Page 366 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO EM SAÚDE
Implicações da Dieta nas Relações Sociais de Adolescentes Vegetarianos: uma
Revisão Integrativa
Autores: CILENE DA SILVA GOMES RIBEIRO; Camila Marlene Machado. Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Palavras-chave: vegetarianismo, adolescentes, impactos sociais
O ato de comer e de escolher a dieta em muito transcende a busca de nutrientes, assim, apesar de a alimentação ser necessária
à manutenção do corpo vivo, ela é, fundamentalmente, um fato social que prescreve o que se deve comer, quando, quanto e
de quais formas. Em torno da comensalidade, cada sociedade elabora um complexo sistema de regras dietéticas fundadas no
senso comum, que cria interdições para excluir do cardápio alimentos simbolicamente classificados como nocivos e perigosos
para a saúde. E é nesta perspectiva que o vegetarianismo se inclui. O termo vegetarianismo, de acordo com o senso comum,
é utilizado para se referir a uma dieta isenta de carnes. Adotar hábitos do vegetarianismo, numa sociedade carnívora, não é tão
simples, sendo as dificuldades apontadas por quem aboliu a carne das refeições são inúmeras, tais como encontrar produtos
de boa procedência, a falta de respeito às práticas e ideologias vegetarianas, bem como a falta de preparo de estabelecimentos
que comercialização refeições. Em virtude disso é que foi realizada revisão integrativa da literatura, sobre a adoção da prática
vegetariana e os impactos sociais sofridos por adolescentes vegetarianos. Para tanto foram utilizados como descritores os
termos “mudanças fisiológicas na adolescência”, “vegetarianismo e âmbito social”, “implicações sociais do vegetarianismo”,
“mudanças na adolescência” e “adolescentes vegetarianos” nas bases de dados Google Acadêmico e Scielo. Os critérios de
inclusão definidos para serem utilizados nesta revisão foram artigos e/ou textos originais, indexados nos referidos bancos
de dados, publicados nos últimos dez anos, nas línguas português, espanhol e inglês. Após devidas leituras, 48 referências
passaram a integrar esta pesquisa. Compilou-se em três categorias: [1] Mudanças na fase da adolescência; [2] Adolescente
vegetariano, desenvolvimento e questões nutricionais; [3] Ser vegetariano e implicações no âmbito social. A análise demonstrou
que a aceitação social da dieta vegetariana é fator impactante e significativa aos adolescentes, e que é comum que se sintam
e sejam excluídos e desrespeitados, o que os vulnerabiliza.
Insegurança Alimentar e Nutricional entre Trabalhadores: a Contradição de uma
Unidade de Alimentação e Nutrição
Autores: JENNIFER ELAINE SANTOS; Paula Martins Horta ; Sabrina Alves Ramos; Bruna Vieira de Lima Costa. Instituição: Universidade
Federal de Minas Gerais
Palavras-chave: Alimentação coletiva; Segurança alimentar; Saúde do Trabalhador
Introdução: Os Restaurantes Populares (RP) são equipamentos públicos de alimentação e nutrição que ofertam refeições
adequadas a preços acessíveis à população em situação de risco ou vulnerabilidade social. Trabalhadores de RP apresentam
perfil socioeconômico desfavorável, destacado pela baixa qualificação profissional, reduzida escolaridade e baixa remuneração.
Objetivo: analisar a ocorrência e os fatores associados à insegurança alimentar e nutricional (IAN) entre trabalhadores dos RP
de Belo Horizonte (MG) e, assim, buscar entender a contradição que existe entre atuar em uma unidade de alimentação e
nutrição e estar em IAN. Método:Trata-se de estudo transversal realizado com trabalhadores das quatro unidades dos RP em
funcionamento no município, de agosto a setembro de 2016. A insegurança alimentar (IA) foi identificada pela Escala Brasileira
de Insegurança Alimentar e a insegurança nutricional (IN) pela ocorrência de excesso de peso. Resultado: Participaram do
estudo 180 trabalhadores (taxa de resposta = 76%), sendo a maioria do sexo feminino (62,0%), sem companheiro (53,9%) e com
escolaridade de nível médio ou superior (61,7%). As prevalências de IA e IN foram de 24% e 66,7%, respectivamente. As chances
de se identificar IA foram 2,34 vezes maiores entre trabalhadores que consideraram sua qualidade de vida regular/ruim/
muito ruim e 62% e 74% menores entre os trabalhadores do 2º e 3º tercil (maior renda) da renda per capita, respectivamente.
Quanto à IN, indivíduos ?40 anos (OR=2,69, IC 95%: 1,33-5,43) e os manipuladores de alimentos (OR=3,62, IC 95%: 1,68-7,81)
tiveram mais chances de serem classificados com excesso de peso. Já os trabalhadores com maior renda per capita (3º tercil)
apresentaram menores chance de ter excesso de peso (OR=0,40, IC 95%: 0,17-0,96). Foi observada elevada prevalência de
IAN entre os trabalhadores dos RP. A IA foi associada à renda e a qualidade de vida e a IN à idade, renda e cargo. Conclusão:
Sugere-se implementar ações e estratégias de promoção de saúde no ambiente de trabalho, que incluam trabalhadores e
seus dependentes, a fim de melhorar a saúde e o bem-estar e evitar ocorrência ou progressão de doenças e fatores de risco.
Programas de incentivo à prática de atividades físicas, à alimentação saudável e ao controle do peso são focos importantes para
adoção de estilos de vida saudáveis.
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