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EIXO TEMÁTICO: Formação em Saúde e Integração ensino-serviço-comunidade TRABALHO 97
Projeto terapêutico singular no núcleo de Saúde
da família 1 – município de Ribeirão Preto – SP
AUTOR PRINCIPAL: Amanda R. S. Goshima Kronka | AUTORES: Luane M. Mello | INSTITUIÇÃO: Hospital das Clínicas de Ribeirão
Preto - SP (HCFMRP-USP) | Ribeirão Preto-SP | E-mail: amandagoshima@gmail.com
Caracterização do problema e Fundamentação Teórica: A Estratégia de Saúde da Família visa a assistência integral do indivíduo e sua
família, permitindo uma compreensão ampliada do processo saúde/doença. Para isto, é necessário que o usuário se apresente como sujeito ativo
do tratamento. Assim, uma estratégia interessante é o Projeto Terapêutico Singular (PTS), um conjunto de propostas de condutas terapêuticas
articuladas, para indivíduos ou grupos, resultado da discussão coletiva de uma equipe interdisciplinar (1). O presente estudo tem como objetivo
relatar a experiência de construção de um PTS no NSF 1/Ribeirão Preto–SP no segundo semestre de 2015. Descrição da Experiência: Trata-se
de um relato de experiência da equipe do NSF1, campo de estágio de alunos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto. Com o objetivo de integrar a assistência e o ensino optou-se por colocar em prática a estratégia do PTS para famílias de risco. Utilizou-se
a classificação de Coelho e Savassi para a escolha das famílias, com a seleção das consideradas de alto risco. Após a escolha da família, dois
membros da equipe com maior vínculo com o usuário foram designados para o contato inicial e conhecimento detalhado do caso. Posteriormente,
realizou-se a análise das informações com a equipe multiprofissional, levantando hipóteses e elaborando condutas e metas. A seguir, discutiu-se
com a família as propostas e objetivos. Por fim, agendou-se uma reavaliação da família. Efeitos Alcançados: Após 6 meses de início do PTS
notou-se uma maior sensibilização da família e uma melhor elaboração do plano de cuidados. Consequentemente, observou-se aumento do vínculo
do usuário com a equipe e a potencialização dos conhecimentos dos acadêmicos. Houve ainda melhora na adesão ao tratamento, matriciamento
da equipe e, de maneira muito notória, a co-responsabilização do cuidado. Conclusão: Esta experiência mostrou que o PTS é um modelo de
prática singular que, ao gerar discussões das ações do cuidado com a equipe multidisciplinar, produz grande troca de percepções e conhecimentos,
privilegiando a prática pedagógica. Palavras-chave: Projeto Terapêutico Singular. Estratégia de Saúde da Família. Equipe Multiprofissional.
Referências: 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Clínica
ampliada, Equipe de referência e projeto terapêutico singular. 2.ª edição. Série B. Textos Básicos de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.
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Relato de experiência de alunos do 1º período do curso de medicina
com a residência terapêutica proporcionada pelo módulo integração
ensino e comunidade I (IEC I)
AUTOR PRINCIPAL: Isabella Zerbeto dos Santos | AUTORES: Erica Pedri, Karin Rosa Persegona Ogradowski, Leide da Conceição
Sanches e Marilis Natal | INSTITUIÇÃO: Faculdades Pequeno Príncipe - FPP | Curitiba-PR | E-mail: bel.bela1@hotmail.com
O presente trabalho objetiva relatar a experiência de acadêmicos do 1º período do curso de Medicina da Faculdades Pequeno Príncipe em
contato com a Residência Terapêutica de uma unidade municipal de saúde da cidade de Curitiba. Tal experiência foi proporcionada pelo módulo
Integração, Ensino e Comunidade I (IEC I) que possibilita o contato dos acadêmicos com a saúde coletiva do 1º ao 8º período do curso. Com a
Reforma Psiquiátrica Brasileira no final dos anos 70, que visava a desinstitucionalização e desconstrução do manicômio e de seus paradigmas e
substituição destes por outras práticas terapêuticas com o objetivo de recuperar a autonomia do paciente e reintegrá-lo à família e a sociedade.
Muitos pacientes perderam o vínculo com suas famílias e passaram a ser responsabilidade do Estado, que passou a lhes dar o suporte adequado
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por meio das Residências Terapêuticas . Nesse âmbito, depois da II Conferência Nacional de Saúde Mental, em 1992, ressaltar a importância da
implementação de “lares” para a reestruturação da assistência em saúde mental no país e de experiências de sucesso na reinserção dos pacientes
na comunidade, houve a elaboração da Portaria nº106/2000, do Ministério da Saúde, que introduziu o Serviço de Residência Terapêutica no
SUS2. As Residências Terapêuticas são casas construídas para atender às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais
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graves . O módulo IEC I permitiu aos acadêmicos o contado direto com os moradores de uma destas residências. Desde o 1º período eles puderam
entrar em contato com um tipo especial de paciente e observar as técnicas de abordagem de médicos e enfermeiros, a rede de atenção básica
que os envolve e a visão que a sociedade tem deles. O módulo IEC I além de diversificar os cenários de ensino promove a inserção precoce dos
acadêmicos na rede básica e permite o reconhecimento dos determinantes do processo saúde-doença. Com uma formação eminentemente
técnica, os médicos acabam não trabalhando a doença como um produto social e perdem a noção de totalidade do indivíduo. A formação médica
precisa delinear e inserir os acadêmicos em cenários sociais em que trabalharão no futuro, por isso este contato com a comunidade e seus
problemas desde o início do curso é importante e proporciona a formação de profissionais de saúde com uma visão mais humanística e que
reconhecem o papel da atenção básica . Palavras-chave: Formação em saúde. Relato de experiência. Residência terapêutica.
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Referências bibliográficas: 1GONÇALVES, Alda Martins e SENA, Roseni Rosângela de. A reforma psiquiátrica no Brasil: contextualização e
reflexos sobre o cuidado com o doente mental na família. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v.13, nº2, p 48-55, 2001. 2Ministério da
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde e Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Residências terapêuticas: o que são, para que
servem. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 3Gil,Célia Regina R.; TURINI, Bárbara; CABRERA, Marcos Aparecido S.; KOHATSU, Marilda e ORQUIZA,
Sonia Maria C. Interação ensino, serviços e comunidade: desafios e perspectivas de uma experiência de ensino-aprendizagem na atenção básica.
Revista Brasileira de Educação Médica, v.32, nº 2, Rio de Janeiro Abril./Junho 2008.
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