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EIXO 7   Integralidade do Cuidado
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                 PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA: ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO DAS DESIGUALDADES
                                       NO CONTEXTO DA PANDEMIA POR COVID-19

                   Autores:  KAUANA  DE  ANGELIS  |  Rebeca  Monteiro  Bispo,  Pablo  Henrique  Fernandes  Costa  Collete  Bordão,
                   Beatriz Zampar. Instituição:  Autarquia Municipal de Saúde de Londrina

                PALAVRAS-CHAVE: Pessoa em situação de rua; Atenção Primária à Saúde; COVID19
                Introdução: O aumento do número de pessoas em situação de rua (PSR) é uma das manifestações das desigualdades sociais,
                persistindo na nossa sociedade uma visão simplista dessa situação. Dessa forma, torna-se imperativo a implementação de
                novos modelos de cuidado que favoreçam a reintegração do usuário à sociedade aos cuidados em saúde. Objetivos: Este
                trabalho tem por objetivo a elucidação dos fatores contribuintes para a situação de rua e características dessa população, assim
                como contextualização ao cenário pandêmico após a emergência da COVID-19. Métodos: Revisão narrativa da literatura, análise
                documental e construção do texto em uma abordagem humanista e empática. A partir disso, foi proposto um projeto aplicativo,
                tendo por base a necessidade de um planejamento que considerasse a população em situação de rua no contexto da pandemia,
                utilizando análise estratégica situacional. Resultados/discussão: A maior parte da população em situação de rua (PSR) são
                negros, não votam, exercem alguma atividade, não são atingidos pelos programas de assistência governamentais, jovens, e uma
                minoria pede dinheiro como forma de subsistência. As principais razões que levam essas pessoas à situação de rua são as drogas e
                o desemprego. A pandemia agravou a desigualdade social, pelo maior risco de acometimento e morbimortalidade em indivíduos
                de menor renda, negros e com dificuldade de acesso à saúde. Os aumentos dos custos de vida também incidiram de forma
                importante sobre a moradia. A fim de preencher uma das lacunas, foram ampliadas as equipes de Consultório na Rua (eCnR),
                para abordar as situações mais prevalentes e redução de danos em equipe multiprofissional. Um dos modos estabelecidos na
                tentativa de otimizar o cuidado em saúde é por meio do matriciamento, com a elaboração de projeto terapêutico singular (PTS),
                educação permanente, entre outros. Conclusões: É importante a compreensão de que o plano de cuidado para as diversas
                demandas desta população deve priorizar uma abordagem multidisciplinar, combinando estratégias como a Redução de Danos.
                É necessária a discussão sobre as políticas públicas e a criação de grupos terapêuticos específicos, a fim de oferecer facilitação
                de acesso a trabalho, opções de moradia inclusiva ou abrigagem. É imprescindível uma atuação mais humanista, para que essa
                população tenha visibilidade e autonomia, com intervenções facilitadoras, e não coercitivas.




                      CRISE SANITÁRIA E REPERCUSSÕES NOS PROCESSOS DE TRABALHO NO SERVIÇO
                                               PÚBLICO DE SAÚDE BUCAL

                   Autores: ADRIANA PRESTES DO NASCIMENTO PALÚ | Gustavo Trevisan Tortella, Kamila Ananias. Instituição:
                   Autarquia Municipal de Saúde de Apucarana

                PALAVRAS-CHAVE: COVID-19; Processo de Trabalho; Saúde Bucal.
                A pandemia da COVID-19 trouxe grandes repercussões no mundo todo, desencadeou crise sanitária, social e econômica de
                grande importância. Os trabalhadores de saúde foram alvo de risco ampliado de contaminação, particularmente os odontólogos
                pelo espaço de atuação na boca, em contato direto com fluidos salivares, reconhecido como principal via de transmissão do
                SARS-CoV2. Tais profissionais modificaram suas rotinas, organizacionais e comportamentais. Este trabalho visou identificar as
                mudanças nos processos de trabalho dos profissionais de serviço público de saúde bucal, durante a pandemia COVID-19. O
                trabalho seguiu delineamento quantitativo, descritivo e transversal. Todos cirurgiões-dentistas, auxiliares e técnicos do serviço
                público de Apucarana/PR, que atuaram durante a pandemia COVID-19, responderam questionários, com 59 questões agrupadas
                em grupos temáticos. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva simples, compartilhados com o serviço e todo
                processo respeitou preceitos éticos, conforme resolução 466/12, do CNS, com parecer de aprovação número 4.412.790. Os
                resultados trouxeram à reflexão práticas e processos de trabalhos que as equipes de saúde bucal vivenciaram. Os profissionais
                identificaram alta exposição e risco de contágio e apontaram a teleodontologia como recurso para minimizar essa exposição.
                Não houve instrumentalização ou atos normativos locais referente às mudanças nos processos de trabalho e biossegurança,
                cada profissional adotou novas rotinas de acordo com seu próprio entendimento. Houve redução no número de atendimentos
                diários, mantendo apenas urgência. Os cuidados com pacientes incluíram anamnese detalhada e triagem para detectar casos
                suspeitos. O monitoramento biológico, dos ciclos de esterilização, não foi realizado. Equipamentos de proteção individual foram
                disponibilizados, porém desconheciam desparamentacão correta. Detectou-se repercussões psíquicas, afetando rotina diária,
                sem serviço de suporte institucional. Como aspecto positivo houve acesso prioritário aos testes diagnósticos e à vacina. As
                principais mudanças apontadas foram nas adequações no ambiente, rotina de limpeza e desinfecção, uso de EPIs, triagem e
                prioridades clínicas, e novas formas de comunicação. O acesso e a saúde do trabalhador, especialmente no âmbito da saúde
                mental, sofreram maior impacto. A educação permanente foi apontada como estratégia para adesão às orientações e para
                qualificação dos serviços odontológicos.




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