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EIXO 3 Atenção Primária à Saúde
RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO EM TEMPOS DE PANDEMIA COVID-19: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: PRISCILLA VIVIANA MAMPRIN CASAROTO | Walquiria Medri Peixoto, Lizandra Albertina I. C.
Carvalho. Instituição: Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Cambé
PALAVRAS-CHAVE: Cuidado Pré-natal; Saúde Bucal; Pandemia Covid-19
Os impactos que as mudanças fisiológicas causam na saúde bucal de gestantes são bem documentados na literatura,
destacando-se o aumento dos níveis de inflamação periodontais em decorrência de níveis hormonais elevados. A ausência
de cuidados odontológicos durante o período gestacional, pode acarretar complicações, como o parto prematuro. O acesso
ao tratamento odontológico pode auxiliar na prevenção e ofertar diagnóstico e tratamento de agravos de saúde bucal
para a mãe. Além disso, o contato da gestante com esse tipo de cuidado durante o pré-natal pode trazer ainda benefícios
na prevenção de agravos de saúde bucal nas crianças. Entretanto, a adesão aos serviços de saúde bucal por gestantes é
muito baixa, correspondendo em 2019, no Brasil, a menos de 17% das gestantes acompanhadas pela Atenção Primária à
Saúde. Durante a crise de saúde pública provocada pela Covid-19, o atendimento odontológico foi afetado devido à grande
exposição à aerossóis, uma das principais vias de contaminação da doença. Inicialmente, o Ministério da Saúde recomendou,
através de Nota Técnica, que fossem priorizados os atendimentos para urgência/emergência, evitando os eletivos até que
as adequações necessárias e a situação epidemiológica estivessem controladas. Ao reiniciar os atendimentos odontológicos
eletivos, a Secretaria Municipal de Saúde do município de Cambé decidiu guiar as potencialidades das equipes de saúde
bucal da atenção primária à saúde, para que atuem no campo da promoção, vigilância e atenção à saúde tendo como um dos
focos principais o pré-natal odontológico. O objetivo deste trabalho foi demonstrar que as ações implementadas, levaram
a uma melhora efetiva no indicador de desempenho Proporção de Gestantes com Atendimento Odontológico Realizado,
saindo de 3% no primeiro quadrimestre de 2018 para 64% no primeiro quadrimestre de 2022 (Fonte: e-Gestor AB jun/2022).
FAZERES DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NA REDE DE
ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Autores: MAUREN IZILDA COSTA LUBCZYK | Vanderleia Schinemann, Camila Szymanski T. Siqueira.
Instituição: Secretaria Municipal de Saúde de Prudentópolis
PALAVRAS-CHAVE: Atenção Primária à Saúde; Saúde Mental; Equipe Multiprofissional.
Caracterização do problema: A saúde mental em Prudentópolis/PR acompanha o processo da reforma psiquiátrica
brasileira, com atendimentos de psicologia clínica individualizados, internamentos psiquiátricos, consultas e renovação de
receitas, gerando filas de espera, grande número de internamentos e trabalho desarticulado com o território. Com o advento
dos Centros de Atenção Psicossocial – CAPS no município, as demandas de sofrimento mental foram absorvidas por esse
serviço, tendo como consequência a centralização do cuidado, por vezes reproduzindo práticas manicomiais. Justificativa:
Sabe-se que o rompimento das práticas manicomiais estão associadas a mudança de paradigmas e a construção de uma
rede de atenção psicossocial consolidada e articulada. A partir de reflexões sobre o processo de trabalho, no ano de
2020 inicia-se a Equipe Multiprofissional de Apoio e Suporte a Atenção Primária à Saúde – APS. Objetivo: Descentralizar
os atendimentos de saúde mental para o território e articular os serviços da rede intra e intersetorial. Descrição da
experiência: A Equipe Multiprofissional atua por acionamento das equipes de Saúde da Família para manejo de casos
complexos por meio de atendimentos no território de forma compartilhada através de visitas domiciliares, atendimentos
individuais, matriciamentos e grupos. A APS com suporte da psicologia e serviço social dessa Equipe absorveu o cuidado de
saúde mental dos usuários considerados leves após aplicação da Estratificação de Risco proposta pela Secretaria de Saúde
do Estado, bem como compartilha o cuidado dos casos considerados moderados e graves com os CAPS. Reflexão sobre a
experiência: A descentralização do cuidado em saúde mental para APS auxiliou na desmistificação desta linha de cuidado e
proporcionou aproximação dos profissionais com o território. A partir da prática do matriciamento observou-se uma aposta
dos profissionais da APS nos grupos como estratégia de cuidado após as trocas realizadas e resoluções de casos complexos
existentes no território. Também foi possível trabalhar a saúde mental dos profissionais. Recomendações: Necessidade
de superar a lógica do encaminhamento centrada no modelo médico, buscando a perspectiva da Clínica Ampliada; investir
em formação continuada para os profissionais; garantir o espaço das reuniões de equipe, grupos e matriciamentos, como
lugares que favorecem a reflexão entre os atores da rede intra e intersetorial, sobre os princípios da Atenção Psicossocial.
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