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EIXO 3 Atenção Primária à Saúde
TRABALHOS DE PESQUISA EM SAÚDE
SAÚDE MENTAL DA POPULAÇÃO AUTISTA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19
Autores: DANIEL DE GODOY ANDREIS | Marília Pinto Ferreira Murata. Instituição: Universidade Federal do
Paraná
PALAVRAS-CHAVE: Transtorno do Espectro Autista; Qualidade de Vida; Saúde Mental.
Introdução: projeto de pesquisa com enfoque na saúde mental do público autista e como esta foi afetada durante o período de
pandemia da COVID-19. Objetivos: analisar como o período pandêmico afetou a saúde mental das pessoas dentro do Espectro
Autista e discutir possíveis mecanismos para reverter essas consequências negativas. Método: foi desenvolvido um formulário
via GoogleForms, a ser respondido pelas pessoas dentro do Espectro Autista em relação à vivência do próprio autista, com
perguntas que caracterizavam o perfil sociodemográfico da doença (levando em conta a escassez de dados como esses no
Brasil), o acesso do público autista à saúde e os desafios advindos com a pandemia para a manutenção do bem estar mental
dessa população. Resultados/Discussão: 34 pessoas com autismo participaram da pesquisa, sendo que a maioria pertencia
ao sexo feminino (85,3%), tinha de 18 a 30 anos (64,7%), renda familiar mensal de até 5 salários mínimos (75,7%) e grau de
escolaridade correspondente a graduação incompleta (38,2%). Quando questionados sobre sua saúde e qualidade de vida,
85,3% dos participantes classificou sua saúde mental como “razoável” ou “ruim” durante o período de pandemia, 73,5% afirmou
ter se sentido mais ansioso(a), 58,1% alegou ter tido “dificuldade para se concentrar” e 22 participantes notaram aumento na
irritabilidade, dados que alertam quanto à recorrência de prejuízos à saúde mental da população autista durante a pandemia.
Além dessas consequências negativas à qualidade de vida, é notável que esses danos à saúde mental das pessoas autistas
também se refletiram nas características típicas da doença, já que 60,5% dos entrevistados percebeu manutenção ou aumento
das estereotipias (movimentos intencionais e repetitivos sem finalidade e não relacionados a um transtorno identificado) e
manutenção ou aumento da aversão a alimentos, texturas, sons e luz, reforçando a importância de uma atenção especial para
a garantia de uma saúde mental plena aos autistas. Conclusões: Percebe-se, portanto, que a pandemia da COVID-19 gerou
prejuízos à saúde mental do público autista e, como consequência, também resultou na manutenção ou intensificação de
sintomas típicos do autismo. Em vista disso, é notável a importância de haver uma maior atenção a esse grupo social e a garantia
de um atendimento específico no âmbito da saúde mental para melhorar a qualidade de vida dos autistas e para garantir a
regressão dos sintomas típicos da doença no período pós-pandemia.
CONHECIMENTO SOBRE AS RECOMENDAÇÕES DE ATIVIDADE FÍSICA RELATADO POR
PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Autores: JOSUE MENDES DOS SANTOS | Alice Tatiane da Silva, Claudia Heller Cunha Guimarães, Camila Suota,
Rogério César Fermino. Instituição: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
PALAVRAS-CHAVE: Atividade Física; Profissionais de Saúde; Atenção Primária à Saúde;
Introdução: O aconselhamento é uma importante ferramenta para a promoção da atividade física na Atenção Primária à
Saúde e a sua realização pode estar associada ao conhecimento dos profissionais. Objetivo: Descrever o conhecimento dos
profissionais sobre as recomendações de atividade física para a saúde. Métodos: Este estudo foi conduzido entre os anos de
2019 e 2020, em que foram entrevistados 148 profissionais de saúde (44 médicos, 45 enfermeiros e 59 agentes comunitários
de saúde) que atuavam em 15 Unidades Básicas de Saúde da zona urbana de São José dos Pinhais, Paraná. O conhecimento
sobre as recomendações da atividade física foi levantada com duas questões: “Como você considera o seu conhecimento
sobre as recomendações de AF?” (muito ruim, ruim e moderado/ bom e muito bom) e “Você conhece as recomendações de AF
moderada ou vigorosa?” (não/sim). O conhecimento sobre as recomendações de AF moderada e vigorosa foi avaliado utilizando
duas questões: “Qual é a frequência semanal mínima que o indivíduo deve realizar AF moderada/vigorosa?” multiplicada pelo
resultado da questão: “Qual o tempo mínimo recomendado de AF moderada/ vigorosa?” (reportou de maneira correta – não/
sim). As recomendações consideradas neste estudo foram as preconizadas pela Organização Mundial da Saúde que estimulam a
prática de pelo menos 150 minutos de AF moderada ou 75 minutos de AF vigorosa por semana. A análise de dados foi realizada
com teste de qui quadrado para heterogeneidade (p<0,05) e estratificada de acordo com a categoria profissional. Resultados/
discussão: Cerca de 68% dos profissionais consideram como ruim/moderado o conhecimento sobre as recomendações de AF
(p=0,855), isso comparado entre as categorias. Cerca de 70% dos profissionais relataram conhecer as recomendações sobre
AF moderada à vigorosa (p=0,242), apenas 5% dos entrevistados reportaram de maneira correta as recomendações para AF
moderada, sendo mais frequente entre os médicos (11%) quando comparados aos enfermeiros (4%) e agentes comunitários
de saúde (2%) (p=0,035). Não houve relato correto quando considerada a AF de intensidade vigorosa. Conhecer os conteúdos
relacionados à AF, entre eles as recomendações, é fundamental para que o profissional de saúde se sinta capacitado a realizar
o aconselhamento. Futuros estudos poderiam propor uma intervenção com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre AF.
Conclusão: É baixa a prevalência de profissionais de saúde que conhecem as recomendações de AF para a saúde.
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