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EIXO 7 Integralidade do Cuidado
RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
AÇÕES REALIZADAS PELO GRUPO DE TRABALHO VIOLÊNCIA CONTRA MULHER NO
CONTEXTO PANDÊMICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: JOSIANE NUNES MAIA | Giovana Maria Mourinho Ferreira, Marselle Nobre de Carvalho. Instituição:
Universidade Estadual de Londrina
PALAVRAS-CHAVE: Violência contra a Mulher; Pandemias; Saúde Pública.
Caracterização do problema: a pandemia de Covid-19 evidenciou a vulnerabilidade das mulheres em situação de violência,
visto que devido as medidas sanitárias vigentes passaram a ficar mais tempo com seus agressores, o que as distanciaram
das suas redes de apoio e dificultando o acesso aos serviços de proteção. O GTVCM (Grupo de Trabalho Violência Contra
Mulher) que integra o Projeto de extensão Safety da Universidade Estadual de Londrina, desenvolveu estratégias para
facilitar o acesso das mulheres em situação de violência aos serviços de proteção. Justificativa: a pandemia evidenciou as
violências praticadas contra as mulheres. O aumento do número de registros de Boletins de Ocorrência e pedidos de Medidas
Protetivas, demonstram a necessidade de materiais informativos para as mulheres. Objetivos: propagar informações
baseadas em evidências científicas, levando à população materiais sobre violência contra as mulheres no cenário pandêmico.
Descrição da experiência: A partir do fluxo de trabalho estabelecido pelo GTVCM, realizou-se a atividade de pesquisa de
clipping um processo contínuo de monitoramento, análise e arquivamento dos dados, com distribuição das mídias que cada
um iria pesquisar, no período de março de 2020 a julho de 2021. A organização dos dados coletados se deu por ficha de
pesquisa. Com os dados organizados, surgiu a necessidade de reflexões e divulgação dos dados estatísticos no cenário atual
levantados pelo GTVCM nas pesquisas realizadas em diversas mídias sociais e literatura científica. Assim foram organizados
e produzidas rodas de conversas, cards e a cartilha sobre violência contra as mulheres no contexto pandêmico. Reflexão
sobre a experiência: O planejamento, organização e distribuição das tarefas para a realização das rodas de conversas, dos
cards e da cartilha contribuíram significativamente para o aprendizado dos alunos do projeto e se tornaram ferramentas
importantes para levar informações sobre violência e acesso aos serviços à população. Recomendações: as estratégias
utilizadas pelo GTVCM proporcionaram aprendizado aos alunos sobre o tema, e foram elaboradas com a finalidade de
levar informações relevantes, com linguagem direta e objetiva à população. Assim, é fundamental desenvolver materiais de
fácil acesso que contribuam para a disseminação de informações para as mulheres, contribuindo para o enfrentamento à
violência contra as mulheres e para a produção de conhecimento nessa área.
SUPORTE PSICOLÓGICO EM VISITAS PRESENCIAIS DE FAMILIARES EM UTIS COVID-19:
PROMOVENDO HUMANIZAÇÃO E MOMENTOS DE DESPEDIDA
Autores: HENRIQUE SHODY HONO BATISTA | Ítala Villaça Duarte, Gabriela Visnieski Siqueira, Tuane Caetano
dos Santos Ferreira de Souza, Regiane Mendes Tarocco Borsato. Instituição: Fundação Estatal de Atenção à
Saúde de Curitiba
PALAVRAS-CHAVE: psicologia; humanização; uti
Este relato de experiência foi desenvolvido nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) destinadas ao atendimento de pacientes
críticos com suspeita ou diagnóstico positivo para COVID-19, de um hospital público de Curitiba. Este relato apresenta um
fluxo de visitas presenciais que possibilitasse momentos de despedida dos familiares aos pacientes em processo ativo de
morte, envolvendo o trabalho da equipe multiprofissional do hospital, com ênfase no Serviço de Psicologia. A justificativa para
esta ação ocorreu devido ao decreto N° 407 de 13/03/2020 da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, que determinou
a suspensão de visitas e acompanhantes em hospitais. Embora necessária, esta medida implicou na intensificação do
sofrimento emocional associado à ausência de contato presencial entre família e paciente, além de dificultar despedidas, o
que poderia favorecer a complicação do processo de luto vivido pelos familiares. Mesmo com a oferta de visitas remotas,
a necessidade do contato presencial da família com o paciente era expressa pelos familiares. Deste modo, foi elaborado
um memorando circular com critérios para visitas presenciais nas UTIs, que eram agendadas pelos psicólogos, com dia e
horário, via contato telefônico com o familiar. As visitas eram limitadas a dois familiares em boas condições de saúde. Na
entrada das UTIs, os familiares eram recebidos pelos psicólogos, que prestavam orientações sobre a higienização das mãos
e acompanhavam os familiares no uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual, disponibilizados pelo hospital. Por
se tratar de uma possível despedida ao paciente, os psicólogos prestavam suporte psicológico aos familiares durante todo
o processo: antes, durante e após a visita. Os agendamentos eram alinhados com as equipes das unidades para que a visita
não impactasse significativamente a rotina de cuidados, nem gerasse aglomeração de pessoas na recepção. Mesmo diante
da situação de sofrimento, os familiares expressaram profundos sentimentos de gratidão às equipes. Isto demonstrou que
é possível, desejável e necessário humanizar o cuidado ao paciente e seus familiares, mesmo em cenários pandêmicos.
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