Page 233 - ANAIS_3º Congresso
P. 233
EIXO TEMÁTICO: Tecnologias do Cuidado em Saúde Pública TRABALHO 170
Educação em Saúde: Proposta de Workshops como
Recurso para enfrentamento e alívio do sofrimento
AUTOR PRINCIPAL: José Valdecí Grigoleto Netto | AUTORES: Raquel Pinheiro Niehues Antoniassi; Giovana Kreuz |
INSTITUIÇÃO: Faculdade Ingá - UNINGÁ | Maringá-PR | E-mail: zeca_grigoleto@hotmail.com
Elisabeth Kübler-Ross foi uma médica psiquiatra que abriu as portas para que os pacientes diagnosticados com alguma doença que
pudesse culminar na morte ganhasse espaço, respeito e fosse ouvido e tratado com dignidade. Seu legado é imenso e contribui para que
diversos profissionais da saúde lidem de forma humanizada com sua prática, no cuidado e atenção com aqueles que sofrem (KÜBLER-
ROSS, 2008). Em sua prática, Kübler-Ross desenvolveu workshops, intitulados de “Workshop sobre a vida, morte e transição”, em que
as pessoas pudessem compartilhar seus sofrimentos, angústias, medos, raivas; esse workshop era realizado no período interrupto de
cinco dias, em que os participantes entravam em contato com as diferenças entre si, conhecendo e apoiando um o sofrimento do outro
(KÜBLER-ROSS, 1997, 2005). Portanto, o presente trabalho possui o objetivo de apresentar a maneira com que esses encontros eram
desenvolvidos, o objetivo, metodologia, e as experiências e resultados que as pessoas obtinham através destes. Para tanto, o método
utilizado trata-se de uma leitura e busca bibliográfica em obras da autora, em livros traduzidos e em livros no idioma original, o inglês.
Como resultado, identificou-se que, através de relatos de pacientes e em observações narradas pela autora, tanto os pacientes com
doenças incuráveis quanto seus familiares conseguiam compartilhar com os outros os sentimentos que lhes angustiavam, assustavam
(KÜBLER-ROSS, 1997). Algumas pessoas também relataram que após vivenciarem a experiência do workshop, conseguiram aproveitar
mais seus dias que lhes restavam, sorrindo, compartilhando alegrias além de dor e sofrimento. Por tanto, conclui-se que a realização
desses workshops podem constituir-se como prática exitosa por profissionais de saúde, possibilitando a atribuição de um novo significado
na vida dos pacientes e seus familiares por meio de espaços de saúde que facilitam o compartilhar e acolher o sofrimento diante do
processo de adoecimento e perdas provenientes deste. Palavras-chave: Elisabeth Kübler-Ross. Workshops. Morte. Luto.
Referências: KÜBLER-ROSS, E. Sobre a Morte e o Morrer. São Paulo: Martins Fontes, 2008. KÜBLER-ROSS, E. Viver ate dizer Adeus. São
Paulo: Pensamento, 2005. KÜBLER-ROSS, E. Working it through. Nova Iorque: Simon & Schuster/Touchstone, 1997.
EIXO TEMÁTICO: Tecnologias do Cuidado em Saúde Pública TRABALHO 177
Terapia Comunitária Integrativa: uma tecnologia
leve no cuidado em saúde mental
AUTOR PRINCIPAL: Denise Paulino | AUTORES: Não há | INSTITUIÇÃO: Hospital Colônia Adauto Botelho |
Pinhais-PR | E-mail: paulinodenise@hotmail.com
Caracterização do problema: Dentro da Política Nacional de Saúde Mental e sob a luz conceitual dos Cadernos de Atenção Básica
- Saúde mental - a perspectiva do cuidado nesta área se dá no empoderamento do sujeito. Fundamentação teórica: A partir de
uma análise teórica dos Cadernos de Atenção Básica – Saúde Mental (2013) a Política Nacional de Saúde Mental (2001) evidencia
o desafio da abertura da sociedade para a sua própria diversidade. Nessa mesma conjectura entende-se como intervenção possível
a construção, no cotidiano dos encontros entre profissionais e usuários, de uma ação em que ambos criem novas ferramentas e
estratégias para compartilhar e construir juntos o cuidado em saúde caracterizando-se esta ação como uma tecnologia leve em saúde
mental. A Terapia Comunitária Integrativa (TCI) é definida por Barreto (2010) como um espaço comunitário no qual se procura partilhar
experiências de vida e sabedorias de forma horizontal e circular onde cada um torna-se terapeuta de si mesmo, a partir da escuta, das
histórias de vida ali relatadas e todos se tornam corresponsáveis na busca de soluções e superação dos desafios do cotidiano, em um
ambiente acolhedor. Desta forma a TCI configura-se em uma ação de empoderamento do sujeito em seu cuidado compartilhado na
saúde mental. Descrição de experiência: Foram aplicadas rodas de TCI a um grupo misto de usuários de um hospital psiquiátrico, de
unidades destinadas a tratamento de transtornos mentais e dependência química, com aplicação periódica de avaliações da satisfação
dos usuários quanto à aplicação desta tecnologia, no período de seis meses. Efeitos alcançados: A participação efetiva dos usuários
foi proeminente e com prevalência das avaliações positivas de satisfação após as rodas de TCI. Observou-se empiricamente maior
postura de corresponsabilização nas intervenções propostas e postura de alteridade e empatia dos participantes contribuindo com
a emancipação destes em seus tratamentos. Recomendações: A dinâmica da TCI proporciona aos participantes a ampliação da
autonomia no seu tratamento estendendo esta benesse à sua cidadania. O empoderamento pessoal que esta técnica proporciona segue
em consonância com os objetivos da atual Política Pública de Saúde Mental configurando uma alternativa possível para este processo.
Palavras-chave: Tecnologia em saúde, saúde mental, terapia comunitária integrativa.
Referências: BARRETO, Alberto P. Terapia Comunitária passo a passo. 4. ed. Fortaleza: [s.n.] 2008. BRASIL. Decreto- Lei n.o 10.216, de
6 de abril de 2001. Política Nacional de saúde Mental. Disponível em:< http://cgj.tjrj.jus.br/documents/1017893/1038413/politica-
nac-saude-mental.pdf>. Acesso em 22 abr. 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica – n.o 34 - Saúde Mental.
Disponível em: Acesso em: 19 abr. 2016.
233