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EIXO 3 Atenção Primária à Saúde
RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
CUIDADO DE PESSOAS COM DOENÇAS CRÔNICAS: A PRESENÇA DO FARMACÊUTICO NA
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
Autores: FLÁVIA CARINE MATTANA DOS SANTOS | Gerusa Clazer Halila Possagno. Instituição: Secretaria
Municipal de Saúde de Matelândia
PALAVRAS-CHAVE: Assistência Farmacêutica; Diabetes Mellitus; Equipe de Assistência ao Paciente
Caracterização do problema: O envelhecimento da população e a complexidade da farmacoterapia de doenças crônicas
não transmissíveis (DCNT), como diabetes mellitus (DM), têm gerado um alerta pela busca por estratégias que melhorem a
qualidade de vida dos usuários e o convívio com essas patologias. A inserção do farmacêutico nas equipes multidisciplinares
traz o profissional que gerencia o ciclo da assistência farmacêutica para a gestão clínica do medicamento, e faz com que seu
conhecimento técnico seja um grande aliado na busca pela otimização da farmacoterapia e promoção da educação em saúde.
Justificativa: O cuidado farmacêutico, por meio dos serviços clínicos, contribui para a resolução de problemas da farmacoterapia
e para a obtenção de melhores desfechos em saúde. Objetivos: Prover serviços farmacêuticos a usuários de uma unidade de
saúde localizada no interior no Paraná, com DM, por meio de consulta farmacêutica, e promover a integração do cuidado, em
ambiente domiciliar e ambulatorial. Descrição da experiência: Consultas farmacêuticas individualizadas, mensais, durante 6
meses, foram realizadas a dezenove pessoas com DM tipo 2, com mais de 40 anos e difícil controle glicêmico. No mínimo uma das
consultas foi realizada no domicílio do usuário e as demais, na unidade de saúde. Após este período, os níveis de hemoglobina
glicada de onze pessoas reduziram e o principal problema relacionado à farmacoterapia encontrado se refere à administração
e adesão ao tratamento. Reflexão sobre a experiência: A presença de uma equipe de apoio para auxiliar no tratamento das
pessoas com DCNT é importante, e o tempo de qualidade nas consultas farmacêuticas foi determinante para a melhoria dos
desfechos. Porém, a cultura de que o farmacêutico é o profissional do medicamento muitas vezes dificulta a proximidade com
o usuário, de maneira que este profissional passa somente a gerenciar os insumos farmacêuticos e esquecer de que o cuidado
aliado ao medicamento traz benefícios ainda maiores para o tratamento. Além disso, a realidade da implantação do cuidado
farmacêutico ainda é um desafio. Recomendações: O cuidado farmacêutico pode ser levado a mais pessoas, aumentando o
tempo disponibilizado pelo profissional para esta prática. A partir da estratificação de risco dos usuários, é possível encaminhá-
los para os serviços clínicos providos por farmacêuticos, com ações individualizadas, bem como coletivas, que busquem uma
melhora na qualidade de vida e de sua condição clínica.
USO DO INSTRUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DO TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE CURITIBA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: ESTHER VIEIRA MARTINS | Ana Karoline da Costa da Silva, Giseli de Barros dos Santos, Luciana Kusman.
Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba
PALAVRAS-CHAVE: Transtorno do Espectro Autista; Atenção Primária em Saúde; Diagnóstico Precoce
A pandemia do covid-19 impactou no diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA) devido ao isolamento
domiciliar e maior número de atendimento por sintomas respiratórios. Como justificativa, sabe-se que o diagnóstico tardio do
TEA impacta o desenvolvimento infantil, gerando dificuldades na aprendizagem e na convivência social. Logo, se faz necessário
o diagnóstico para minimizar as consequências no desenvolvimento. O objetivo é relatar o uso da escala M-CHAT (The Modified
Checklist for Autism in Toddlers) na atenção primária em Curitiba. Em uma Estratégia de Saúde da Família (ESF), foi retomado
no mês de setembro de 2021 o uso do instrumento de identificação precoce do TEA, denominado como M-CHAT. Inicialmente,
a pediatra do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF), encaminha via e-mail em uma planilha todas as crianças que
completaram 18 meses no mês anterior, sendo organizado os nomes das crianças de acordo com a área de abrangência, e
agendado uma consulta médica. As Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) entregam o comprovante de agendamento anexado
à escala M-CHAT, que possui 20 questões, e, ao retornar no dia da consulta, o médico avalia o estado geral e o desenvolvimento
neuropsicomotor. O médico entrega a escala preenchida pelo familiar para a enfermeira referência, que é a responsável pela
tabulação e repasse ao pediatra do NASF. A tabulação é realizada por meio de uma planilha automática, que classifica o risco
de desenvolver autismo em baixo, moderado ou alto, em que caso a pontuação seja de 1 a 2 falhas, segue a supervisão do
desenvolvimento neuropsicomotor com o médico da ESF e reavaliação com 30 meses. Entre 3 a 7 falhas, a pediatra agenda para
ela avaliar em consulta e se acima de 8 falhas, a pediatra realiza o encaminhamento para o neuropediatra. Das 20 crianças que
foram avaliadas pelos médicos da estratégia de saúde, 3 foram classificadas como risco moderado, com a pontuação de 3, 4 e 5
de falhas no desenvolvimento infantil, as quais foram encaminhadas para a pediatria do NASF. Portanto, a identificação precoce
no TEA proporciona a promoção da qualidade de vida da criança e de seus familiares, e o acompanhamento adequado da
criança. Recomenda-se a divulgação da escala M-CHAT na atenção primária em saúde, que possibilita o diagnóstico precoce de
TEA bem como o tratamento adequado, que consequentemente, viabiliza a atenção integral nos serviços de saúde e minimiza
os impactos no desenvolvimento infantil.
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