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EIXO 4   Participação Comunitária e Controle Social em Saúde/ Direito em Saúde, Saúde Internacional, Bioética
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                    AGENDA POLÍTICA DO CONSELHO CENTRO-AMERICANO DOS MINISTROS DE SAÚDE:
                      CAMINHOS DE INTEGRAÇÃO REGIONAL PARA O RECONHECIMENTO DO DIREITO
                                                FUNDAMENTAL À SAÚDE

                  Autores: GEICIELY CAVANHA TOMIM | Roberth Steven Gutiérrez Murillo, Mario de Jesús Salas Reyes, Cláudia Batista
                  Santos, Carolina Melchior Prado, Walfrido Kühl Svoboda. Instituição: Universidade Federal da Integração Latino-
                  Americana (UNILA)
               PALAVRAS-CHAVE: América Central; Direito Sanitário; Soberania Sanitária
               A  América  Central  (AC)  é  a  região  com  menor  densidade  populacional  e  menor  extensão  territorial do  Continente  americano,
               constituída  por sete nações: Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Belize e Guatemala.  A língua  espanhola é
               predominante na região, e Belize é o único país de língua inglesa. Em 13/12/91, foi criado o “Sistema de Integración Centroamericana”
               (SICA),  com objetivo  fundamental  a de  integração centro-americana e constituir  uma região de paz,  liberdade, democracia e
               desenvolvimento, firmemente apoiada na promoção dos direitos humanos. Consequentemente, em 1995 foi instituído o “Consejo de
               los Ministros de Salud de Centroamérica” (COMISCA), para identificar e priorizar os problemas regionais de saúde da AC. Este estudo
               descreve a agenda política do COMISCA e identifica as prioridades socioassistenciais dos países que compõem a região centro-
               americana. Foi realizada revisão documental, tipificada por abordagem qualitativa, através da aplicação da técnica de análise sócio-
               histórica. Foi realizada consulta à base de dados virtual do COMISCA, tendo como critério de inclusão as atas de reuniões ordinárias
               e extraordinárias oficializadas e promulgadas entre os anos de 2008 a 2018. Os mandatos do COMISCA são temporais, exercidos
               por um período de até seis meses, variando entre os países centro-americanos, representados pelo atual Ministro da Saúde. São
               discutidas questões sociossanitárias para propor intervenções coletivas que considerem não só a atenção às demandas sanitárias,
               bem como a reivindicação do direito fundamental à saúde. Desta forma, a saúde configura debate multidimensional vinculado a
               todos os órgãos oficiais do SICA, com igual incumbência sociopolítica. Destacam-se como prioridades de intervenção sociossanitária
               as questões relacionadas ao envelhecimento populacional, às doenças crônicas não transmissíveis e doenças transmissíveis, ao
               abastecimento de água potável, ao meio ambiente favorável para o desenvolvimento sustentável, ao acesso universal aos sistemas e
               serviços de saúde e à participação cidadã como mecanismo de fortalecimento da democracia sanitária. A AC se encontra atravessando
               por diversos processos de reestruturação normativa, no que concerne à reivindicação do direito fundamental e universal à saúde
               de seus povos. Se recomenda a realização de futuros estudos que visem comparar as próximas agendas políticas do órgão regional
               centro-americano.




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                MODELO VIRTUAL DE CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE: UMA EXPERIÊNCIA DE COLOMBO-PR

                  Autores: DIOGO VASCONCELOS | Ana Paula Kulig Godinho, Simone Belmiro. Instituição: Secretaria Municipal de
                  Saúde de Colombo e Conselho Municipal de Saúde de Colombo

               PALAVRAS-CHAVE: Participação social; Conselho de saúde; mídias digitais
               A pandemia de Covid-19 trouxe para todas as esferas da sociedade o desafio de se reinventar a fim de atender as demandas do
               momento. Na saúde não foi diferente. No ano de 2021, frente à uma nova gestão pública e a necessidade da elaboração do Plano
               Municipal de Saúde para os próximos quatro anos, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e o Conselho Municipal de Saúde (CMS) de
               Colombo se viram diante da missão de pensar uma Conferência de Saúde moldada por restrições sanitárias e distanciamento social.
               As conferências de saúde representam espaços decisivos para o exercício da democracia participativa e elaboração compartilhada
               de políticas de saúde, que incidem diretamente na vida da população. Com o objetivo de garantir a manutenção de um espaço
               democrático de participação social, o CMS organizou um modelo à distância de Conferência de Saúde. Para tal, criou uma comissão
               de conselheiros responsável por elaborar perguntas a serem apresentadas em um questionário virtual. O questionário foi composto
               por dezenove questões, divididas em dois blocos (identificação e diagnóstico situacional), disponibilizadas à população por meio
               da plataforma Google forms®. O questionário permaneceu disponível para acesso entre os dias 30 de abril e 9 de maio de 2021.
               Aos munícipes sem acesso à internet, o preenchimento foi disponibilizado de forma presencial, com o auxílio de um profissional
               de saúde orientador em cada unidade de saúde. Foram respondidos 1.043 questionários. Dos participantes, 74,5% se declararam
               usuários do SUS moradores de Colombo; 19,8% profissionais de saúde do município; e, 2,1% prestadores de serviços do SUS. Em
               relação ao diagnóstico situacional, 52,7% classificou a qualidade do atendimento municipal de saúde como adequado ou ótimo.
               A ampliação das equipes de saúde, o aumento do número de consultas e exames especializados e a construção de um hospital
               municipal estiveram entre as principais necessidades relacionadas ao serviço prestado e a infraestrutura oferecida pelo município. Ao
               estabelecer a participação social como princípio do SUS, a Constituição Federal apontou para a relevância da inserção da população
               na formulação de políticas públicas em defesa do direito à saúde. A manutenção, mesmo que virtual, de um espaço democrático de
               participação social foi fundamental para garantir a participação popular. Por meio das necessidades elencadas no questionário, as
               propostas foram debatidas, sistematizadas e incorporadas ao Plano Municipal de Saúde.



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