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EIXO 7 Integralidade do Cuidado
TRABALHOS DE PESQUISA EM SAÚDE
IMPLANTAÇÃO DO MANEJO DA SEDE PRÉ-OPERATÓRIO NA UNIDADE DE QUEIMADOS
Autores: LEONEL ALVES DO NASCIMENTO | Aline Korki Arrabal Garcia Massardi, Marilia Ferrari Conchon, Isadora
Pierotti, Ligia Fahl Fonseca. Instituição: Universidade Estadual de Londrina
PALAVRAS-CHAVE: Sede; Enfermagem Perioperatória; Unidades de Queimados; Enfermagem Baseada em Evidência;
Pesquisa Médica Translacional;
Introdução: A sede do paciente cirúrgico queimado advém de fatores como fisiopatologia da queimadura, uso de fármacos, além
da ansiedade e múltiplos períodos de jejuns para procedimentos. O Modelo de Manejo da Sede, composto por quatro pilares –
identificação, mensuração, avaliação da segurança e estratégia de alívio da sede – tem sido usado com resultados positivos para
o paciente cirúrgico. A implantação do manejo na unidade de queimados, portanto, tornou-se relevante diante da inexistência
desse cuidado intencional. Entretanto, a simples divulgação de evidências não implica em seu uso na prática, fazendo necessário
o emprego de estratégias de Knowledge Translation. Objetivo: Avaliar a adoção, cobertura, aceitabilidade, viabilidade e fidelidade
na implantação do Modelo de Manejo da Sede pré-operatória no paciente cirúrgico queimado norteado pelo arcabouço teórico
Knowledge Translation, guiado pelo modelo conceitual Integrated Promoting Action on Research Implementation in Health
Services (i-PARIHS) e operacionalizada pela intervenção Evidence- Based Practice for Improving Quality (EPIQ). Método: Quase-
experimental de tempo série do tipo pré e pós-teste, sem grupo controle, conduzido no período pré-operatório em uma unidade
de queimados entre agosto de 2019 e março de 2020. Amostra de 59 pacientes na pré-implantação e 40 no pós-implantação, além
de 36 profissionais de enfermagem. Análise estatística utilizou Mann-Whitney e Chi-quadrado. Resultados: Utilizou-se estratégias
multifacetadas para facilitar a implantação, como uso de dinâmicas, músicas relacionadas ao tema, distribuição de cartazes a
equipe e pacientes, encontros teóricos e práticos, individuais e em grupo, realizados em 55 capacitações para alcançar a equipe,
entre outras. Adoção do manejo variou de 0,0% para 72,5% pós-implantação (p<0,001). Cobertura de capacitação de 87,5% das
enfermeiras e 87,9% dos técnicos. Houve aceitabilidade e viabilidade do manejo da sede pelos profissionais. Nos ciclos planejar-
fazer-estudar-agir três pilares do Modelo alcançaram as metas, evidenciando fidelidade. Conclusão: A implantação da evidência
no pré-operatório do paciente queimado com o auxílio do arcabouço teórico teve aceitabilidade e viabilidade no cenário de
implantação, com adoção do manejo da sede pelos profissionais. Espera-se que os resultados auxiliem futuras implantações do
manejo da sede, afim de traduzir as evidências para os profissionais e dessa forma, embasar a prática clínica.
CONTRADIÇÕES, AUMENTO E PERSISTÊNCIA NO CONSUMO DE MEDICAMENTOS SEM
EFICÁCIA PARA “TRATAMENTO” DA COVID-19 NO MUNICÍPIO DE APUCARANA/PR NOS
ANOS DE 2020 E 2021
Autores: PAULA GIORDANA NOGUEIRA MAZZOTTI | Felipe Assan Remondi. Instituição: Universidade Estadual
de Maringá - Programa de Pós Graduação em Assistência Farmacêutica
PALAVRAS-CHAVE: COVID-19, Assistência farmacêutica, Uso de Medicamentos
Introdução: A pandemia de COVID-19 apresentou aos gestores, profissionais de saúde e população inúmeros desafios. No
campo do cuidado, o uso de medicamentos em um cenário de produção de evidências e desinformação levou ao consumo
irracional de produtos sem eficácia e com efeitos indesejados para indivíduos e comunidade. Objetivo: Analisar o consumo
de medicamentos supostamente relacionados ao tratamento da COVID-19 no município de Apucarana/PR durante os anos de
2020 e 2021. Método: Trata-se de um Estudo de Utilização de Medicamentos, de abordagem quantitativa, baseado no número
de unidades distribuídas mensalmente pela Central de Abastecimento do município às unidades de saúde de janeiro de 2019 a
dezembro de 2021. Foram avaliados os medicamentos: Azitromicina 500mg, Ivermectina 6mg, corticosteroides de uso sistêmico
(Dexametasona 4mg, Prednisona 5 e 20mg e Prednisolona 3mg/ml) e Oseltamivir 75mg. Os dados foram tabulados no Microsoft
Excel e analisados de forma agregada, com o percentual de crescimento anual em relação a linha de base (2019). Resultados
e Discussão: Com a efervescência de casos e produção incipiente de estudos sobre o tema, o ano de 2020 foi marcado pelo
aumento do consumo dos medicamentos analisados em relação ao ano de 2019. Compondo o esquema básico do “kit-covid”, a
Azitromicina 500mg e a Ivermectina 6mg tiveram um aumento de 73% e 124%, respectivamente. O Oseltamivir 75mg, antiviral de
escolha para Influenza A, seguiu a mesma tendência com crescimento de 56%. Já em 2021, mesmo com o aumento expressivo
de casos, os três medicamentos tiveram diminuição gradativa de consumo, retornando aos patamares de 2019, o que pode ser
explicado pela produção e difusão de evidência sobre sua falta de efetividade. Os corticosteroides de uso sistêmico, no entanto,
continuaram com tendência de aumento, sendo de 14% em 2020 e 31% em 2021, mesmo sem evidências de sua aplicação em
casos leves e moderados, o que igualmente caracteriza uma prática desnecessária. Conclusão: Foi possível caracterizar o aumento
do consumo de medicamentos sem eficácia, bem como observar um efeito peculiar no ano de 2021, com redução de consumo de
itens sem eficácia e intensificação de outros cujo a eficácia é limitada para o contexto ambulatorial, reforçando a necessidade da
qualificação das ferramentas para o Uso Racional de Medicamentos como elemento para integralidade do cuidado.
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