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EIXO: ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO EM SAÚDE EIXO: ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO EM SAÚDE
Insegurança Alimentar em Escolares da Rede Estadual de Ensino de Curitiba/PR
Autores: ALINE DANIELA DA CRUZ E SILVA; Christiane Opuszka Machado; Doroteia Aparecida Hofelmann. Instituição: Universidade
Federal do Paraná
Palavras-chave: Segurança alimentar e nutricional; Adolescente; Fatores socioeconômicos
A Insegurança Alimentar (IA) é a falta de disponibilidade de alimentos de forma adequada e segura. O objetivo do estudo foi
investigar a prevalência de insegurança alimentar entre as famílias de adolescentes da rede estadual de ensino de Curitiba
e investigar sua associação com características demográficas, socioeconômicas e perfil de acesso e aquisição de alimentos.
Estudo transversal, com questionários a serem respondidos pelos pais ou responsáveis dos adolescentes de 30 escolas
estaduais, aleatoriamente sorteadas no município. A IA foi investigada por meio da escala reduzida. Haviam também questões
sobre características das compras e preparo das refeições. Associações entre as variáveis foram investigadas por meio dos
testes de qui-quadrado de Pearson e Mann-Whitney. As estimativas foram corrigidas para efeito do delineamento, e pesos
amostrais. Após exclusão de questionários por inconsistências de informações, foram analisados 238 questionários. A maioria
correspondeu ao sexo feminino (79,6%), com idade entre 30 a 39 anos (41,0%), e 8 anos ou mais de estudo (75,8%). A prevalência
de IA foi de 58,0% (IC95%: 44,6-71,2); maior para o sexo feminino (RP 1,48; IC95%: 1,01–2,18) e para a faixa etária de 30 a 39 anos
(RP 1,91; IC95%: 1,11-3,28). Em relação à renda, os participantes com até 1 salário mínimo (SM) tiveram maior prevalência de
IA, de 73,9%; de 1 a 2 SM prevalência de 56,0%; e com 3 ou mais SM de 54,7%. A prevalência de IA foi maior entre as famílias
que referiram realizar compras diariamente (86,7%) e entre as que referiram compras raramente (76,3%), comparados àqueles
que referiram realizar compras de 1 a 2 vezes na semana (49,1%); e maior chance de indicar o preço como maior dificuldade
para acessar os alimentos (65,1%), comparados à qualidade destes alimentos (36,1%). Participantes que apresentaram IA
classificaram a qualidade de frutas, hortaliças e carnes as quais tinham acesso como de pior qualidade do que aqueles que
estavam em segurança alimentar. Diante dos dados apresentados, verificamos alta prevalência de IA e que existem muitos
fatores socioeconômicos relacionados, podendo resultar em perdas na qualidade de vida destas famílias. Políticas públicas
devem ser mais efetivas a fim de garantir o direito à alimentação adequada por famílias em piores condições socioeconômicas.
Insegurança Alimentar em Mulheres Atendidas em Unidade de Saúde Especializada
Autores: FERNANDA MANERA; Doroteia Aparecida Höfelmann. Instituição: Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Palavras-chave: segurança alimentar e nutricional; estudos transversais; mulheres.
A insegurança alimentar (IA) é caracterizada pelo medo do indivíduo em relação à dificuldade no acesso aos alimentos, devido a
questões físicas, sociais ou econômicas. Observa-se maior prevalência de IA em domicílios chefiados por mulheres, sendo estas
um dos grupos mais vulneráveis à IA. As mulheres estão mais sujeitas aos vínculos informais de trabalho ou ao desemprego,
condições que favorecem a IA. O objetivo foi avaliar a prevalência de IA e sua associação com variáveis demográficas e
socioeconômicas em mulheres que procuram atendimento por mastologistas. Estudo transversal realizado com mulheres na
Unidade de Saúde Especializada Mãe Curitibana em Curitiba/PR. Foi aplicado um questionário com questões demográficas,
socioeconômicas, comportamentos relacionados à saúde, antropometria, autoavaliação de saúde e frequência de consumo
de alimentos. A Escala Brasileira de Insegurança Alimentar foi aplicada para avaliar a segurança alimentar no domicílio e a partir
do número de respostas positivas a situação domiciliar foi classificada em duas categorias (sem IA e com IA - agrupando as
categorias leve, moderada ou grave). A variável desfecho foi a IA e sua associação com as variáveis de exposição foi investigada
por meio da regressão de Poisson com ajuste robusto, com cálculo das razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança
de 95% (IC95%). Foram entrevistadas 183 mulheres, com média de idade de 51 anos (IC95%49,1-52,9), a maioria não era casada
(56,6%), morava em domicílio sem menores de 18 anos (70,0%), estudou 9 anos ou mais (57,4%) e possuía trabalho remunerado
(51,9%). A prevalência de IA foi de 25,1% (IC95%18,8-31,5%), apenas três mulheres foram classificadas em IA moderada e um
caso de IA grave. Na análise não ajustada observou-se associação da IA e as variáveis: domicílios com menor de 18 anos
(RP 2,13;IC95%1,31-3,46) e três ou mais filhos (RP 2,25;IC95%1,00-5,08). Após análise ajustada, permaneceu associada à IA a
variável presença de menores de 18 anos no domicílio (RP 1,73;IC95%1,06-2,82). Não foram encontradas diferenças significativas
nas variáveis: demográficas, socioeconômicas (escolaridade e trabalho remunerado), comportamentos relacionados à saúde
(atividade física, fumo e álcool) antropométricas, autoavaliação de saúde e consumo alimentar. Verificou-se elevada prevalência
de IA entre as mulheres, especialmente naquelas com menores de 18 anos no domicílio, grupo que deve ser priorizado nas
ações que visem promover segurança alimentar.
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