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EIXO 7   Integralidade do Cuidado
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                      ATUAÇÃO DO AMBULATÓRIO DE DIABETES MELLITUS DE ALTO RISCO DO CISVIR
                   Autores: LETICIA CRISTINA BENTO | Bianca Alves da Costa, Dener Antonio Reche de Almeida, Emilly Thamara
                   Borges, Mariana Yoshii Tramontin. Instituição: Consorcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região
                PALAVRAS-CHAVE: Cuidado compartilhado; Diabete mellitus; Equipe Multiprofissional.
                O diabetes é uma doença crônica cuja prevalência no Brasil passou de 5,5% para 7,4% entre os anos de 2006 e 2019 segundo
                pesquisa Vigitel 2019 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico).É a principal
                causa de cegueira adquirida, amputações não traumáticas e causa frequente de hemodiálise, além de ser fator de risco para
                infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico e diversas outras doenças que levam a altas taxas de morbi-mortalidade
                aos pacientes. Diante da alta prevalência da doença e do impacto na saúde dos pacientes a atenção ambulatorial especializada
                ofertada pelo CISVIR implantou o ambulatório de diabetes de alto risco que é composto por uma equipe interdisciplinar formada
                por médica endocrinologista, nutricionista, psicóloga e enfermeiro. Assim o objetivo do presente é relatar a experiência da
                equipe no acompanhamento aos usuários com diabetes mellitus de alto risco que atingiram as metas de controle glicêmico. De
                janeiro até o presente momento, foram assistidos no ambulatório de diabetes de alto risco, 314 pacientes, onde 64 pacientes
                atingiram a meta do programa e tiveram alta. No dia 03/05/2022 no período da tarde foram atendidos 11 pacientes do município
                de Marilândia do Sul, sendo que 4 estavam com glicemia de jejum e HbA1c compatíveis e no alvo, com critérios de alta pelo
                ambulatório de diabetes de alto risco, da mesma forma que no dia 10/05/2022 no período da manhã foram atendidos 9 pacientes
                do município de Mauá da Serra, sendo que 4 obtiveram alta. Estes receberam um certificado de alta com o intuito de incentivar
                o autocuidado com orientações para a manutenção do tratamento e dos níveis glicêmicos, como também foi elaborado junto
                com o paciente um plano de cuidado e este compartilhado com a Unidade Básica de Saúde para acompanhamento. Agora estes
                pacientes irão retornar ao programa após 1 ano ou antes se for necessário. Com essa experiência refletimos sobre a importância
                da abordagem multiprofissional com objetivo de capacitar o paciente no cuidado longitudinal, bem como propiciar o cuidado
                compartilhado  da  Atenção  Primária  e  trabalhar  a  autonomia  do  paciente  evitando  agravos  e  complicações  decorrentes  do
                diabetes. Neste contexto, a abordagem multidisciplinar, a longitudinalidade do cuidado e o incentivo ao autocuidado trazem
                maiores benefícios a curto e longo prazo, visto que a ansiedade e o descontrole alimentar podem interferir diretamente no
                tratamento.





                   MONITORAMENTO TELEFÔNICO COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO EM SAÚDE MENTAL:
                                                RELATO DE EXPERIÊNCIA

                   Autores: MARJORIE RODRIGUES WANDERLEY | Daniele Basegio, Ian Santarém. Instituição: Fundação Estatal de
                   Atenção à Saúde de Curitiba (FEAS)

                PALAVRAS-CHAVE: COVID19; Assistência em Saúde Mental; Monitoramento Remoto
                As mudanças impostas pela Pandemia do Covid-19 ocorreram de modo súbito e forçado, e levaram a diversos impactos na
                saúde mental da população. Neste mesmo momento de intensa demanda em saúde mental, famílias foram impossibilitadas de
                comparecer aos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) por conta de restrições sanitárias de circulação de pessoas. Os serviços de
                saúde mental precisaram reinventar-se, e a estratégia de Monitoramento Telefônico surgiu como uma alternativa ao cuidado, em
                substituição às terapias grupais e individuais que aconteciam diariamente no serviço. Essa estratégia foi construída em conjunto
                e repensada diversas vezes pelos trabalhadores do CAPS. Este trabalho se propõe a analisar a experiência de monitoramentos
                telefônicos realizados pela equipe de um CAPS Infantojuvenil de Curitiba - Paraná. Durante a Pandemia, uma vez por semana,
                o técnico responsável pela condução de cada caso fez contato telefônico com o usuário e sua família para monitoramento de
                saúde mental. O primeiro obstáculo encontrado foi de que crianças e adolescentes podem ter mais dificuldade na verbalização
                de seus estados emocionais, e este relato verbal foi a única forma de acesso. Os pais muitas vezes não são bons informantes, por
                conta da dificuldade de reconhecimento de angústias de seus filhos, ou porque estes escolhem não compartilhar com seus pais
                situações de crise ou comportamentos autolesivos. Quanto às crianças, a maior dificuldade foi a de que normalmente é a equipe
                da escola que percebe problemas das crianças nas relações e comportamentos inadequados, e como as crianças não estavam
                indo para a escola, houve um déficit de informações para avaliação ampliada de seus quadros. Ainda assim, a estratégia de
                monitoramento telefônico mostrou-se útil para avaliação dos estados gerais de saúde mental dos usuários. Além disso, algumas
                intervenções de acolhimento e intervenção de comportamentos de risco foram possíveis por meio do telefone. Foi possível
                a utilização do monitoramento como forma de triagem dos casos que iriam precisar comparecer ao serviço mesmo com as
                restrições de circulação. Desta forma, percebemos que essa estratégia é válida e pode continuar existindo em futuras situações
                de restrição - por exemplo, com pacientes imunodeprimidos, gestantes de risco, entre outros. Reconhecer as limitações do
                monitoramento telefônico é importante para pensarmos novas formas de intervenção cada vez mais abrangentes.




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