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EIXO: ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO EM SAÚDE EIXO: ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO EM SAÚDE
Mapeamento de Estabelecimentos Distribuidores de Alimentos Sem Glúten na
Regional do Boa Vista, Curitiba: Possíveis Desertos Alimentares para Doentes Celíacos
Autores: CILENE DA SILVA GOMES RIBEIRO; Isadora Caroline Damasio. Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Palavras-chave: desertos alimentares, doentes celíacos, alimentos sem glúten
Os desertos alimentares, em seu conceito, retratam espaços geográficos em que alimentos saudáveis à população não estão
disponíveis à mesma, seja pelo não acesso físico, financeiro e/ou pelo fato do desconhecimento da população quanto aos
espaços de distribuição. Por ser uma abordagem bastante voltada à alimentação, esta pesquisa objetivou identificar possíveis
desertos alimentares para pessoas que apresentam sua dieta restrita a alimentos com glúten, ou seja, pessoas com doença
celíaca, em uma regional administrativa e de abastecimento do município de Curitiba. Para tanto, foi realizada uma adaptação
do conceito de desertos alimentares, incluindo para este público a presença ou não de alimentos sem glúten, bem como a
variedade de produtos distribuídos e os valores financeiros dos mesmos. Tendo a espacialização dos bairros que pertencem
à regional em estudo, foram identificados, em primeira fase da pesquisa, todos os estabelecimentos que oferecem alimentos
e/ou produtos alimentícios à população, sendo eles: padarias, supermercados, mercados, lanchonetes, mercearias, postos
de gasolina, quitandas, farmácias e armazéns da família. Na segunda etapa da pesquisa, ocorreu a verificação in loco dos
estabelecimentos, com objetivo de identificar se eram disponibilizados alimentos e/ou produtos alimentícios direcionados ao
público celíaco, e suas variedades e preços de venda. Com essas informações e o mapeamento, as análises para reconhecer a
existência de desertos alimentares puderam ser realizadas, tendo sido caracterizada insegurança alimentar em determinados
espaços físicos da regional, seja porque os alimentos não estão disponíveis em muitas localidades, seja porque os valores
de aquisição são elevados para determinados estratos da sociedade, seja porque a variedade de alimentos não supre as
necessidades e desejos destes indivíduos. Como o doente celíaco tem como única forma de tratamento a dieta isenta em
glúten, não ter acesso a estes alimentos caracteriza-se como uma questão de insegurança alimentar e nutricional e um
desrespeito ao direito humano a alimentação adequada.
Marcadores de Consumo Alimentar e Características Socioeconômicas de Crianças
de 0 a 5 Anos de Unidades de Saúde da Família do Município de Curitiba-PR
Autores: LAÍS DOS SANTOS; Jhulie Rissato da Silva; Alexandra Stephanie Almeida Heylmann. Instituição: Secretaria Municipal da
Saúde de Curitiba-PR (SMS)
Palavras-chave: Hábitos alimentares; infância; ambiente Familiar
Introdução: Os primeiros anos de vida são particularmente importantes para o satisfatório crescimento e desenvolvimento
infantil, sendo os hábitos alimentares consolidados nesta fase (BRASIL, 2015). A formação de hábitos alimentares está
amplamente relacionada à disponibilidade e ao acesso aos alimentos, envolvendo valores culturais e também as bases sociais
da família (VITOLO, et al., 2005). Objetivo Geral: Avaliar os marcadores de consumo alimentar e características socioeconômicas
de crianças de 0 a 5 anos de Unidades de Saúde da Família do município de Curitiba-PR. Metodologia: Estudo transversal,
realizado em três Unidades de Saúde da Família de Curitiba-PR. Participaram do estudo 140 crianças de ambos os sexos, de zero
a cinco anos de idade, que frequentam as respectivas Unidades de Saúde periodicamente, cujos pais ou responsáveis aceitaram
participar da pesquisa, por meio de entrevistas, e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Para a coleta
de dados, aplicou-se o Questionário de Marcadores de Consumo Alimentar para crianças de zero a cinco anos, padronizado
pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Já para avaliação de características socioeconômicas, utilizou-
se um questionário estruturado elaborado pelos autores. Resultado: Verificou-se neste estudo famílias de vulnerabilidade
socioeconômica, caracterizadas por renda per capita menor que um salário mínimo (74,2%) e alto índice de desemprego entre
os entrevistados (75%). Entre as crianças de 0 a 6 meses, observou-se baixo índice de aleitamento materno exclusivo (3,6%),
e prática significativa de aleitamento materno misto, com consumo elevado de fórmulas infantis artificiais (60,7%). Entre as
crianças de 6 a 23 meses, observou-se consumo elevado de alimentos ultraprocessados, como bebidas adoçadas e/ou sucos
artificiais (62,2%), macarrão instantâneo e/ou salgadinhos de pacote (46,1%) no dia anterior à pesquisa. Já entre as crianças de 2
a 5 anos de idade, 63,3% delas consumiram hambúrguer e/ ou embutidos, 77,3% receberam algum tipo de bolacha recheada,
doces e/ou guloseima e 81,8% consumiram bebidas adoçadas e/ou sucos artificiais no dia anterior à pesquisa. Conclusões:
Ressalta-se a importância de ações de saúde do município de Curitiba-PR, voltadas à alimentação infantil adequada. Essas
ações devem ser trabalhadas entre as equipes de saúde e os familiares das crianças, de modo que o padrão alimentar das
crianças possa ser consolidado adequadamente.
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