Page 38 - 3º MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
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Eixo temático: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 099
As interfaces da Política Nacional de Humanização como mediador
na reestruturação do dispositivo assembleia no CAPS AD de Ponta
Grossa -PR
AUTOR PRINCIPAL: Michelle Claudino da Silva Takahashi | AUTORES: Maria de Fátima Lourenço, Patricia Mudrey, Silvana Cristina Santi,
Taís Rigoni | INSTITUIÇÃO: CAPS AD | Ponta Grossa - PR
O itinerário da assistência psiquiátrica no Brasil foi marcado pela segregação dos sujeitos. Atualmente há um avanço no fortalecimento da
democratização que ressignifica a assistência em saúde mental. Das mudanças, emergem a necessidade da implantação de dispositivos
inovadores, que as amparem, destaca-se a assembleia, um espaço para reflexão sobre as práticas de trabalho em saúde favoráveis à
democratização, tendo como alicerce os princípios da Política Nacional de Humanização. A definição de assembleia, que mais contempla
este trabalho é a de Camargo (2004) apud Brito (2006), que preconiza a participação do usuário como protagonista nos processos de
saúde, no intuito de, reconhecer cada sujeito como legítimos cidadãos de direitos, de modo a enaltecer e instigar a atuação destes na
produção de saúde. O objeto de estudo deste trabalho, visa assegurar um local para reflexão das demandas em saúde, construir uma
horizontalização das relações de poder no tratamento e promover o resgate do exercício da cidadania. Desta forma, criou-se um espaço de
diálogo, que propõe a problematização, a partir de pautas discutidas e deliberadas pelos presentes, sendo estas registradas em atas pelos
demandantes. A assembleia viabiliza uma avaliação constante da prática em saúde mental, evitando processos de inércia e oportuniza a
experiência de metodologias dinâmicas. Observou-se aumento da autonomia dos sujeitos à tomada de decisões, protagonização frente a
proatividade do levantamento das pautas sugeridas e resolutividades das propostas apresentadas. Há relatos dos pacientes, afirmando que
se sentem mais valorizados e pertencentes ao contexto institucional, assim firmam-se os princípios da Política Nacional de Humanização,
como descreve o Ministério da Saúde (2008) apud Nora & Jungs (2013): “A PNH visa efetivar-se nas práticas de saúde, juntamente com
os princípios do SUS, compondo uma política comprometida com os modos de fazer e operar os processos efetivos de transformações e
criações de realidades em saúde (...)”. O dispositivo utilizado propiciou um impacto no processo de trabalho dos profissionais com reflexo
na assistência à saúde que vai de encontro às diretrizes do SUS e a Política Nacional de Humanização. Por fim, a assembleia se constitui
como um importante exercício de dialética nas práticas de saúde mental, estas devem ser sistematizadas e incorporadas rotineiramente no
sistema transversal, para que se possa fortalecer o protagonismo e a autonomia dos usuários.
Referências: BRITO, Izaura Cunha. Refletindo sobre o dispositivo assembleia de usuários e profissionais nos equipamentos substitutivos de saúde. Trabalho de
conclusão do curso de Aprimoramento em Saúde Mental da Faculdade de Ciências Médicas-UNICAMP/SP. Campinas, 2006. NORA, Carlise Rigon Dalla; JUNGES,
José Roque. Política de humanização na atenção básica: revisão sistemática. Rev. Saúde Pública São Paulo, v. 47, n. 6,p. 1186-1200, Dez. 2013.
Palavras-chave: Protagonismo social; saúde mental; Política Nacional de Humanização.
Eixo temático: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 102
Tutoria na APS de Sengés – PR: o desafio da transformação.
AUTOR PRINCIPAL: Isaias Cantóia Luiz | AUTORES: Beatriz Moreira Vargas, Fernanda Gomes da Silva, Fabiane Alberti Lobo |
INSTITUIÇÃO: SESA 3ª Regional e SMS Sengés | Ponta Grossa - Paraná
Garantir acesso com qualidade a todos os usuários do SUS está previsto na Constituição de 1988. As necessidades atuais de atenção
à saúde da população exigem bases sólidas e integradas de organização, planejamento, gestão de pessoas, de recursos e também de
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processos compartilhados com a sociedade. O Estado do Paraná, a partir de 2011, decidiu por implantar as Redes de Atenção à Saúde.
Neste contexto a Atenção Primária à Saúde organizada em todo o território paranaense tem papel preponderante, uma vez que as equipes
se tornem efetivamente as coordenadoras do cuidado dos cidadãos em seu território. Em razão disso, a SESA buscou elaborar uma
metodologia que promovesse a aplicação dos conceitos na realidade de cada equipe, estabelecendo padrões e protocolos, organizando os
processos de trabalho, garantindo segurança ao usuário e à equipe que o atende e, por consequência, a melhoria da atenção, da satisfação
dos usuários e dos indicadores. A SESA denominou esse processo de Tutoria, que está organizada em etapas, com o objetivo de apoiar as
equipes para que cumpram os atributos e funções da APS. Sendo a primeira com foco no gerenciamento de risco para as equipes e para
os cidadãos, a segunda no gerenciamento dos processos para a melhora no cuidado, e a terceira focada no gerenciamento dos resultados
para melhorar os indicadores de saúde da população. O Paraná possuía em 2015 – conforme dados do CNES, 2664 unidades de atenção
primária, representando uma cobertura populacional de 67,4%. Nesse contexto, encontra-se o município de Sengés, que conta com uma
população de 19.373 habitantes e com indicadores sócio econômicos desfavoráveis. O município aderiu com a Unidade de Saúde da
Família São Pedro. Iniciamos o processo de tutoria em abril de 2016 estabelecendo uma agenda para que, ao final do ano a UBS fosse
certificada com o selo bronze. A proposta foi apresentada e validada por toda a equipe, coordenada pela enfermeira da UBS que já havia
participado de oficinas temáticas do APSUS. Técnicos da Regional avaliavam periodicamente o cumprimento das metas estabelecidas e
discutiam com o gestor local as melhorias estruturais a serem realizadas. Em dezembro de 2016, a unidade foi auditada pela equipe de
avaliadores externos, que constataram o cumprimento de todos os itens propostos para o selo bronze. Pudemos acompanhar a alegria da
equipe, que festejou o resultado e que se comprometeram com a continuidade do trabalho em busca da certificação prata no ano de 2017.
Referências: MENDES, E. V. As Redes de Atenção à Saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2011. PARANÁ. Secretaria de Estado da Saúde. Escola
de Saúde Pública do Paraná. Curso de Capacitação de Conselheiros Municipais e Estaduais de Saúde: Curitiba: Ithala, 2014. PARANÁ. Secretaria de Estado da
Saúde. A tutoria na APS. 2015 PARANÁ. Secretaria de Estado da Saúde. APSUS – Programa de Qualificação da Atenção Primária à Saúde do Paraná; Tutoria na
APS – selo Bronze. Manual operativo. 2016
Palavras-chave: Tutoria, Atenção Primária, Qualidade, Redes de Atenção à Saúde.
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