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EIXO 7 Integralidade do Cuidado
RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM SAÚDE
DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: ACESSO E
ASSISTÊNCIA NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE
Autores: ANNA KARINA MARTINS DE OLIVEIRA | Thaís Botelho da Silva, Guilherme Barbosa Shimocomaqui.
Instituição: Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul
PALAVRAS-CHAVE: Transtornos da articulação temporomandibular; Integralidade em saúde; Equipe multiprofissional
As disfunções temporomandibulares (DTM) são alterações que envolvem a articulação temporomandibular (ATM), os
músculos da mastigação e estruturas associadas e podem gerar fadiga muscular, ruídos articulares, dificuldades de abrir a
boca e dor. Estas, apresentam alta prevalência, magnitude, transcendência e impacto, o que as caracterizam, na atualidade,
como um problema de saúde pública. Todavia, apesar de sua relevância, enfrentam barreiras de informação, acesso e
resolutividade nos serviços de saúde. No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), tal carência é ainda mais evidente e pode
gerar cronicidade e comprometimento estomatognático, sistêmico e psicológico. Diante disso, o presente relato tem por
objetivo descrever a experiência com a assistência à disfunção temporomandibular no SUS em Porto Alegre. No município,
a assistência à DTM é realizada fundamentalmente na Atenção Primária, por meio do atendimento odontológico. Para casos
agudos, são prescritos analgésicos e relaxantes musculares. Havendo necessidade de tratamento cirúrgico ou de intervenção
diante de sintomatologia grave, há possibilidade de encaminhamento à especialidade de Cirurgia Bucomaxilofacial e
solicitação de exames diagnósticos de imagem. O encaminhamento para esta especialidade segue o fluxo de regulação,
com fila de espera estimada entre 4 e 12 meses. Ademais, é possível o encaminhamento à fisioterapia e osteopatia. O
atendimento na especialidade de DTM não está disponível na rede, bem como, a oferta de órteses para este fim. Também,
não estão disponíveis dados acerca da condição em fontes oficiais do município. Os documentos norteadores para a prática
dos cirurgiões-dentistas no SUS, municipais e federais, são datados de 2014 e 2018. Observa-se, assim, que há carência de
profissionais capacitados e especializados, bem como, de recursos, que podem comprometer o diagnóstico, atendimento
e tratamento. Além disso, há falta de dados oficiais que permitam compreender o perfil epidemiológico e realizar o
planejamento em saúde. Também, nota-se que os protocolos abordam de forma superficial a disfunção e necessitam de
atualizações. Relativo ao usuário, considera-se que tais carências geram, por vezes, uma demanda sem resolutividade.
Fica evidente, portanto, a necessidade da capacitação profissional, inclusão da especialidade de DTM nos serviços, oferta
de órteses, registro adequado e conhecimento do perfil dos usuários com DTM no SUS, visando qualificar e quantificar a
assistência prestada.
PARTICIPAÇÃO DA PSICOLOGIA NAS VISITAS MULTIPROFISSIONAIS EM ENFERMARIAS
Autores: GABRIELA VISNIESKI SIQUEIRA | Itala Villaça Duarte, Henrique Shody Hono Batista, Regiane Mendes
Tarocco Borsato, Roberta Sztorc Pires, Tuane Caetano dos Santos Ferreira de Souza. Instituição: FEAS -
Hospital Municipal do Idoso Zilda Arns
PALAVRAS-CHAVE: Psicologia; integralidade; humanização.
O ambiente hospitalar é constituído por uma equipe multiprofissional, atuando na assistência ao paciente, com intuito
de possibilitar uma experiência de atenção e cuidado integral frente ao processo de adoecimento. Nesta perspectiva,
diante da complexidade relacional entre equipe, pacientes e familiares, a comunicação pode se tornar fragilizada e desta
forma dificultar o desenvolvimento de propostas terapêuticas singulares. Diante deste contexto, com o intuito de favorecer
a comunicação entre a equipe, ocorrem visitas multiprofissionais para discussão dos casos de pacientes atendidos nas
enfermarias do hospital. As visitas multiprofissionais acontecem semanalmente em dois dias e são divididas em períodos:
terças pela manhã e sextas a tarde, com duração de cerca de 1h30min. Participam deste momento, os seguintes profissionais:
psicólogos, médicos, enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais; e neste espaço de encontro
entre profissionais são discutidos os casos de pacientes que estão em acompanhamento e que apresentam certa
complexidade, seja em função das condições clínicas e/ou psicossociais. Durante a visita, são consideradas necessidades e
planos de ação, convocados profissionais que ainda não acompanham o caso e definidas as particularidades do cuidado ao
paciente e familiares. A participação da psicologia nestas visitas pode auxiliar no desenvolvimento de um plano de cuidados
individualizado tanto para paciente quanto para familiares envolvidos no processo de adoecimento. Também pode permitir
acesso a demandas que talvez não tenham sido identificadas pela equipe e que precisam de maior atenção, pois podem
interferir sobremaneira na forma como o tratamento se desenvolverá. Sob esta perspectiva, compreende-se a participação
da psicologia nas visitas possibilita um olhar diferenciado sobre as necessidades do paciente e seus familiares, no que diz
respeito a hospitalização e adoecimento e nuances emocionais envolvidas no processo.
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