Page 64 - ANAIS_3º Congresso
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EIXO TEMÁTICO: Vigilância em Saúde TRABALHO 157
Percepção das condições de saúde entre estudantes de graduação
AUTOR PRINCIPAL: Débora Oro Ferrari | AUTORES: Taise Signorini, Carla Rosane Paz Arruda Teo, Maria Assunta Busato, Junir Antonio
Lutinski | INSTITUIÇÃO: Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó | Chapecó-SC | E-mail: debora.oro@hotmail.com
O conceito de saúde define-se a partir de aspectos sociais e econômicos, que entrelaçam percepções diferenciadas de acordo com cada período
histórico. Deste modo, as transformações da sociedade são também refletidas nas transformações do conceito de saúde (BRASIL, 2006). As
percepções de saúde emergem em cada sujeito a partir de parâmetros próprios, em função de suas vivências singulares (CZERESNIA; MACIEL;
OVIEDO, 2013). Este estudo tem como objetivo apresentar as percepções de saúde de acadêmicos de cursos de graduação. Trata-se de um
estudo quantitativo e transversal, cuja coleta de dados deu-se por meio de questionário autoaplicável. Os sujeitos concordaram em participar da
pesquisa mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
envolvendo seres humanos da Unochapecó (protocolo nº. 194.14). Participaram do estudo 90 acadêmicos de seis cursos de graduação (Ciências
Contábeis, Farmácia, Engenharia de Alimentos, Fisioterapia, Nutrição e Psicologia) de três Instituições de Ensino Superior, nos meses de setembro
e outubro de 2015. Observou-se uma predominância do sexo feminino (81,1%) e faixa etária de 20 a 39 anos (66,3%). Para 77,8% dos
entrevistados, a própria saúde foi percebida como boa ou muito boa quando comparada a pessoas da mesma idade. No mesmo contexto, 92,2%
dos estudantes afirmaram não possuir qualquer condição limitante para realizar suas atividades habituais. Embora a percepção de saúde tenha
sido predominantemente boa, 41,0% dos estudantes referiram possuir alguma doença previamente diagnosticada, prevalecendo as doenças
respiratórias (9,5%) e osteomusculares/articulares (7,4%). As maiores necessidades de saúde relatadas foram alimentação saudável e tempo para
atividade física. Conclui-se que, embora existam doenças perpassando a vida dos sujeitos, neste estudo, eles têm possuem consciência de suas
necessidades para melhorar a condição da saúde. Além disso, a maioria deles avalia seu estado de saúde como bom, considerando que a faixa
etária e o grau de escolaridade (PAVÃO; WERNECK; CAMPOS, 2013), são fatores que interferem diretamente nesta percepção. Palavras-chave:
Acadêmicos. Alimentação. Atividade física. Escolaridade.
Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de promoção da
saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. CZERESNIA, D.; MACIEL, E. M. G. de S.; OVIEDO, R. A. M. Os sentidos da saúde e da doença. Rio de
Janeiro: Editora Fiocruz, 2013. PAVÃO, A. L. B.; WERNECK, G. L.; CAMPOS, M. R. Autoavaliação do estado de saúde e a associação com fatores
ANAIS 3º CONGRESSO PARANAENSE DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA - 2ª MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
sociodemográficos, hábitos de vida e morbidade na população: um inquérito nacional. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 29, n.4, p.
723-734, abr. 2013.
EIXO TEMÁTICO: Vigilância em Saúde TRABALHO 158
Vulnerabilidades e riscos em saúde na percepção de
estudantes de graduação
AUTOR PRINCIPAL: Débora Oro Ferrari | AUTORES: Taise Signorini, Raquel Antunes de Mello, Maria Assunta Busato, Junir Antonio Lutinski |
INSTITUIÇÃO: Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó | Chapecó-SC | E-mail: debora.oro@hotmail.com
A vida contemporânea tem se revelado repleta de riscos e perigos (MARANDOLA; HOGAN, 2006). A vulnerabilidade leva em conta a dimensão
relativa ao indivíduo e o local social por ele ocupado (MUÑOZ SÁNCHEZ; BERTOLOZZI, 2007). Deste modo, a intersecção da vulnerabilidade física
com a vulnerabilidade social cria a paisagem dos riscos, que auxilia na compreensão e enfrentamento dos impactos causados (CUTTER, 2011).
O ingresso no ensino superior associa-se a um processo de transição que necessita ser bem alicerçado para que se possam identificar os fatores
de vulnerabilidade ou identificação das situações de risco (SEQUEIRA et al., 2013). Em vista disso, esta pesquisa teve como objetivo avaliar a
vulnerabilidade e os riscos em saúde na percepção de acadêmicos de cursos da área da saúde. Trata-se de um estudo quantitativo e transversal,
cuja coleta de dados deu-se por meio de questionário autoaplicável. Participaram do estudo 100 acadêmicos de cursos de graduação da área da
saúde, em uma universidade do oeste de Santa Catarina e outra no oeste do Paraná, no mês de março de 2016. Observou-se uma predominância
do sexo feminino (88%) e média de idade de 23,5 anos. Os principais riscos em saúde identificados pelos acadêmicos foram o ambiental (50%),
seguido do nutricional (34%) e de trabalho (26%). Nesse contexto, os fatores que predispõem aos riscos citados, na percepção dos estudantes,
são a rotina de estudos (42%), as condições de trabalho (33%) e a situação socioeconômica (28%). Para reduzir os riscos, os acadêmicos
apontaram o tempo (46%) como a principal necessidade, seguido da estabilidade financeira (34%) e atividades físicas ou de lazer (31%). Diante
disso, percebe-se que as condições e o local social ocupado pelos estudantes têm relevância quanto aos riscos em potencial a que estes estão
expostos, interferindo diretamente em seu estado de saúde (AYRES et al., 2012). A intensa rotina de estudos e de trabalho, bem como o ambiente
em que os estudantes estão inseridos acarretam na falta de tempo e de recursos financeiros para realizar outras atividades voltadas à saúde.
Esses fatores contribuem para ampliar a exposição dessa população a diversos riscos e reduzir sua capacidade de enfrentamento, tornando-os,
consequentemente, sujeitos mais vulneráveis. Palavras-chave: Ensino superior. População vulnerável. Perigos. Capacidade de enfrentamento.
Referências bibliográficas: AYRES, J. et al. Risco, vulnerabilidade e práticas de prevenção e promoção da saúde. In: CAMPOS, G.; MINAYO,
M.C.S.; AKERMAN, M.; DRUMOND JR, M.; CARVALHO, Y.M. (Org). Tratado de Saúde Coletiva. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2012. 871p. CUTTER, Susan
L. A ciência da vulnerabilidade: modelos, métodos e indicadores. Revista Crítica das Ciências Sociais, v.93, p.59-69, jun. 2011. MARANDOLA
JR, Eduardo; HOGAN, Daniel Joseph. As dimensões da vulnerabilidade. São Paulo em Perspectiva, v.20, n.1, p. 33-43, jan./mar. 2006. MUÑOZ-
SANCHEZ Alba Idaly; BERTOLOZZI, Maria Rita. Pode o conceito de vulnerabilidade apoiar a construção do conhecimento em Saúde Coletiva?
Ciência e Saúde Coletiva, v.12, n.2, p. 319-324, 2007. SEQUEIRA, Carlos et al. Vulnerabilidade mental em estudantes de enfermagem no ensino
superior: estudo exploratório. Journal of Nursing and Health, v.3, n.2 p.170-81, 2013.
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