Page 392 - ANAIS_4º Congresso
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EIXO: INFORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO E DIREITO EM SAÚDE
Relato de Experiência do Trabalho com Adolescente Hospitalizada a Partir de
Recursos Expressivos
Autores: DEBORA LYDINÊS MARTINS CORSINO; Fabiola da Silva Miranda; Silvia Nogueira Cordeiro; Rosely Jung Psicchio. Instituição:
Universidade Estadual de Londrina
Palavras-chave: Adolescência; Recursos expressivos; Psicologia.
Caracterização do problema: Trata-se de um relato de experiência, de atendimentos psicológicos realizados com uma
adolescente de 12 anos, em um hospital escola, a partir de recursos artísticos expressivos. A adolescente passou por 40 dias
de internação devido ao diagnóstico de Pioderma gangrenoso. Fundamentação teórica: A doença caracteriza-se como
“uma dermatose autoimune crônica” (BERNARDES et al., 2016, p. 97), e se manifesta a partir de “ lesões cutâneas ulceradas e
dolorosas” (KONOPKA et al., 2013, p. 25). Sabe-se que a terapêutica com adolescentes em hospitais é permeado por fatores que
dificultam o tratamento, pois além de serem retirados de seus espaços de convívio social, vivem uma fase que é marcada por
diversas transformações no corpo, e que frequentemente não recebem assimilação simbólica. Além disso, são submetidos a
procedimentos desconhecidos que podem desencadear medo e insegurança. Ademais, adolescentes possuem dificuldades
em comunicar e expressar em palavras os impactos que a experiência causa, o que pode gerar conflitos internos a respeito
da condição de saúde. Por fim, é válido ressaltar que pacientes que possuem doenças autoimunes possuem carência de
recursos simbólicos para elaboração dos acontecimentos da vida, e portanto o trabalho com recursos expressivos é uma via
pertinente que convoca o sujeito a verbalizar sobre os sentimentos despertados pelo adoecimento. Descrição da experiência:
Durante o período de hospitalização da paciente foram realizados 16 atendimentos psicológicos, com média de duração de
30 minutos. Os principais recursos utilizados foram lápis de cor, tinta, argila e folhas sulfite. Em alguns momentos era solicitado
que a adolescente desenhasse livremente seus sentimentos, em outros eram realizadas atividades guiadas. Foi priorizado
retirar a paciente do leito, e ocupar outros espaços do hospital para os atendimentos. Efeitos alcançados: Com o decorrer dos
atendimentos, a paciente tornou-se mais participativa das atividades propostas pela psicóloga, além de começar a verbalizar
de forma livre sobre como se sentia sobre a doença, hospitalização e tratamento. Recomendações: Desta forma, entende-se
que o uso de recursos expressivos no atendimento de adolescentes, e que possuem doenças autoimunes, é proveitoso e
garante uma via de verbalização e escuta das possíveis ansiedades e fantasias geradas pelo diagnóstico e intervenção.
Resultados Observados dos Processos de Educação em Saúde em uma Maternidade
de Risco Habitual, Curitiba-PR
Autores: BIBIANA AMARAL PAVIANI; Camila Carla de Paula Leite; Bruna Daniela Batista. Instituição: Maternidade Bairro Novo/FEAES
Palavras-chave: Educação em saúde; Enfermagem Obstétrica; Residência
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), educação em saúde é a construção de conhecimento em saúde por meio
de processos que visam educar a população sobre a temática, contribuindo para a autonomia do indivíduo no seu processo
de cuidado¹. Igualmente, o torna colaborador na tomada de decisões². Este estudo tem como objetivo relatar o impacto e as
mudanças no processo de parto e nascimento das usuárias que participaram das ações de educação em saúde. A evolução da
obstetrícia propiciou a redução da morbimortalidade materna e neonatal, porém transformou o parto, de processo fisiológico,
para patológico. As consequências desta transformação são expressas nos altos índices de intervenções rotineiras e, por vezes
desnecessárias. Levando em consideração o cenário obstétrico nacional, em 2016 a Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no SUS – CONITEC listou práticas que devem ser adotadas durante o processo parturitivo. Dentre elas, a mulher
precisa ser tratada com respeito, ter acesso às informações e ser incluída na tomada de decisões³. A Maternidade em questão
atende gestantes de risco habitual e é a referência para 23 unidades de saúde. Segue as boas práticas de atenção ao parto e
nascimento preconizadas pela Rede Cegonha e OMS. A visita da gestante (12 ao mês) e a consulta de plano de parto (60 ao
mês) são ações de educação em saúde desenvolvidas no local pelos enfermeiros e residentes de enfermagem obstétrica.
A visita é feita no formato de grupo e o plano de parto individual, ambas com presença do acompanhante desejado pela
mulher. São discutidos nestes momentos: sinais de alerta, trabalho de parto, parto ativo, métodos alternativos para alívio da
dor, papel do acompanhante, protocolos institucionais e direitos da mulher. Na consulta individual, é ofertado um modelo de
plano de parto onde são elencados os desejos da mulher, assinado e anexado na carteirinha da gestante. Na residência em
enfermagem obstétrica, ao entrar em contato com o serviço de Pronto Atendimento e Centro Obstétrico, foi possível observar
que as mulheres participantes destas ações de educação em saúde procuraram a maternidade em um momento mais ativo
do trabalho de parto e tinham maior aceitabilidade dos métodos não farmacológicos para alívio da dor. Portanto, as ações de
educação em saúde têm importante impacto na redução de internamento precoce, intervenções desnecessárias, aumento da
autonomia e satisfação da mulher corroborando com as diretrizes preconizadas pelo MS.
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