Page 42 - 3º MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
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Eixo temático: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 109
Revisão puerperal precoce: fragmentação das ações em saúde?
AUTOR PRINCIPAL: Juliana Vicente de Oliveira Franchi | AUTORES: Érica Mairene Bocate Teixeira; Áurea Fabrícia Amâncio Quirino;
Rosângela Pimenta Ferrari; Alexandrina Aparecida Maciel Cardelli | INSTITUIÇÃO: Universidade Estadual de Londrina-UEL | Londrina - PR
Introdução: O puerpério tem seu início logo após o nascimento do bebê e perdura por seis semanas após o parto. Trata-se de um período
crítico, de transição social, emocional e fisiológica para mulher e o recém-nascido. Objetivo: Realizar diagnóstico das ações programáticas
ofertadas às mulheres no puerpério imediato e da satisfação com o atendimento recebido. Método: Estudo transversal, aninhado em uma
coorte prospectiva, com 358 puérperas que realizaram revisão puerperal precoce ambulatorial na atenção primária, de agosto de 2013 a
março de 2014. Utilizaram-se técnicas de transcrição de dados documentais, relativos ao pré-natal e parto; observação não participante
no ambulatório e entrevista semi-estruturada no domicilio da puérpera após 42 dias do parto. Analisaram-se: historia obstétrica; adesão
a Revisão Puerperal Precoce Ambulatorial (RPPA); contrarreferência; profissional que prestou atendimento; condições psicoemocionais e
aleitamento; avaliação clínico-ginecológica; orientações a mulher; exame físico e peso do recém-nascido; realização da Revisão Puerperal
Precoce Domiciliar (RPPD); acompanhamentos ofertados na Unidade Básica de Saúde e satisfação das puérperas. Utilizou-se os Testes Qui-
quadrado e Exato de Fisher (p≤0,005) para busca de associações entre as variáveis independentes e a dependente [tipo de atendimento
recebido no puerpério imediato]. Resultado: Houve associação entre tipo de parto (p≤0,002) e a variável dependente. As mulheres
que realizaram a RPPA e a RPPD somaram 28,2%; 34,1% realizaram somente RPPA; 19,5% a RPPD; e 18,2% não receberam qualquer
atendimento. Na RPPA a avaliação da mamada (95,1%), lóquio (41,3%), orientação de aleitamento (66,8%) e autocuidado (75,3%) foram
insuficientes; 2,7% das puérperas foram contrarreferenciadas. Na RPPD evidenciaram-se a avaliação da mamada (49,7%), palpação do
abdômen (53,2%) e lóquio (67,8%). Foi baixa a orientação de aleitamento (49,7%) e agendamento da revisão puerperal tardia (53,8%).
Quanto à satisfação, 84,8% das puérperas ficaram satisfeitas com a RPPA e 67,8% insatisfeitas com a RPPD. Conclusão: O abandono das
mulheres na atenção primária revelou fragmentação da organização do serviço. Há necessidade de replanejamento das ações para que se
evitem custos desnecessários pela duplicidade de ações e melhoria na atenção à saúde da mulher.
Referências: ANGELO, Helena de Brito; BRITO, Rosineide Santana de. Consulta Puerperal: o que leva as mulheres a buscarem essa assistência? Rev. Rene,
Fortaleza, v. 13, n. 5, p. 1163-1170, 2012. Acesso em: 18 maio 2013. CHEN, Li et al. Coverage. Quality of and barriers to postnatal care in rural Hebei, China:
a mixed method study. BMC Pregnancy and Childbirth, [S.I.], v.14, n. 31, 2014.. Acesso em: 15 jun. 2013. KHANAL, Vishnu et al. Factors associated with the
utilization of postnatal care services among the mothers of Nepal: analysis of Nepal Demographic and Health Survey 2011. BMC Women’s Health, [S.I.], v. 14,
n. 19, 2014. Acesso em: 15 abr. 2014. SANTOS, Flávia Andréia Pereira Soares dos; BRITO, Rosineide Santana de; MAZZO, Maria Helena Soares da Nóbrega.
