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EIXO 1 Políticas Públicas, Gestão e Avaliação na Saúde
TRABALHOS DE PESQUISA EM SAÚDE
ANÁLISE DO INDICADOR DE QUALIDADE EM TERAPIA NUTRICIONAL: ESTIMATIVA E METAS
DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS
Autores: MIRIAN COZER | Rosani Elira Fritz. Instituição: Hospital Regional do Sudoeste do Paraná - WAP
PALAVRAS-CHAVE: indicadores de qualidade; nutrição enteral; cuidados críticos;
Introdução: Indicadores de qualidade em terapia nutricional (IQTN) são ferramentas mensuráveis, com habilidade
reconhecida para avaliar e acompanhar a efetividade e aderência aos protocolos e procedimentos assistências em nutrição.
Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar, por meio de indicadores de qualidade, o suporte nutricional enteral
oferecido aos pacientes hospitalizados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital público localizado no
sudoeste do Paraná. Método: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, com análise quantitativa dos dados. O
período analise foram os meses fevereiro e março de 2021. Os IQTN escolhidos: frequência de medida ou estimativa de
gasto energético e necessidade proteica; frequência de alcance da meta calórica e proteica, calculados através das fórmulas
e metas preconizadas pelo International Life Sciences Institute (ILSI) do Brasil. O presente trabalho foi submetido e aprovado
pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Paranaense, com aprovação sob o no do parecer 3.291.362, CAAE no.
12083519.6.0000.0109. Resultados: Perfazem este estudo 41 pacientes, com idade média de 59,3 (±21,52) anos, predomínio
do sexo masculino (65,9%). O IQTN frequência de medida ou estimativa de gasto energético e necessidade proteica atendeu
100% dos pacientes analisados. Enquanto que, para o IQTN frequência de alcance da meta calórica e proteica, apenas 64,57%
para aporte calórico e 78,67% para o aporte proteico. Foi estimado 33,01 (±5,12) kcal/kg/dia e 1,29 (±0,17)g de PTN/kg/dia,
em média, sendo prescrito 20,73 (±7,05) kcal/kg/dia e 1,34 (±2,08) g de PTN/kg/dia e administrado 18,6 (±7,25) kcal/kg/dia e
0,86 (±0,38) g PTN/kg/dia, o que perfaz um déficit calórico/proteico de 14,4 kcal e 0,43g PTN/kg/dia. Discussões: Conforme
metas propostas pelo ISLI Brasil, houve o atendimento das metas para o IQTN frequência de medida ou estimativa de
gasto energético e o não atendimento do IQTN frequência de alcance da meta calórica e proteica, ambos devendo ser ?80%
conforme parâmetros do ISLI Brasil. Conclusão: Verifica-se por meio desse estudo, importantes inadequações calóricas e
proteicas prescritas e recebidas em relação as necessidades estimadas. Tais dados corroboram com os estudos presentes
na literatura em que o aporte administrado nestes pacientes não ultrapassa a 20kcal/kg/dia e 0,8g PTN/kg/dia, sugerindo,
importantes déficits energéticos o que pode comprometer o desfecho clínico desse público.
VALORES E PREFERÊNCIAS NO CONSUMO DE CARNE FRENTE AO RISCO DE CÂNCER
Autores: LISETH ROSAURA CHÁVEZ TACAS | Fernando Kenji Nampo, Suzana de Souza. Instituição: Universidade
Federal da Integração Latino-Americana
PALAVRAS-CHAVE: Carne Vermelha; Doenças Crônicas Não Transmissíveis; Recomendações nutricionais.
Os valores e preferências das pessoas relacionadas ao consumo de alimentos determinam fortemente as escolhas
alimentares diárias. Existem estudos recentes mostrando uma associação entre consumo de carne vermelha (CV) e/ou carne
vermelha processada (CVP) e doenças crônicas não transmissíveis. O presente estudo avaliou os valores e preferências dos
adultos brasileiros em relação ao consumo de carne vermelha e carne vermelha processada e sua disposição de mudar
seu consumo diante possíveis consequências indesejáveis à saúde. Métodos. Neste estudo transversal de métodos mistos
realizou-se uma avaliação quantitativa por meio de uma pesquisa on-line seguida de uma investigação qualitativa por meio
de entrevistas semiestruturadas e uma avaliação de acompanhamento após três meses. Além da estatística descritiva,
conduzimos regressão logística e análises temáticas quando aplicável. Resultados. Mais de 60% dos 358 respondentes
iniciais não estavam dispostos a interromper o consumo de CV ou CVP. Dentre aqueles que não estavam dispostos a parar,
mais de 80% também não estavam dispostos a reduzir. As faixas de consumo mais prevalentes foram menores a 1 porção
de CVP por semana (34%), 3 a 4 porções de CV por semana (33%) e 1 a 2 porções de CVP por semana (30%). A idade, grau
de instrução e a religião dos participantes são preditores significativo para a disposição de parar ou reduzir o consumo
de CV e CVP. Pessoas com maior grau de instrução são mais dispostas a parar o consume de CV no cenário de incidência
de câncer (OR: 0,72; IC 95%: 0,59–0,91). A partir das entrevistas semiestruturadas, identificamos três temas principais em
relação ao consumo de carne: 1) consumo de carne no contexto social e / ou familiar, 2) preocupações com a saúde e não
relacionadas à saúde sobre a carne, e 3) incerteza das evidências cientificas. Três meses após a entrevista, a maioria dos
participantes relatou diminuição da ingestão de carne. Conclusões. Adultos brasileiros, ainda que informados acerca da
incidência e mortalidade por câncer em virtude do consumo de carne vermelha ou carne vermelha processada, preferem
manter o consumo atual. A pesquisa tem caráter informativo no desenvolvimento de diretrizes, recomendações nutricionais
e de saúde pública relacionadas ao consumo de carne. As diretrizes nutricionais devem garantir que suas recomendações
sejam consistentes com os valores e preferências da população.
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