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EIXO 7   Integralidade do Cuidado
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                       ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A SAÚDE DA MULHER PRIVADA DE LIBERDADE
                   Autores: JÉSSICA DA COSTA ALCANTARA | Luize Fábrega Juskevicius. Instituição:  Unilus - Centro universitário
                   lusíada
                PALAVRAS-CHAVE: Direito da mulher privada de liberdade; saúde prisional; assistência de enfermagem
                Introdução: A assistência à saúde voltada a mulheres privadas de liberdade não é conhecida profundamente pelos profissionais
                enfermeiros, o que pode dificultar a assistência de qualidade, sendo este conhecimento importante no exercício do trabalho
                da enfermagem por questões humanitárias e éticas. Objetivo: Compreender e descrever como é feita a assistência à saúde de
                mulheres privadas de liberdade. Metodologia: Revisão narrativa da literatura. Os dados foram obtidos através de levantamento
                bibliográfico por meio da plataforma BDTD (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações) e BVS (Biblioteca Virtual em
                Saúde). Também foram levantados dados através de protocolos, manuais e cartilhas de instituições governamentais. Resultados
                e discussão: Pôde-se notar a relação de distanciamento existente na vida da maioria das detentas quando se trata de políticas
                públicas de saúde, o que fica mais evidente com o cárcere. Ficou clara a relevância da educação e orientação da equipe, que
                muitas vezes não tem preparo específico para atuar com pessoas privadas de liberdade e que o atendimento sofre alterações
                negativas pelos preceitos morais do profissional, falha essa que não deveria ocorrer e para isso é necessário o discernimento
                do profissional, treinamentos constantes e supervisão. Considerações finais: Assistência de enfermagem à saúde da mulher
                privada de liberdade ainda é um assunto pouco discutido, porém, tem muita relevância quando se trata de saúde pública. Os
                estudos levantados não apresentaram protocolos específicos para a atuação do profissional enfermeiro no sistema prisional,
                existindo uma variedade de condutas que afetam a qualidade da assistência prestada. Com a discussão desse tema durante a
                graduação do profissional da saúde pode-se despertar o interesse dos mesmos, e conscientizar quanto a importância de uma
                boa assistência e da criação de protocolos específicos para o atendimento no âmbito do sistema prisional. E a fomentação de
                ideias para melhoramento do acesso a serviços de saúde e programas voltados à saúde no sistema prisional. Não se pode
                ignorar a relevância desse conhecimento para o enfermeiro, que na sociedade deve atuar como uma ferramenta importante
                para  propagação  de  informações,  entre  elas,  informações  que  diminuam  o  estigma  da  pessoa  apenada.  A  assistência  de
                enfermagem precisa ser humanizada e a equipe de saúde atuar com alteridade e ética, visando sempre a saúde e segurança do
                paciente que se encontra privado de liberdade.




                    IMPORTÂNCIA DA ESCUTA QUALIFICADA PARA A CONTINUIDADE DO CUIDADO DE
                                   CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS DE SAÚDE
                   Autores:  GABRIELA  DOMINICCI  DE  MELO  CASACIO  |  Fátima  Moustafa  Issa,  Andréa  Ferreira  Ouchi  França,
                   Adriana Zilly, Rosane Meire Munhak da Silva. Instituição:  Universidade Estadual do Oeste do Paraná
                PALAVRAS-CHAVE: Saúde da criança; Integralidade em saúde; Continuidade da assistência ao paciente; Acolhimento.
                Introdução: As ações de saúde, quando pautadas nos princípios da universalidade e da integralidade, sejam individuais ou
                coletivas, contribuem sobremaneira para transformar as práticas em saúde. Considerando que o autêntico encontro entre
                os sujeitos envolvidos no cuidado envolve diálogo e compartilhamento de saberes, uma escuta que respeite as diversidades
                e  compreenda  o  cuidado  para  além  do  processo  saúde-doença  propicia  a  construção  de  vínculos  -  com  humanização  e
                responsabilização pelo cuidado - e facilita a identificação de demandas implícitas no contexto social, favorecendo diagnósticos
                e  tratamentos  mais  precisos.  Por  possuírem,  muitas  vezes,  demandas  contínuas  e  complexas  de  cuidado,  Crianças  com
                Necessidades  Especiais  de  Saúde  (CRIANES)  exigem  não  apenas  acesso  facilitado  e  fluxo  coordenado,  como  também
                acolhimento,  interação  recíproca  e  escuta  qualificada  para  resolver  seus  problemas  de  saúde.  No  entanto,  quando  esses
                elementos encontram-se fragilizados, podem interferir negativamente na oferta e na qualidade dos serviços e comprometer
                a continuidade do cuidado. Objetivo: Analisar a qualidade e a natureza da escuta oferecida pelos profissionais da Atenção
                Primária à Saúde (APS), bem como sua importância para a continuidade do cuidado de CRIANES. Método: Pesquisa qualitativa,
                ancorada na hermenêutica-dialética e nos elementos do cuidado integral. Participaram do estudo 15 enfermeiros atuantes em
                serviços de APS de Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil e 19 cuidadores principais de CRIANES menores de seis anos. Realizou-se a
                dinâmica Mapa Falante com os cuidadores principais, além de entrevistas em profundidade com todos os participantes, as quais
                foram gravadas em áudio, transcritas na íntegra e analisadas por meio da Análise Temática Dedutiva. Resultados e Discussão:
                Sobrecarga no sistema de APS foi apontada pelos enfermeiros como a principal barreira para a construção de vínculo e interação
                com as famílias de CRIANES. Segundo os cuidadores, a escassez de profissionais especializados e o desconhecimento quanto às
                demandas e os direitos das CRIANES afetaram a qualidade da escuta e do acolhimento e interferiram no itinerário terapêutico,
                atrasando o diagnóstico e o tratamento especializado. Conclusão: Embora a escuta qualificada possibilite a humanização das
                práticas de saúde, ela não esteve presente nas relações de cuidado entre enfermeiros e famílias de CRIANES, o que levou à
                descontinuidade da assistência e prejudicou o desenvolvimento das crianças.



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