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EIXO 3   Atenção Primária à Saúde
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                                  ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE DA POPULAÇÃO AUTISTA
                   Autores: DANIEL DE GODOY ANDREIS | Marília Pinto Ferreira Murata. Instituição:  Universidade Federal do
                   Paraná
                 PALAVRAS-CHAVE: Transtorno do Espectro Autista; Qualidade de Vida; Políticas Públicas.
                 Introdução: projeto de pesquisa com enfoque na atenção primária à saúde entre a população autista. Objetivos: analisar quais
                 as dificuldades vivenciadas pelos autistas no acesso à saúde e os efeitos da pandemia da COVID-19 sobre a promoção do cuidado
                 a esse grupo social. Método: foi aplicado um formulário via GoogleForms, a ser respondido pelos cuidadores de pessoas dentro
                 do Espectro Autista em relação à vivência destas, com perguntas sobre o perfil sociodemográfico da doença (tendo em vista a
                 escassez de dados nesse âmbito no Brasil), o acesso do público autista à saúde e os prejuízos advindos com a pandemia para a
                 qualidade de vida dessa população. Resultados/Discussão: 143 responsáveis por autistas participaram da pesquisa, sendo que
                 a maioria pertencia ao sexo feminino (98,6%), tinha entre 20 e 37 anos de idade (79%), grau de escolaridade correspondente à
                 graduação completa (49,3%) e possuía renda familiar mensal de até 5 salários mínimos (67,2%), sendo que 37,1% recebiam de 1
                 a 3 salários mínimos. Quando questionados sobre a pessoa com autismo sob sua responsabilidade, assinalaram que a maioria
                 tem entre 0 e 5 anos de idade (74,8%), é do sexo feminino (71,3%), faz algum tipo de acompanhamento de saúde (69,9%),
                 principalmente com neuropediatras, terapeutas e psicólogos, e grande parte realiza acompanhamento em clínica particular
                 com profissionais específicos (67,9%). Já sobre os motivos que dificultaram ou impediram a procura ao atendimento de saúde,
                 destacam-se: “demora no agendamento de consultas ou exames” (35,1%) e “baixa condição financeira e/ou alto custo dos
                 serviços” (23,1%), além da própria “pandemia da COVID-19” (25,4%). Tendo em vista a importância de um acompanhamento
                 profissional na atenção primária à saúde das pessoas autistas e as principais causas que dificultam o atendimento adequado,
                 destacadas pelos responsáveis, nota-se a importância de ampliar as políticas públicas direcionadas a esse grupo para garantir
                 uma qualidade de vida digna aos autistas. Conclusões: apesar de 67,2% dos entrevistados ter renda familiar mensal de até
                 5 salários mínimos, 67,9% alegam recorrer ao acompanhamento em clínica particular, dados que revelam a necessidade de
                 melhorias no sistema de saúde público para atender os autistas. Somam-se a isso os motivos que os entrevistados afirmaram
                 serem as causas da dificuldade de procura ao atendimento de saúde, reforçando a importância de uma melhoria na atenção
                 primária à saúde desse grupo.




                    MAPEAMENTO DOS PROFISSIONAIS NUTRICIONISTAS VINCULADOS AS EQUIPES DA
                      ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE DO PARANÁ
                   Autores: NATHALIA ASSIS AUGUSTO | Endayra Vitória Santos Pereira, Damares de Paiva Thomazzetti, Cristiane
                   de Melo Aggio, Lucélia Justino Borges, Mathias Roberto Loch. Instituição:  Universidade Estadual de Londrina
                 PALAVRAS-CHAVE: Atenção Básica, Equipe de Saúde, Profissional de Saúde
                 Introdução: A promoção de práticas alimentares saudáveis é uma ação importante para a promoção da saúde e qualidade de
                 vida da população, sendo este um propósito da Política Nacional de Alimentação e Nutrição. O nutricionista é o profissional apto
                 para ordenar essas ações na Atenção Primária a Saúde (APS), porém, a presença deste profissional em municípios pequenos
                 é pouco explorada. Objetivo: Mapear o vínculo de profissionais nutricionistas nas equipes de APS em municípios de pequeno
                 porte no estado do Paraná. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, com dados secundários, considerando os municípios
                 de pequeno porte (<20.000 habitantes) do estado do Paraná, segundo o censo demográfico de 2010. A pesquisa faz parte do
                 projeto financiado pelo PPSUS intitulado “Acesso ao tratamento multi e interprofissional e adesão ao tratamento em pessoas
                 com DCNT, em municípios de pequeno porte do estado do Paraná”. Para contabilizar os nutricionistas vinculados às equipes
                 de APS dos municípios, primeiramente foi consultado em relatórios públicos da plataforma e-Gestor AB os estabelecimentos
                 de saúde que receberam incentivo financeiro federal em dezembro de 2021, e posteriormente, pelo CNES-Datasus, verificado
                 o número de nutricionistas vinculados às equipes destes estabelecimentos em maio de 2022. Os dados foram tabulados e
                 analisados descritivamente, segundo as Macrorregiões  de Saúde do estado (Norte, Noroeste, Oeste e Leste).  Resultados:
                 Entre os 312 municípios de pequeno porte do Paraná, dois não tinham dados sobre estabelecimentos de saúde no CNES, com
                 isso, foram considerados 310 municípios. Foram encontrados 119 nutricionistas vinculados às equipes da APS. A maioria dos
                 municípios (64,1%) não tinham nutricionistas cadastrados nas equipes de APS, 33,7% apresentaram um nutricionista e 2,2%
                 apresentaram dois nutricionistas. Nenhum dos municípios tinha três ou mais nutricionistas cadastrados em equipes da APS. A
                 Macrorregional Oeste foi a que apresentou maior cobertura desse profissional, com 48,5% dos municípios de pequeno porte
                 contendo pelo menos um nutricionista cadastrado em equipes da APS, seguido pela Macrorregião Noroeste (38,7%), Leste
                 (29,2), e Norte (28,4%). Conclusão: No Paraná, a maioria dos municípios de pequeno porte não dispunha de um profissional
                 da nutrição vinculado às equipes da APS, e a Macrorregional Oeste foi a que apresentou a maior frequência de nutricionistas
                 vinculados às equipes de APS.



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