Page 68 - ANAIS_3º Congresso
P. 68
EIXO TEMÁTICO: Vigilância em Saúde TRABALHO 192
O Perfil Epidemiológico da AIDS em gestantes da 8ª Regional
de Saúde do Paraná, utilizando o Sistema de Informação de
Agravos de Notificação – SINAN
AUTOR PRINCIPAL: Lirane Elize Defante Ferreto de Almeida | AUTORES: Isabella Tramontini, Caroline Mundel,
Greicy Cesar do Amaral | INSTITUIÇÃO: UNIOESTE | Francisco Beltrão-PR | E-mail: liraneferreto@uol.com.br
Se a gestante ignora ser portadora do vírus ou até mesmo desconhece ser portadora, as chances de transmissão vertical do vírus da
mãe para o bebê são altas. Entre os principais fatores que dificultam a identificação das gestantes no pré-natal e no momento do
parto, pode-se destacar o não-oferecimento do teste para HIV durante a gestação por inadequada qualidade da informação por parte da
equipe pré-natalista. Prevalece, ainda, o desconhecimento da recomendação de oferecer o teste para HIV a todas as gestantes. Como
se pouco fosse, as condições socioeconômicas favorecem a desinformação das gestantes sobre a importância do teste e comprometem
a percepção do risco da infecção pelo HIV. Assim, o presente estudo teve como objetivo analisar o perfil epidemiológico de gestantes
portadoras do vírus do HIV no âmbito da 8ª Regional de Saúde do Paraná, no período de 2007 a 2015. Foram analisados os dados de
52 gestantes. Detectou-se que a maior prevalência de HIV está entre mulheres na faixa etária dos 30 aos 39 anos. A maior parte das
gestantes HIV positivas declarou-se como branca (67,3%), enquanto uma minoria se declarou parda (32,7%). Em relação à escolaridade,
a maior prevalência se deu entre as gestantes que tinham o ensino médio completo, sendo 42,03% das gestantes realizaram o
diagnóstico ainda no primeiro trimestre de gestação, fato que contribui para um melhor sucesso na prevenção da transmissão vertical.
Quanto ao momento do diagnóstico da infecção pelo vírus HIV, em relação à gestação, observou-se que 59,6% obtiveram o diagnóstico
durante o pré-natal e 3,8% foram diagnosticadas apenas durante o parto. Em relação ao uso de terapia antirretroviral, os dados
mostraram que a grande maioria das gestantes fizeram uso dessa terapia antirretroviral tanto como profilaxia, quanto durante o parto
(82,7%). A decisão de se fazer o teste rápido em todas as parturientes a nível hospitalar, independente de já terem feito a sorologia no
ANAIS 3º CONGRESSO PARANAENSE DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA - 2ª MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
pré-natal. Nestes casos poderiam estar em período de “janela imunológica” ou mesmo terem se infectado após a realização dos exames
e perderiam a oportunidade de se enquadrar no protocolo estabelecido. Neste contexto, os novos testes rápidos para o diagnóstico
da infecção pelo HIV certamente são instrumentos de grande utilidade para a redução da transmissão vertical do HIV, principalmente
devido ao fato de que o período de maior transmissão (entre 50 e 70%) ocorre próximo ao parto ou durante o mesmo. Palavras-chave:
Infecções na gravidez. Teste rápido para HIV. Transmissão vertical.
Referências bibliográficas BRAGA, I. C. C. Mulheres em idade reprodutiva infectadas pelo HIV: contribuição para a prática da
enfermagem, 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. A Secretaria Especial de Políticas para as mulheres e Ministério da Saúde, por meio
do Departamento de DST e AIDS e da Área Técnica de Saúde da Mulher. In: Plano integrado de enfrentamento da feminização da
epidemia de AIDS e outras DST. Brasília: Ministério da Saúde, 2009a. BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico, Brasília,
Ano VI nº 01 (Semana Epidemiológica, - Julho a Dez. de 2008 e Jan a Jun de 2009), 2009b. BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim
Epidemiológico. Brasília, Ano IV nº 01 (Semana Epidemiológica, - Julho a Dez. de 2014 e Jan e Jun de 2015), 2015. BRASIL. Ministério
da Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Projeto Nascer. Secretaria-Executiva, Programa Nacional de DST e Aids. – Brasília: Ministério
da Saúde, 2003. BRASIL. Ministério da Saúde. Recomendações para profilaxia da transmissão vertical do HIV e terapia anti-retroviral em
gestantes. Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Transmissão Vertical
do HIV e Sífilis: Estratégias para Redução e Eliminação, 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS
DE NOTIFICAÇÃO - SINAN. Aids - Notificações Registradas: banco de dados. CARVALHAES, F. F de. Subjetividade e Aids: doença e
militância na trajetória de mulheres hiv+. Arq. bras. psicol. vol.62 no.2 Rio de Janeiro 2010. LEMOS, L.M.D.; GURGEL, R.Q.; DAL FABBRO,
A.L. Prevalência da infecção por HIV em parturientes de maternidades vinculadas ao SUS. Rev Bras Ginecol Obstet. 2005;27(1):32-
6. MELO, M. C. de. Perfil Epidemiológico de Crianças e Adolescentes com SIDA: série histórica de 1985 a 2012. Rev Enferm UFSM
2013 Set/Dez;3(3):418-428. NOGUEIRA, S.A. Prefácio. In: ANDERSON, J.R.; LAMBERT, J.S.; NOGUEIRA, S .A. (or g. ) . Manual para o
acompanhamento clínico da gestante infectada pelo HIV. 2. ed. Rio de Janeiro, UFRJ, 1996. p. 13-4. REZENDE J, M. C. Obstetrícia
fundamental. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. SANTOS, N.J.S et al . A aids no Estado de São Paulo: as mudanças no
perfil da epidemia e perspectivas da vigilância epidemiológica. Rev. bras. epidemiol., São Paulo , v. 5, n. 3, p. 286-310, Dec. 2002 .
SPÍNDOLAI, T.; ALVES, C. F. Perfil de mulheres portadoras do HIV de uma maternidade no Rio de Janeiro. Rev. esc. enferm. USP vol.33
no.1 São Paulo Mar. 1999. VIEIRA, A.C.B.C. et al . Prevalência de HIV em gestantes e transmissão vertical segundo perfil socioeconômico,
Vitória, ES. Rev. Saúde Pública, São Paulo , v. 45, n. 4, p. 644-651, Aug. 2011 .
68