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EIXO TEMÁTICO: Tecnologias do Cuidado em Saúde Pública                    TRABALHO 210

                 Descentralização da realização do teste rápido de HIV:
                 o caso de São Carlos do Ivaí – PR

                 AUTOR PRINCIPAL: Maria da Penha Francisco  |  AUTORES: Luciana C.S. Gouvêa, Kariny G. L. Galvão  |  INSTITUIÇÃO: SESA - PR/14ª
                 Regional de Saúde/Secretaria Municipal de Saúde de São Carlos do Ivaí  |  Paranavaí-PR  |  E-mail: mariapenha@sesa.pr.gov.br

                  O objetivo deste trabalho é relatar a experiência da implantação da nova tecnologia de Testagem Rápido para HIV no município de São Carlos
                  do Ivaí. Localizado na área de abrangência da 14ª Regional de Saúde de Paranavaí, tem uma população de 6.713 habitantes, e desde o
                  inicio da epidemia de AIDS o município registrou 04 casos de AIDS até o ano de 2009. Segundo o Departamento Nacional de DST/AIDS e
                  Hepatites Virais do Ministério da Saúde, pesquisas realizadas indicam que existem hoje no Brasil cerca de 630 mil pessoas vivendo com o
                  HIV, e que, dentre estas, cerca de 255 mil nunca teriam feito um teste de diagnóstico e, por isso, não conhecem sua sorologia. Do ponto de
                  vista epidemiológico, pode-se afirmar que o diagnóstico é fundamental para o controle da epidemia, desta forma a tecnologia do Teste Rápido
                  busca ampliar o acesso a testagem e desta forma possibilitar o diagnóstico precoce do HIV. Ainda de acordo com o Departamento de DST,
                  AIDS e Hepatites Virais esta metodologia é utilizada no mundo inteiro e traz vantagens significativas quanto ao método laboratorial, pois são de
                  simples realização, dispensando a atuação de profissionais especializados e de equipamentos de laboratório, permitindo o conhecimento dos
                  resultados e assistência imediata aos pacientes. Para o relato foram coletados dados dos relatórios de realização de testes de HIV, nos anos
                  de 2010 a 2014. Foram realizados em 2010, 51 testes, 2011 foram 85, 2012, 107, em 2013 foram 135, sendo que em 2014 foram 472
                  testes. Foi possível observar o aumento nas testagens, com o incremento de 66% de 2010 para 2011, 26% nos dois períodos seguintes e de
                  249% em relação aos anos de 2013 para 2014, quando do advento do Teste Rápido no município. Do total de testes realizados somente em
                  2014 foi detectado teste reagente para HIV. Foram 7 testes reagentes para HIV em 2014, o que nos dá um percentual de 1,5 de positividade,
                  e destes, 1 caso já se tratava de AIDS, sendo possível verificar uma taxa de incidência do HIV de 89,4/100.000 habitantes, e de 14,9 de
                  AIDS no ano de 2014. A partir desses dados foi possível perceber que o município vinha vivenciando um silencio epidemiológico e que a
                  descentralização dos testes para o município possibilitou a descoberta de casos novos de HIV/Aids. O trabalho agora consiste em capacitar
                  mais profissionais de saúde no município para realização dos testes, com o objetivo de ampliar a testagem e planejar estratégias para acessar
                  todos os grupos populacionais do município. Palavras-chave: Diagnóstico Precoce. Teste Rápido.



                EIXO TEMÁTICO: Tecnologias do Cuidado em Saúde Pública                    TRABALHO 252

                 Uso de monitores eletrônicos na Atenção Básica para aumentar o
                 nível de atividade física em obesos: um relato de experiência

                 AUTOR PRINCIPAL: Diego Spinoza dos Santos  |  AUTORES: Camila Malinoski Simas  |  INSTITUIÇÃO: Secretaria Municipal
                 da Saúde de Curitiba  |  Curitiba-PR |  E-mail: diegospinoza@hotmail.com

                  Caracterização do problema: Índice de massa corporal (IMC) elevado é fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de
                  câncer1. Em Curitiba, 53,8% dos adultos apresentam excesso de peso, sendo que 18,8% são obesos2. Diretrizes sobre exercícios recomendam
                  ao menos 60 minutos diários para controle do peso, no entanto entre obesos a quantidade de pessoas que não atinge a recomendação é
                  alarmante3. Fundamentação teórica: Evidências mostram que a combinação de exercício e dieta adequada aumenta substancialmente a
                  perda de peso e manutenção à longo prazo, quando comparada a dieta sozinha3. Apenas 36,8% dos curitibanos atingem o mínimo recomendado
                  de atividades físicas no lazer2. Contudo, pesquisas internacionais apontam que quando se avaliam pessoas obesas, 80% não alcançam esse
                  valor3. Estudos apontam que apenas 15,9% de mulheres obesas associam restrição calórica à inclusão de atividade física para perda de peso3.
                  Descrição da experiência: Para aumentar o nível de atividade física mulheres obesas foram submetidas a monitoramento eletrônico através de
                  pedômetros. As pacientes eram avaliadas e orientadas sobre alimentação e exercício, por profissional de Educação Física e nutricionista, sendo
                  convidadas a usar o equipamento. As interessadas foram atendidas individualmente para explicação do funcionamento do dispositivo, inclusão
                  de atividade física na rotina e pactuação da meta de passos a ser atingida. O retorno ocorria em 7 dias para coleta de dados e ajuste da meta.
                  Finalizado o período de 14 dias os resultados eram aferidos novamente. Efeitos alcançados: Entre novembro de 2015 a março de 2016 foram
                  acompanhadas 11 mulheres, com média de idade de 40,1 anos e IMC 38,98 kg/m2. A média de redução do peso corporal foi de 0,76kg. O
                  número de passos diários aumentou 37,13% em média após a intervenção do profissional de Educação Física. Recomendações: O uso da
                  tecnologia para elevar o nível de atividade física de obesos parece uma estratégia promissora. Relatos das usuárias destacam o aumento da
                  motivação para realização de exercícios. Independente da perda de peso, o aumento no número de passos diários é redutor de risco para várias
                  doenças. Sendo assim, devido ao baixo custo do equipamento e disponibilidade de aplicativos com função similar em celulares, essa ferramenta
                  se torna acessível a um grande número de profissionais e pode ser usada na Atenção Básica em pessoas com baixo engajamento para iniciar
                  um programa de exercícios. Referências: 1. Trends in adult body-mass index in 200 countries from 1975 to 2014: a pooled analysis of 1698
                  population-based measurement studies with 19•2 million participants. The Lancet, 2016. 2. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em
                  Saúde. Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. Vigitel Brasil 2014: vigilância de fatores de
                  risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília, 2015 3. Ekkekakis P, Vazou S, Bixby WR, Gerogiadis E. The mysterious
                  case of the public health guideline that is (almost) entirely ignored: call for a research agenda on the causes of the extreme avoidance of physical
                  activity in obesity. Obes Rev. 2016 Apr;17(4):313-29 Palavras-chave: Obesidade. Atividade Física.Orientação Nutricional. Atenção Básica.



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