Page 376 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO EM SAÚDE
Práticas Alimentares na Gravidez: Percepções das Gestantes Atendidas em uma
Unidade Básica de Saúde de Apucarana-PR
Autores: ALINE APARECIDA LIMA; Fábio José Antônio da Silva; Angélica Ferreira Domingues. Instituição: Autarquia Municipal de Saúde
de Apucarana/PR - Residência Multiprofissional em Atenção Básica/Saúde da Família
Palavras-chave: Gestantes; Alimentação; Pré-natal.
A inserção da assistência nutricional ao pré-natal se tornou uma grande aliada às gestantes, contribuindo na desmistificação das
práticas alimentares. Percebendo-se que os valores, mitos e a cultura alimentar refletem na alimentação durante a gravidez, o
objetivo do estudo foi analisar as percepções alimentares das gestantes entre o 1º e 2º trimestre gestacional, acompanhadas no
pré-natal, em uma Unidade Básica de Saúde do município de Apucarana-PR. O estudo adotou a pesquisa qualitativa, do tipo
exploratório, na qual se aplicou entrevista semiestruturada, compreendidas em seis perguntas norteadoras. As entrevistas foram
gravadas e transcritas na íntegra, com análise de conteúdo e fechamento amostral por saturação teórica. Participaram do estudo 8
gestantes adultas, de qualquer etnia e nível socioeconômico, iniciando o pré-natal entre o primeiro e segundo trimestre gestacional,
em uma unidade de saúde. Todas as participantes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, sendo o estudo
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Estudos Superiores de Apucarana. O período de coleta de dados foram
compreendidos entre os meses de março a junho de 2017. Foram norteados 4 eixos temáticos, os quais delinearam as percepções
acerca da cultura alimentar e crenças, das preferências, restrições e aversões alimentares, das práticas alimentares pré-gestacional
e na gravidez, bem como as perspectivas sobre o acompanhamento nutricional no pré-natal. Tornou-se evidente que as práticas
alimentares das gestantes possuem diversas conotações e subjetividades, difundidas através da mistificação e cultura familiar,
atrelados aos saberes populares e conhecimento empírico da alimentação na gravidez. Analisou-se que as gestantes reconhecem
a importância de adquirir constantemente hábitos alimentares saudáveis, principalmente, no período gestacional. Ressalta-se a
importância de elevar a compreensão das gestantes entre o 1º e 2º trimestre gestacional, a respeito do padrão alimentar diário e
sua influência no desenvolvimento fetal, surgimento de distúrbios metabólicos gestacionais, prematuridade, muito baixo peso ao
nascer, e complicações pós-parto, adotando-se ações educativas em alimentação e nutrição no pré-natal. Almeja-se que o estudo
desenvolvido incentive olhares holísticos às práticas alimentares na gravidez, integrando a equipe multiprofissional na inserção da
linha de cuidado às gestantes, no âmbito da saúde coletiva.
Programa Escola Integrada: Perfil Socioeconômico e Alimentar dos Estudantes
Autores: ROSANA MARIA CALAZANS JACQUES; Nayhara Castro Coury; Bruna Emanuella Benfica Cirilio; Bruna Vieira de Lima Costa;
Simone Cardoso Pereira Lisboa. Instituição: Universidade Federal de Minas Gerias e Prefeitura de Belo Horizonte
Palavras-chave: alimentação escolar; segurança alimentar e nutricional; políticas públicas
O Programa Escola Integrada (PEI) preconiza a ampliação das horas didáticas diárias, estendendo o tempo e as oportunidades
de aprendizagem de crianças e adolescentes do ensino fundamental nas escolas públicas. A maior permanência na escola,
por meio do PEI, permitirá que os escolares tenham o acesso a uma alimentação saudável e balanceada. Objetivo do estudo
foi avaliar o perfil socioeconômico e alimentar dos participantes do PEI. Trata-se de um estudo transversal, realizado com uma
amostra representativa dos alunos da rede municipal de Belo Horizonte, MG. Foram incluídos alunos matriculados no ensino
fundamental, do primeiro ao nono ano. Utilizou-se questionário semiestruturado, aplicado por entrevista face-a-face, que
englobou variáveis referentes ao perfil socioeconômico (sexo, idade, ano escolar, com quem reside), participação no Programa
Escola Integrada e perfil alimentar (se come a alimentação oferecida na escola; se traz ou compra alimentos próximos à escola,
que tipo de alimento costuma comprar) dos escolares. Análise estatística contemplou testes Qui-Quadrado ou Exato de Fisher,
com valor de significância de 5%. Do total de 3.846 escolares participantes, 50,2% eram do sexo feminino, com mediana de idade
de 11 anos (P25-P75: 9,0-13,0). Desse universo, 46,5% dos escolares estavam inscritos no PEI, sendo maior a participação entre
os meninos (49,6% vs. 43,5%; p<0,001), os alunos do ensino fundamental (primeiro ao quinto ano) (63,1% vs. 29,4%; p<0,001) e os
que não moravam com o pai (46,6% vs. 42,8%; p<0,001). Os escolares não participantes do programa traziam mais alimentos de
casa (51,5% vs. 48,5; p=0,012). Já os inscritos apresentavam maior adesão (96,7% vs. 77,5; p<0,001) e aceitação da alimentação
escolar (52,5% vs. 47,5%; p<0,001), e maior o hábito de comprar alimentos ultraprocessados, como biscoitos, bolachas e bolo
(53,3% vs. 46,7%; p<0,001) e bebidas açucaradas (51,4% vs. 48,6%; p=0,043). Resultado: fornecem sUBSídios para desenvolver
ações em educação alimentar e nutricional, incluindo escolares, familiares e trabalhadores da alimentação escolar, acerca dos
bons hábitos alimentares dentro e fora do ambiente escolar, valorizando a alimentação escolar, a fim de garantir a segurança
alimentar e nutricional dos próprios escolares.
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