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EIXO 4 Participação Comunitária e Controle Social em Saúde/ Direito em Saúde, Saúde Internacional, Bioética
TRABALHOS DE PESQUISA EM SAÚDE
EM BUSCA DOS DIREITOS A SAÚDE NA RUA
Autores: LEIDE DA CONCEIÇÃO SANCHES | João Victor da Silva. Instituição: Faculdades Pequeno Príncipe
PALAVRAS-CHAVE: Pesquisa Qualitativa. Pessoas em Situação de Rua. Organizações.
Estudo sobre direitos fundamentais, nos quais se inclui o direito à saúde na rua no contexto pandêmico. Indaga-se se os
indivíduos em situação de rua têm acesso ao sistema básico de saúde e se são tratados como a população em geral, com
as mesmas formas de acesso. Objetivou-se apreender o debate da saúde inserido nas discussões sobre acesso aos direitos
humanos, pela população em situação de rua; efetivar educação em saúde para grupos de direitos humanos, que trabalham
com a população em situação de rua, e dos próprios indivíduos em situação de rua inseridos nestes movimentos. É uma
pesquisa participante, com diário de campo e entrevistas semiestruturadas. A forma de se “observar” se deu pela inserção
nos locais onde havia debates sobre esta população, de forma a intervir no campo estudado por meio de propostas de ações
educativas e reuniões com organizações com a finalidade de se apreender como estes debates acontecem, quem são os
seus atores e o que é debatido. Este trabalho se deu sob a ótica do pensamento crítico, da educação em saúde, da promoção
em saúde, no direito à autonomia dos indivíduos e no paradigma educacional de Paulo Freire. Foram realizadas mais de
20 reuniões com representantes de entidades, secretarias e movimentos da população em situação de rua. Percebeu-se a
dificuldade de acesso à prevenção à Covid-19, pelas condições mínimas de higiene, acesso à água, máscaras e álcool gel,
dificuldades de acesso a consultas por falta de endereço residencial, falta de informação direcionada ao contexto desse
grupo, receio em receber vacina associada a crenças como ser cobaia de teste das vacinas ou que ela teria a finalidade de
eliminar esta população. Com isto foi possível participar de ações de defesa de direitos, de promoção e educação em saúde
e garantia de direitos para esta população. A presença do pesquisador como ator ativo nos debates permitiu auxílio em
encaminhamentos que tratam da saúde desta população, tendo como resultados a elaboração de materiais educativos com
recomendações sobre a prevenção da Covid-19, articulando ações para intervenções junto ao poder executivo e legislativo do
estado do Paraná como por exemplo ações contra o fechamento de acolhimentos para esta população. Conclusão: A ação
coordenada com organizações não governamentais pleiteou a garantia de direitos básicos e acesso à saúde e informação
direcionadas às especificidades desta população.
DESVENDANDO O CENÁRIO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO INÍCIO DA PANDEMIA DE
COVID-19: DADOS DO INSTITUTO MÉDICO LEGAL DO MUNICÍPIO DE CURITIBA/PARANÁ
Autores: CAROLINE SOUZA DOS SANTOS | Auristela Duarte Moser, Ádelin Olívia Lopes Joly Rodrigues,
Amanda de Souza Ferrari, Fernanda Maria Cercal Eduardo, Juliana Schaia Rocha Orsi. Instituição: Pontifícia
Universidade Católica do Paraná
PALAVRAS-CHAVE: Violência Doméstica; Violência contra a Mulher; Saúde da Mulher
Introdução: A violência contra mulher é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), prioridade em saúde, é um
fenômeno social e seus conflitos de interesse pautados na dominação agem no caminho oposto ao diálogo. Neste cenário,
destaca-se a violência doméstica. Objetivo: Caracterizar as vítimas, circunstâncias e relações que contextualizam os casos
de violência doméstica contra a mulher, de mulheres atendidas no Instituto Médico Legal (IML) da cidade de Curitiba/Paraná.
Métodos: Trata-se de uma pesquisa quanti- qualitativa, com base no banco de dados colhidos de laudos do IML, no período
de janeiro a abril de 2020. A coleta foi realizada por meio de formulário eletrônico elaborado no sofware Qualtrics e os dados
analisados pela Técnica de Análise de conteúdo Temática de Bardin. Resultados/Discussão: Foram atendidas neste período
527 mulheres vítimas de agressão. Destas, 274 foram vítimas de violência doméstica. O perfil caracterizou-se na maioria por
mulheres entre 20 a 40 anos, solteiras, e que tiveram como principal agressor o companheiro. A análise qualitativa gerou
3 categorias: agressões recorrentes e falta da busca de atendimento após agressão; agressão e vulnerabilidade; agressões
de maior gravidade e risco de feminicídio. Conclusão: As vítimas são jovens de 20 a 40 anos, solteiras, brancas, e têm como
principal agressor o companheiro ou ex-companheiro. Muitas não buscam atendimento após as agressões denotando uma
relação com a recorrência delas demostrando fragilidades na rede de atenção e aumento do risco para essas mulheres.
Dentro deste contexto, é de suma importância reforçar os investimentos em políticas públicas para o acolhimento destas
vítimas, passando pela capacitação de profissionais com equipe interdisciplinar, além de campanhas de sensibilização,
peças-chave para prevenção.
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