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EIXO: ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO EM SAÚDE  EIXO: ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO EM SAÚDE



                 Programas e Ações de Segurança Alimentar e Nutricional para a População em
                 Situação de Rua de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

                 Autores: BRUNA EMANUELLA BENFICA CIRILIO; Aline Soleane Carmo Braga; Fernanda Cristina Tanaka; Giovana Ridolfi Aburachid;
                 Renata Lima Pereira. Instituição: Prefeitura de Belo Horizonte
                 Palavras-chave: Segurança Alimentar e Nutricional; população em situação de rua; assistência social
                 Diversos fatores sociais e subjetivos são determinantes para a condição de moradia nas ruas das grandes cidades. A construção de
                 políticas intersetoriais para atendimento dessa população é um desafio para os gestores e desperta a necessidade de conscientização e
                 garantia do seu direito à cidadania e dignidade. Dentre os direitos fundamentais está a alimentação, condição determinante para garantir
                 a segurança alimentar e nutricional (SAN). Este trabalho objetiva descrever as ações de SAN voltadas para a População em Situação de
                 Rua (PSR) de Belo Horizonte. Trata-se de um relato de experiência referente às ações de SAN voltadas à PSR do município, através de
                 resgate histórico da atuação do poder público municipal diante dos marcos legais de âmbito nacional. O último Censo de População em
                 situação de Rua e Migrantes de Belo Horizonte (2013) identificou 1.827 pessoas em situação de rua, em sua maioria homens (86,8%) com
                 idade média de 39,6 anos. Atualmente, estima-se que existam 4500 pessoas nessa situação. Desde 1994, o município executa programas
                 para minimizar a fome por meio da atuação da SUBSecretaria de Segurança Alimentar e Nutricional (SUSAN). Em 1997, iniciou-se a
                 oferta de alimentação à PSR por meio de parceria com entidades da sociedade civil nas Unidades de Acolhimento Institucional (UAI),
                 que oferecem até quatro refeições/dia e recebem acompanhamento periódico de profissionais que monitoram e orientam as boas
                 práticas na produção de refeições. Em 2017 foram servidas 752.195 refeições para os 932 beneficiários atendidos nessas unidades, o
                 que representou 20,7% desse público no município. Desde 2011 é garantido a PSR, com registro no Cadastro Único do governo federal,
                 o acesso à alimentação gratuita nos restaurantes e refeitório populares. Em 2013 foram servidas em média 647 refeições/dia, indicando
                 alcance de até 35,4% da PSR. Já em 2017, observou-se um aumento no número médio de refeições distribuídas ao dia (n=2044) com
                 atendimento de 45,4% desse público. Em Belo Horizonte destacam-se os avanços na criação e execução de leis e políticas públicas de
                 SAN para a PSR. O acesso à alimentação nos restaurantes populares e nas UAI são ações pioneiras quando comparadas ao cenário do
                 país, uma vez que a Política Nacional para a População em Situação de Rua foi criada apenas em 2009. Contudo, a identificação desses
                 cidadãos e a oferta de condições e oportunidades necessárias para reorganizar suas trajetórias de vida ainda são grandes desafios para
                 a gestão.



                 Projeto de Extensão “coisas de Mulher”: Falando Sobre Alimentação Saudável com
                 Adolescentes

                 Autores: JULIA CRISTINA DOS SANTOS; Eloysa Nezello Mosimann; Ionice Maria Amaral; Léia Viviane Fontoura; Thaís Ender Fagundes.
                 Instituição: Universidade do Vale do Itajaí

                 Palavras-chave: Educação Alimentar e Nutricional; Educação em Saúde; Promoção da Saúde
                 Coisas  de  Mulher  é  um  projeto  de  extensão  da  Universidade  do Vale  do  Itajaí,  que  envolve  docentes  e  discentes  dos  cursos  de
                 Enfermagem,  Nutrição  e  Psicologia.  É  realizado  em  Itajaí/SC,  na  Unidade  Básica  de  Saúde  (UBS)  do  bairro  Imaruí,  com  ações  de
                 educação, promoção à saúde e prevenção de doenças através de oficinas com adolescentes e mulheres em situação de vulnerabilidade
                 social.  As temáticas trabalhadas são escolhidas pelas participantes e algumas são sugeridas pela equipe extensionista conforme
                 necessidade. Este é o relato de um dos encontros com o grupo de adolescentes sobre alimentação saudável. Atualmente é notável o
                 crescimento dos índices de obesidade e Doenças Crônicas Não Transmissíveis derivados da alimentação inadequada (BRASIL, 2014),
                 sobretudo em grupos que vivem situações de vulnerabilidade e insegurança alimentar (OBHA, 2018). Outro fator importante é a influência
                 dos padrões corporais em adolescentes, afinal a adolescência está envolta por aspectos culturais e sociais (COSTA, MACHADO, 2014).
                 Através de material expositivo foi apresentada a pirâmide alimentar, mostrando a necessidade do consumo de cada grupo de alimentos
                 e as porções recomendadas. Para aprofundar o entendimento, estimular melhores escolhas alimentares e a participação das meninas,
                 foi utilizada a figura de um semáforo, em que o verde correspondia aos alimentos in natura, necessários em maior quantidade, o amarelo,
                 os  processados,  consumidos  com  cautela  e  o  vermelho,  ultraprocessados,  que  devem  ser  evitados.  Por  meio  desta  dinâmica  as
                 participantes classificaram figuras de alimentos de acordo com a cor, promovendo a troca de saberes. Os padrões de beleza e as dietas
                 da moda também foram discutidos, visto que as garotas comentaram que a mídia exalta o corpo magro e alto. Foram apresentadas
                 dietas de revista, alertando para os riscos da restrição de nutrientes essenciais para saúde, especialmente na adolescência, quando as
                 necessidades estão aumentadas. Foi realizado um quiz sobre dietas da moda, sendo a média de acerto 88%. Por fim, foram divididas
                 em quatro grupos e cada um construiu a pirâmide alimentar com cartolina e imagens de alimentos, baseando-se no que aprenderam.
                 Percebeu-se que dois grupos não posicionaram corretamente apenas dois alimentos dos 21 utilizados. Os resultados e o envolvimento
                 das adolescentes durante a oficina sugerem que o objetivo foi atingido e que estas dinâmicas podem ser aplicadas para estimular a
                 alimentação saudável entre adolescentes.

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