Puerpério e revisão pós-parto: significados atribuídos pela puérpera. Rev. Min. Enferm., v. 17, n. 4, p. 854-858, 2013.. Acesso em: 13 out. 2014. WORLD HEALTH
ORGANIZATION. Technical Consultation on Postpartum and Postnatal Care. Geneva, Switzerland. 2010. 56p.
Palavras-chave: Políticas Públicas de Saúde. Saúde da Mulher. Período Pós-Parto. Promoção da Saúde. Visita Domiciliar.
Eixo temático: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 111
Implantando o modelo de atenção às condições crônicas no
CISMEPAR/17a RS
AUTOR PRINCIPAL: Amelia Mikami Orikasa | AUTORES: Verushka Aparecida Silvério Teresa Oliveira; Felipe Assan Remondi, Néria Lanziani
Janeiro Egger; Maria Lúcia da Silva Lopes | INSTITUIÇÃO: Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema | Londrina - PR
A rápida transição epidemiológica observada no Brasil somada aos desafios do sistema de saúde na atenção a condições crônicas
originam aos usuários uma realidade repleta de idas e vindas, fragilidades em seu autocuidado, baixo controle de suas condições e, como
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consequência, complicações que limitam sua qualidade de vida e oneram os serviços de saúde. Para contrapor este contexto, a Secretaria
de Estado da Saúde do Paraná vem propondo a organização de Redes de Atenção à Saúde e a renovação do cuidado na atenção
especializada por meio de um Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC). Este modelo engloba a assistência multiprofissional,
com ênfase no autocuidado apoiado e integração permanente com a Atenção Básica para construção e execução de um plano de
cuidado compartilhado. Mais do que um serviço médico especializado, esta proposta visa a inversão do modelo assistencial. Na 17ª
Regional de Saúde, o Consórcio Intermunicipal (CISMEPAR) iniciou a implantação do MACC com a realização de reuniões de equipe,
visita técnica ao serviço que já desenvolvia este trabalho, levantamento detalhado da lista expectante dos casos que demandavam
atendimento especializado em cardiologia e endocrinologia, rodas de conversas entre os profissionais e início de atendimento com
duas unidades básicas de saúde credenciadas com selo bronze. Após o início de atendimento dos usuários projetou-se a ampliação do
modelo com a oferta de uma capacitação para outras dez unidades de saúde, dividida em três etapas: 1. Apresentação da proposta do
MACC; 2. Operacionalização do MACC e 3. Construção e execução do Plano de Cuidado compartilhado. Os resultados até a realização
das oficinas englobam quatro municípios e 125 pacientes atendidos, sendo que 30% dos usuários já apresentam resultados satisfatórios
e não houve nenhuma desistência até o momento. A realização das oficinas contou com 121 profissionais de 12 unidades básicas de
saúde e a adoção de metodologias ativas foi central no papel de mobilização dos atores para assumirem a necessidade de construção
de um novo modelo, diferente do atualmente ofertado. Neste percurso, inúmeros desafios foram identificados, naturais a uma mudança
como a proposta, sendo que a identificação de estratégias e a construção conjunta entre Regional de Saúde, CISMEPAR e Municípios são
fundamentais para delineamento de estratégias adequadas à localidade e capazes e apoiar a continuidade do processo.
Referências: MENDES, E. V. As redes de atenção à Saúde. Brasilia, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011 LINHA GUIA DE DIABETES – Curitiba: SESA
PR, 2014 LINHA GUIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL – Curitiba: SESA PR, 2014 MENDES, E. V. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o
imperativo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasilia, Organização Pan-Americana da Saúde, 2012
Palavras-chave: modelo de atenção às condições crônicas, plano de cuidado, atenção especializada, MACC, assistência multiprofissional,
autocuidado apoiado.
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