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EIXO 7   Integralidade do Cuidado
                                                                                    TRABALHOS DE PESQUISA EM SAÚDE

                               O USO DE BENZODIAZEPÍNICOS NA PANDEMIA DA COVID-19
                  Autores: RAFAEL DE MATTIS CORREIA | Angela Maria Campagna. Instituição:  Programa de Pós graduação em
                  Assistência Farmacêutica, Departamento de Farmácia, Universidade Estadual de Maringá (UEM). Maringá, Paraná,
                  Brasil
               PALAVRAS-CHAVE: Pandemia COVID-19; Psicofármacos; Benzodiazepínicos
               Introdução: Com a pandemia da COVID-19, observou-se o surgimento ou agravamento de transtornos mentais motivados pelo
               medo da infecção, distanciamento social, perdas econômicas, etc. Os transtornos mentais são tratados com psicofármacos, que
               podem ter seu uso aumentado devido o aumento dos transtornos. Objetivo: Examinar o uso de benzodiazepínicos antes e durante
               a pandemia da COVID-19. Método: Este estudo foi realizado na Farmácia Básica Municipal de Paranavaí/PR, onde foram coletados
               dados referentes ao uso de benzodiazepínicos de 2019 a 2021, e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob n° 5.295.815. O
               ano de 2019 foi considerado como referência, devido o menor impacto da doença no Brasil, o ano de 2020 foi analisado como
               um período de isolamento mais intenso e restritivo, e o ano de 2021 como um período de maior flexibilização das atividades e
               circulação de pessoas. Os benzodiazepínicos padronizados na Relação Municipal de Medicamentos (REMUME) e selecionados para
               este estudo foram Diazepam e o Clonazepam. Foi obtido o número total de pacientes atendidos, de atendimentos realizados e
               de itens dispensados, expresso por unidade de comprimidos e frascos de benzodiazepínicos. Resultados: A amostra total deste
               estudo  foi  composta  de  6.699  pacientes  atendidos.  Em  2019  foram  atendidos  2.367  pacientes,  reduzindo  6,9%  (n=2.204)  em
               2020 e 10,1% (n=2.128) em 2021. Em relação ao número de atendimentos realizados para dispensação de benzodiazepínicos, em
               2019 foram realizados 5.518, reduzindo 0,8% (n=5.475) em 2020 e 2,7% (n=5.367) em 2021. Considerando a quantidade de itens
               dispensados, em 2019 foram dispensados 148.948 itens, aumentando 11,5% (n=166.047) em 2020 e 12,1% (n=167.014) em 2021.
               Conclusão: Embora observou-se diminuição no número de pacientes atendidos e atendimentos realizados, houve aumento na
               quantidade de itens dispensados. Este aumento pode estar relacionado a alterações na legislação vigente, mudanças na posologia
               dos benzodiazepínicos já utilizados, ou ainda a inclusão terapêutica de outros benzodiazepínicos padronizados na REMUME. Estes
               resultados demonstram um possível reflexo no aumento ou agravamento dos transtornos mentais causados pela pandemia da
               COVID-19. É importante estudar as tendências no uso de benzodiazepínicos para garantir o manejo adequado dos transtornos
               mentais, garantir o acesso ao tratamento, além de evitar desperdícios de recursos públicos.




                          CARACTERIZAÇÃO DO CONSUMO DE ANTIDEPRESSIVOS POR ADULTOS
                                                DA REGIÃO SUL DO BRASIL
                  Autores: POLIANA VIEIRA DA SILVA MENOLLI | Gabriel Silvério de Souza2, Gabrielly Marques Justo, Cecília Valério
                  Martins, Edmarlon Girotto. Instituição:  Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE); Programa de Pós-
                  Graduação em Saúde Coletiva. Universidade Estadual de Londrina (UEL).

               PALAVRAS-CHAVE: depressão; antidepressivos; interações medicamentosas.
               Introdução: A depressão é a principal causa de incapacidade no mundo. O consumo de antidepressivos (AD) teve crescimento
               maior que os diagnósticos de depressão, pois seu uso tem sido considerado para uma gama de sintomas fora do espectro da
               doença. Além dos custos, os riscos de eventos adversos potenciais e reais associados ao uso de AD aumentam a necessidade
               de racionalidade clínica e econômica na sua prescrição e utilização. Objetivo: Caracterizar o consumo de medicamentos AD por
               população adulta da região Sul do Brasil. Metodologia: Estudo transversal com dados do componente populacional da PNAUM –
               Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e promoção do Uso Racional de Medicamentos no Brasil, realizada pelo Ministério da
               Saúde nos anos de 2014 e 2015. Na região sul foram entrevistadas 6.229 pessoas com 15 anos ou mais, classificadas como adultas.
               Para este trabalho foram levantadas as características sexo, idade, prevalência da depressão e do uso de AD. A classificação dos
               AD foi realizada por meio da Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) da Organização Mundial da Saúde, pelo subgrupo terapêutico
               N06A. As potenciais interações medicamentosas entre AD foram verificadas utilizando-se a Drug Interaction Checker, do Medscape
               e classificadas em Leves, Moderadas e Graves. Resultados: Dos entrevistados, 9,8% (614) referiram diagnóstico de depressão
               e destes 85,7% (n=526) estavam em tratamento. A prevalência do uso de AD na região sul foi de 8,4%. Os usuários de AD eram
               mulheres (85,5%; n=449), com média de idade de 55,2 anos (DP=14,9). A classe de AD mais usada foram os inibidores de recaptação
               de serotonina (ISRS) (65%; n=363) com destaque para a fluoxetina (48,3%; n=175) e citalopram (24,2%; n=88). A segunda mais usada
               foram os antidepressivos tricíclicos (TC) (25,4%; n=142), com destaque para a amitriptilina (78,9%; n=112) e nortriptilina (9,2%;
               n=13). A associação de antidepressivos foi observada em 12% (n=63) dos usuários em 25 diferentes combinações, muitas não
               recomendadas. A principal associação foi entre fluoxetina e amitriptilina (41,2%; n=26), interação classificada como grave e com
               recomendação para ser evitada. Conclusão: Na região sul a prevalência da depressão e do uso de AD mostraram-se acima da média
               brasileira e mundial. O aumento do consumo, a associação de mais de um AD e o uso concomitante com tratamentos para outras
               doenças aumenta o risco de danos à saúde proveniente de interações medicamentosas e reações adversas aos medicamentos.



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