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EIXO 7   Integralidade do Cuidado
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                  COMISSÃO INTRA HOSPITALAR DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS: A EXPERIÊNCIA DE UM
                                          HOSPITAL DE MÉDIA COMPLEXIDADE

                   Autores: LEONEL ALVES DO NASCIMENTO | Aline Rossanezi Castilho Sepulveda, Jakeline Márcia dos Santos, Mary
                   Mishima Okano, Eunice Cristina da Silva, Ana Cristina Silva Amarante. Instituição: Hospital Dr Anísio Figueiredo

                PALAVRAS-CHAVE: Doação de Órgãos e Tecidos. Transplante de Órgão. Equipe Interdisciplinar de Saúde
                Caracterização do problema: Em maio de 2022, um total de 2891 receptores aguardam na lista para transplante de órgãos
                e  tecidos,  segundo  dados  fornecidos  pelo  Sistema  Estadual  de  Transplantes  do  Paraná.  Destes,  a  espera  para  recepção  de
                córneas atingiu um número inquietante de 1003 pessoas. É importante ressaltar que no momento pré-pandemia de Coronavírus
                (COVID-19), a lista de espera por um transplante de córneas era menor que 90. É indiscutível o papel das comissões de doação de
                órgãos para mudar essa realidade. Justificativa: Hospitais de média complexidade devem constituir uma comissão de doação
                de  órgãos,  atuando  principalmente  na  identificação  e  viabilização  de  potenciais  doadores  de  córneas.  Objetivos: Relatar  a
                experiência de atuação da Comissão Intra Hospitalar Doação de Órgãos e Tecidos de um hospital de média complexidade no
                norte do Paraná. Descrição da experiência: A comissão foi criada em 2016 e é composta por 15 profissionais, de diferentes áreas
                de atuação. A comissão é capacitada continuamente e acompanha todos os óbitos ocorridos na instituição, realiza atividades
                de sensibilização para a comunidade interna e externa e na ocorrência de um óbito viável para a doação, realiza a entrevista
                com a família e os procedimentos de enucleação. Realizamos também visitas técnicas a serviços como o Banco de Olhos de
                Londrina (BOL) e a Organização de Procura de Órgãos (OPO) com o objetivo de alinhar os procedimentos de funcionamento,
                assim como melhorar a assistência a família, ao doador e a manutenção do órgão captado. Essas ações tornaram possível a
                realização de 22 captações de córneas, sem nenhuma perda ou recusa registrada. Reflexão sobre a experiência: Uma comissão
                de doação de órgãos ultrapassa o cumprimento de recomendações legais. A atuação da comissão deve ser continua, sejam em
                ações de sensibilização, capacitações, acompanhamento e concretização do processo de doação e captação. Recomendações:
                Alguns pontos importantes devem ser observados para garantir uma comissão com ótimo resultado. Primeiro, a participação
                multiprofissional. Diferentes saberes se complementam e trazem novas experiências. Ações contínuas de capacitação com a
                equipe, assim como o fortalecimento da utilização do procedimento operacional padrão auxiliam na identificação de um potencial
                doador e assim uma doação bem-sucedida.




                               A PROMOÇÃO DE SAÚDE INTEGRAL NA SAÚDE COLETIVA E A
                                        RELIGIOSIDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
                   Autores: ANA ELISA EURICH | Mariangela Gobatto. Instituição: IFPR Campus Palmas

                PALAVRAS-CHAVE: Saúde Pública; Assistência Domiciliar a Idosos; Espiritualidade.
                Observa-se a responsabilidade de promoção de saúde e qualidade de vida pelos profissionais que atuam nas Unidades Básicas
                de Saúde (UBS) que prestam a assistência à saúde da coletividade. Sabe-se que a Atenção Básica (AB) é caracterizada pela
                “promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e
                a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral” (BRASIL, 2012). Além disso, como definição de
                saúde, pode-se dizer que é o “equilíbrio entre o sujeito e a sua própria realidade” (SEGRE, 1997), a partir da integralidade e
                individualidade do sujeito, família e sociedade. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD, 2017),
                há cerca de 30,3 milhões de idosos (14,6% da população brasileira), sendo a grande maioria assistida pelas UBS. Este trabalho
                objetiva descrever o relato de experiência de uma acadêmica de enfermagem que prestou assistência a uma idosa durante o
                período pandêmico dos meses de março de 2020 e novembro de 2021, em contexto domiciliar. A assistência ocorreu de forma
                voluntária, por conta do laço sanguíneo entre a idosa (avó) e a acadêmica (neta), além da impossibilidade de ter cuidadores
                externos à família por conta do isolamento social e do desejo da idosa em permanecer no seu próprio domicílio. A idosa de 76
                anos, moradora de zona rural, viúva, sendo portadora de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), diagnosticada também
                com Transtorno Depressivo Maior e Transtorno de Ansiedade Generalizada. A idosa necessitava do auxílio da acadêmica para
                locomoção, alimentação, para as questões de autocuidado como vestir-se e higiene, para a administração de medicamentos,
                oxigenoterapia, nebulização. Além do cuidado efetivado na presença, no toque, na escuta ativa e na leitura diária da Bíblia
                Sagrada e orações, que segundo a percepção da própria idosa se mostraram fundamentais. Diante da experiência, reflete-se
                acerca da importância da vivência extracurricular de acadêmicos de cursos da área da saúde para o cuidado do ser humano a
                partir da integralidade, do papel das instituições formadoras na consolidação do cuidado integral e da formulação de políticas
                públicas que fomentem essa prática diária nos serviços de saúde. Recomenda-se assim, a reflexão e discussão acerca da
                espiritualidade e a sua influência na saúde, bem como a educação permanente de profissionais de saúde que atuam na AB.





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