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EIXO 4   Participação Comunitária e Controle Social em Saúde/ Direito em Saúde, Saúde Internacional, Bioética
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               ASSISTÊNCIA HUMANIZADA À GESTANTE: ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA COMO COADJUVANTE
                                         NO PROCESSO DO TRABALHO DE PARTO

                  Autores: LAIZ MANGINI CICCHELERO | Merielly Kunkel, Yone Onuma, Aline Evans Oliveira Bitencourt, Fernanda
                  Regina Guimarães Rosa, Erica Alves Ferreira Gordillo. Instituição:  Universidade do Oeste do Paraná - UNIOESTE
                  Foz do Iguaçu
               PALAVRAS-CHAVE: Parto Humanizado; Humanização da Assistência; Serviço Hospitalar de Fisioterapia.
               Introdução: O programa de humanização do parto e nascimento lançado no ano de 2000 pelo Ministério da Saúde, estimula a
               participação mais ativa da gestante de baixo risco durante o processo de parturição, incentivo ao parto vaginal e assistência menos
               intervencionista. A presença do fisioterapeuta valoriza a responsabilidade da gestante no processo, estimulando a consciência de
               que seu corpo ativo pode ser uma ferramenta para facilitar o processo do trabalho de parto. Objetivo: Demonstrar a atuação
               da fisioterapia no acompanhamento do trabalho de parto. Metodologia: Estudo descritivo realizado no período de fevereiro a
               março de 2022 através dos dados de acompanhamentos de profissionais da fisioterapia junto às gestantes no trabalho de parto
               num hospital de Foz do Iguaçu, Paraná. Grupo 1 (G1) acompanhamento do início ao final, Grupo 2 (G2) acompanhamento no início
               e Grupo 3 (G3) acompanhamento no final. O acompanhamento da gestante consistia na realização de exercícios respiratórios,
               massoterapia, termoterapia, alternância  de  posições, exercícios com o  auxílio  da  bola  suíça  e eletroterapia. Os  dados  foram
               transcritos e analisados em planilha obtendo médias e frequências das variáveis. Resultados/Discussão: Foram acompanhadas
               248 gestantes no período (G1-82, G2-81 e G3-85 gestantes), com idade média de 25,5 anos. Ao comparar as médias de partos
               normais entre os grupos, verificou-se que no Grupo 1, das mulheres acompanhadas durante todo o período gestacional, 92%
               (76) das evoluíram para o parto vaginal, já no Grupo 2 foram 48% (38) e no Grupo 3, com acompanhamento no final na gestação,
               68% (39). Quanto à indução do parto nos Grupos 1, 2 e 3, obtiveram 46%, 87% e 68% e observou-se menor tempo na média de
               trabalho de parto no Grupo 1 com 7h e 22m, seguido do Grupo 3 com 13h e 05m e 19h e 31m para o Grupo 2. Em 2021, onde
               não houve o acompanhamento da fisioterapia durante o trabalho de parto, a taxa de partos vaginais no serviço foi de 49%.
               Já em 2022, com o acompanhamento dos profissionais da fisioterapia, houve um aumento com a evolução da taxa para 78%.
               Conclusões: O acompanhamento da fisioterapia junto às gestantes do início ao final do trabalho de parto, trouxe resultados
               expressivos aumentando a taxa de partos vaginais, menor taxa de indução e menor tempo de trabalho de parto. Contribuiu com
               a participação mais ativa, proporcionando a gestante acesso a um atendimento obstétrico acolhedor e humanizado, respeitando
               a sua individualidade durante o processo.


                 POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS AOS USUÁRIOS EM NUTRIÇÃO ENTERAL DOMICILIAR EM
                                                MUNICÍPIOS DO PARANÁ

                  Autores: LUNA REZENDE MACHADO DE SOUSA | Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker, Rafael Gomes Ditterich.
                  Instituição:  Universidade Federal do Paraná
               PALAVRAS-CHAVE: Nutrição Enteral; Judicialização da Saúde; Políticas Públicas de Saúde.
               O  aumento  na  prevalência  de  doenças  crônicas  e  na  expectativa  de  vida  levam  ao  crescente  número  de  indivíduos  com
               necessidades alimentares especiais, como a nutrição enteral, quando a alimentação por via oral é insuficiente ou incapaz de suprir
               as necessidades nutricionais. Em situações em que estes indivíduos apresentam estabilidade clínica, é possível a realização da
               Nutricional Enteral em Domicílio (NED). Contudo, ainda não há uma política nacional que garanta o acesso às fórmulas alimentares
               enterais e à assistência nutricional para os usuários em NED, o que tem levado ao aumento expressivo das ações judiciais, contra
               as três esferas gestoras do SUS, solicitando o fornecimento de fórmulas enterais comerciais. Diante disto, esta pesquisa realizou
               um mapeamento e análise das políticas públicas voltados à garantia do direito à saúde aos usuários em NED nos 29 municípios
               que compõem a Região Metropolitana de Curitiba, no Paraná. Trata-se de um estudo observacional que envolveu a coleta e dados
               por meio de entrevistas semiestruturadas com os gestores de saúde destes municípios. Diante da falta de uma política nacional
               que garanta o financiamento e o acesso às fórmulas alimentares enterais e à assistência nutricional aos usuários em NED, alguns
               municípios têm implantado políticas locais, no entanto, elas apresentam grande divergência em suas diretrizes e funcionamento.
               Todos os municípios analisados forneciam fórmulas enterais comerciais para usuários em NED, cujo custeio se dava exclusivamente
               com recursos municipais. Todavia, há uma tendência da incorporação de formulações enterais elaboradas com alimentos nos
               protocolos municipais, e os municípios que o fizeram relataram uma redução dos custos com a atenção nutricional destes usuários
               e o resgate do valor social do alimento. A prescrição de formulações enterais elaboradas com alimentos exige a presença do
               nutricionista para o acompanhamento destes usuários, e a falta deste profissional foi sinalizada pelos gestores como a principal
               fragilidade desta Rede de Atenção à Saúde. A implantação de um protocolo nacional ou estadual para padronizar o funcionamento
               desta rede, bem como a criação de uma linha de financiamento para auxiliar os municípios na compra das fórmulas comerciais e
               insumos (sondas, equipos e frascos) para alimentação enteral em domicílio, foram apontadas como estratégias fundamentais para
               garantir a atenção à saúde adequada aos usuários em NED e reduzir a judicialização em saúde.




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