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EIXO: ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO EM SAÚDE



                 Implicações da Dieta nas Relações Sociais de Adolescentes Vegetarianos: uma
                 Revisão Integrativa

                 Autores: CILENE DA SILVA GOMES RIBEIRO; Camila Marlene Machado. Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Paraná

                 Palavras-chave: vegetarianismo, adolescentes, impactos sociais
                 O ato de comer e de escolher a dieta em muito transcende a busca de nutrientes, assim, apesar de a alimentação ser necessária
                 à manutenção do corpo vivo, ela é, fundamentalmente, um fato social que prescreve o que se deve comer, quando, quanto e
                 de quais formas. Em torno da comensalidade, cada sociedade elabora um complexo sistema de regras dietéticas fundadas no
                 senso comum, que cria interdições para excluir do cardápio alimentos simbolicamente classificados como nocivos e perigosos
                 para a saúde. E é nesta perspectiva que o vegetarianismo se inclui. O termo vegetarianismo, de acordo com o senso comum,
                 é utilizado para se referir a uma dieta isenta de carnes. Adotar hábitos do vegetarianismo, numa sociedade carnívora, não é tão
                 simples, sendo as dificuldades apontadas por quem aboliu a carne das refeições são inúmeras, tais como encontrar produtos
                 de boa procedência, a falta de respeito às práticas e ideologias vegetarianas, bem como a falta de preparo de estabelecimentos
                 que comercialização refeições. Em virtude disso é que foi realizada revisão integrativa da literatura, sobre a adoção da prática
                 vegetariana e os impactos sociais sofridos por adolescentes vegetarianos. Para tanto foram utilizados como descritores os
                 termos  “mudanças  fisiológicas  na  adolescência”,  “vegetarianismo  e  âmbito  social”,  “implicações  sociais  do vegetarianismo”,
                 “mudanças na adolescência” e “adolescentes vegetarianos” nas bases de dados Google Acadêmico e Scielo. Os critérios de
                 inclusão  definidos  para  serem  utilizados  nesta  revisão  foram  artigos  e/ou  textos  originais,  indexados  nos  referidos  bancos
                 de dados, publicados nos últimos dez anos, nas línguas português, espanhol e inglês. Após devidas leituras, 48 referências
                 passaram a integrar esta pesquisa. Compilou-se em três categorias: [1] Mudanças na fase da adolescência; [2] Adolescente
                 vegetariano, desenvolvimento e questões nutricionais; [3] Ser vegetariano e implicações no âmbito social. A análise demonstrou
                 que a aceitação social da dieta vegetariana é fator impactante e significativa aos adolescentes, e que é comum que se sintam
                 e sejam excluídos e desrespeitados, o que os vulnerabiliza.



                 Insegurança Alimentar e Nutricional entre Trabalhadores: a Contradição de uma
                 Unidade de Alimentação e Nutrição

                 Autores: JENNIFER ELAINE SANTOS; Paula Martins Horta ; Sabrina Alves Ramos; Bruna Vieira de Lima Costa. Instituição: Universidade
                 Federal de Minas Gerais

                 Palavras-chave: Alimentação coletiva; Segurança alimentar; Saúde do Trabalhador
                 Introdução:  Os Restaurantes Populares (RP) são equipamentos públicos de alimentação e nutrição que ofertam refeições
                 adequadas a preços acessíveis à população em situação de risco ou vulnerabilidade social. Trabalhadores de RP apresentam
                 perfil socioeconômico desfavorável, destacado pela baixa qualificação profissional, reduzida escolaridade e baixa remuneração.
                 Objetivo: analisar a ocorrência e os fatores associados à insegurança alimentar e nutricional (IAN) entre trabalhadores dos RP
                 de Belo Horizonte (MG) e, assim, buscar entender a contradição que existe entre atuar em uma unidade de alimentação e
                 nutrição e estar em IAN. Método:Trata-se de estudo transversal realizado com trabalhadores das quatro unidades dos RP em
                 funcionamento no município, de agosto a setembro de 2016. A insegurança alimentar (IA) foi identificada pela Escala Brasileira
                 de Insegurança Alimentar e a insegurança nutricional (IN) pela ocorrência de excesso de peso. Resultado: Participaram do
                 estudo 180 trabalhadores (taxa de resposta = 76%), sendo a maioria do sexo feminino (62,0%), sem companheiro (53,9%) e com
                 escolaridade de nível médio ou superior (61,7%). As prevalências de IA e IN foram de 24% e 66,7%, respectivamente. As chances
                 de  se  identificar  IA  foram  2,34 vezes  maiores  entre  trabalhadores  que  consideraram  sua  qualidade  de vida  regular/ruim/
                 muito ruim e 62% e 74% menores entre os trabalhadores do 2º e 3º tercil (maior renda) da renda per capita, respectivamente.
                 Quanto à IN, indivíduos ?40 anos (OR=2,69, IC 95%: 1,33-5,43) e os manipuladores de alimentos (OR=3,62, IC 95%: 1,68-7,81)
                 tiveram mais chances de serem classificados com excesso de peso. Já os trabalhadores com maior renda per capita (3º tercil)
                 apresentaram menores chance de ter excesso de peso (OR=0,40, IC 95%: 0,17-0,96). Foi observada elevada prevalência de
                 IAN entre os trabalhadores dos RP. A IA foi associada à renda e a qualidade de vida e a IN à idade, renda e cargo. Conclusão:
                 Sugere-se implementar ações e estratégias de promoção de saúde no ambiente de trabalho, que incluam trabalhadores e
                 seus dependentes, a fim de melhorar a saúde e o bem-estar e evitar ocorrência ou progressão de doenças e fatores de risco.
                 Programas de incentivo à prática de atividades físicas, à alimentação saudável e ao controle do peso são focos importantes para
                 adoção de estilos de vida saudáveis.



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