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EIXO 3   Atenção Primária à Saúde
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                   IMPLANTAÇÃO DO AMBULATÓRIO TRANS DE LONDRINA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
                   Autores: MARIA ELIZA FARIA | Beatriz Zampar, Luciana Prado Maciel, Caroline Bertan Lombardi. Instituição:
                   Secretaria Municipal de Saúde
                PALAVRAS-CHAVE: Pessoas Transgênero; Integralidade em saúde; Vulnerabilidade em Saúde
                Caracterização do problema: A dificuldade de acesso da população trans à saúde se constitui, historicamente, como fator
                de risco causador de vulnerabilidade social. Em 19 de novembro de 2013 foi instituída a Portaria Nº 2.803 pelo Ministério da
                Saúde, que amplia o Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde. Entretanto, no Paraná existia apenas um centro
                especializado até outubro de 2021 para atendimento dessa população, o CPATT (Centro de Pesquisa e Atendimento a Travestis
                e Transexuais), localizado em Curitiba, resultando na centralização nesse serviço de saúde. Na cidade de Londrina observou-se
                essa demanda a partir do aumento da procura e atendimento de cerca de 300 pessoas pelo serviço ambulatorial voluntário
                realizado na cidade, no período de 2017 a 2020. Justificativa: Diante desse cenário, fez-se necessário a institucionalização de
                um serviço para abarcar as demandas locais de saúde da população trans e para iniciar a função matricial e de capacitação
                da Rede de Saúde, com foco em Atenção Primária (APS). Objetivos: Garantir acesso, equidade, universalidade e integralidade
                à população trans e às suas necessidades específicas em saúde e capacitar a Rede de Atenção à Saúde para atendimento
                equanime dessa população. Descrição da experiência: Criado em outubro de 2021, o ambulatório de Saúde Trans no município
                de Londrina funciona de 2ª a 5ª feira, contando com duas enfermeiras para acolhimento, realização de testes rápidos de ISTs
                e coordenação do cuidado, e atendimento médico feito por residentes de dois Programas de Residência Médica em Medicina
                de Família e Comunidade: da Secretaria Municipal de Saúde e da Universidade Estadual de Londrina. Possui também o apoio
                do serviço de Psicologia do ambulatório do Centro Integrado Doenças Infecciosas (CIDI) e da Universidade Pontifícia Católica
                (PUC) e do serviço de Assistência Social do CIDI. Reflexão sobre a experiência: A criação do ambulatório foi uma grande
                conquista para a população trans do município, dando visibilidade para suas questões de saúde. O objetivo é a descentralização
                do serviço para atender a população em seus territórios, mas para isso é necessária maior capacitação dos profissionais e
                fluxos da rede, principalmente na APS. Encontramos, ainda, alguns desafios a serem superados como equipe multiprofissional
                completa, fluxo bem estabelecido para outros níveis de atenção, local mais apropriado para as atividades do ambulatório e
                acesso a medicação por todas e todos.




                    O PROGRAMA PREVINE BRASIL E OS DESAFIOS PARA A MUDANÇA DO PROCESSO DE
                     TRABALHO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE.
                   Autores:  VIVIANE  GRANADO  BARREIRA  DA  SILVA |  Brigida  Gimenez  Carvalho.  Instituição:  Universidade
                   Estadual de Londrina
                PALAVRAS-CHAVE: Previne Brasil. Financiamento. Gestão em Saúde
                Frente as recentes normativas da Atenção Primária a Saúde (APS) e principalmente acerca do Programa Previne Brasil, gestores
                de saúde e equipe gestora se deparam com desafios diante do novo modelo de atenção. Em decorrência desse processo, houve
                a preocupação e a necessidade da reorganização do processo de trabalho no município de Tamarana, para além da captação
                de pessoas no cadastramento, como o alcance dos indicadores de desempenho previstos no programa, que poderiam impactar
                no financiamento da saúde. Nesse sentido a equipe gestora propôs ações para a sensibilização e capacitação dos profissionais
                de saúde da APS. O objetivo desse estudo é relatar a experiência do município de Tamarana frente as mudanças na organização
                do trabalho da equipe, que teve como objetivo, sensibilizar e capacitar profissionais de saúde acerca das novas mudanças da
                PNAB e do Programa Previne Brasil. Para desenvolver este trabalho foram realizadas reuniões para todas as categorias da
                equipe da APS. O objetivo das reuniões inicialmente foi de informar e sensibilizar a equipe de trabalhadores sobre a nova forma
                de financiamento dessa área, onde fora abordado o estudo da Portaria GM nº 102/2022 sobre os indicadores de desempenho
                do Programa Previne Brasil; apresentação dos indicadores quadrimestrais do município do ano de 2021; capacitação para
                profissionais médicos sobre o indicador de proporção de pessoas com hipertensão e Diabetes atendidas no semestre e a
                capacitação com agentes comunitários de saúde para atualizações do sistema eSus. Além das capacitações, a coordenação
                da APS realizará mensalmente o monitoramento in loco das equipes, acerca da operacionalização do sistema. Outras ações
                também foram realizadas, como a ampliação de internet da área rural em locais onde o acesso era inadequado ou inexistente e
                aquisição de novos equipamentos de informática. O que motivou a equipe gestora a realizar esses encontros foram os desafios
                propostos pelo Programa Previne Brasil, que atribuem responsabilidades e aponta para o risco de desfinanciamento da APS,
                caso os indicadores de desempenho não sejam alcançados. Recomenda-se a necessidade de reforçar a inserção correta dos
                atendimentos no sistema eSus para diminuir as inconsistências e obter o alcance dos indicadores de desempenho e ainda, a
                partir desses resultados, subsidiar as mudanças do processo de trabalho, para definir as prioridades no planejamento da saúde
                e melhorar continuamente as ações no âmbito da atenção primaria.



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