas como parte do processo de cuidado ao paciente e do
acolhimento às famílias.
PRÁTICA DE ATIVIDADES TERAPÊUTICAS E O TRABALHO HUMANIZADO COM
PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL DE CAMPANHA DE COVID-19, CURITIBA
– PR – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Autores: SANDRA CRISTINA STANKEL DE SOUZA | GABRIELA PINHEIRO BRANDT,
ISABEL DE LIMA ZANATA, CARLOS EDUARDO DE BRITTO VALIM. Instituição: Fundação
Estatal de Atenção em Saúde
Palavras-chave: Acervo de Biblioteca; Covid-19; Humanização.
O internamento em ambiente hospitalar durante a pandemia de COVID 19 para alguns
indivíduos hospitalizados, pode ocasionar o aumento do nível de ansiedade e até mesmo
crises de pânico. A incerteza e o medo frente a evolução do quadro clínico, pode se tornar
prejudicial ao plano de tratamento. A relevância desta intervenção consiste no apoio
emocional, estimulação cognitiva e humanização nos cuidados aos pacientes internados com
Covid-19, visando minimizar os impactos negativos causados à saúde física e mental no
período de hospitalização. Este relato tem por objetivo descrever a experiência de
implementação de atividades terapêuticas humanizadas que envolveram a criação de uma
biblioteca móvel e livros de pinturas para pacientes internados em um Hospital de Campanha
de Covid-19 na cidade de Curitiba-PR. Devido à complexidade dos casos, através da escuta
e observação beira leito, o psicólogo observou que os pacientes relatavam ociosidade,
desânimo e ansiedade decorrentes do internamento e ausência de acompanhantes e
equipamentos audiovisuais. Frente a isso, teve-se a iniciativa da criação de uma biblioteca
itinerante para os pacientes, tornando o ambiente hospitalar mais acolhedor e minimizando o
sofrimento psíquico. A biblioteca itinerante foi adaptada a um carrinho e é levada pelos
corredores com livros de variados temas e gêneros e também conta com atividades de
pintura, lápis de cor e revistas. Os pacientes podem escolher o que mais lhe agrada, de modo
que a leitura e pintura se tornem apoio para ocupar o tempo. Cabe salientar que além de
ajudar o indivíduo a passar o tempo, a leitura permite que o leitor viaje, vivencie novas
experiências, sensações, emoções e ainda contribui para que algumas funções como atenção
e memória estejam em constante atividade. Tal prática foi possível mediante o envolvimento