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EIXO TEMÁTICO: Formação em Saúde e Integração ensino-serviço-comunidade TRABALHO 194
A formação médica em saúde pública na universidade de
granada e sua relação com a saúde de família e a comunidade
AUTOR PRINCIPAL: João José Batista de Campos | AUTORES: Gabriela Cristine Queiroz Maria, Arthur Vizzotto Zolin, Maria Soledad
Quesada Muñoz, Regina Melchior | INSTITUIÇÃO: Universidade Estadual de Londrina & Universidade de Granada (Espanha) |
Granada - Andalúcia | E-mail: ejocampos@gmail.com
Com a crise financeira mundial em 2008, a Espanha precisou tornar o Sistema Nacional de Saúde mais eficiente com redução maciça de
gastos. Ainda nesse período, somado ao fato do Plano de Bolonha ter sido assinado em 1999, tornou-se ainda mais necessária a rápida
readequação curricular nas universidades espanholas centenárias. Assim, foram promovidas mudanças curriculares nos cursos de Medicina
por meio do aumento das cargas horárias prática e teórica em Saúde Pública, Medicina Preventiva e Atenção Primária em Saúde (APS), com
implantação do internato médico no 6º ano, marcando a transição curricular de Licenciatura para o GRADO. Este estudo teve como objetivo
analisar a percepção dos estudantes de Medicina da Universidade de Granada (na Comunidade Autônoma de Andalúcia) sobre o currículo
efetivamente executado e não apenas prescrito no projeto pedagógico do GRADO investigando sua relação com a Medicina de Família e
Comunidade. Trata-se de um estudo qualitativo a partir do grupo focal de discussão realizado em março de 2015 com dez estudantes do
1º ao 5º ano e uma estudante do 6º ano que foram entrevistados por um único entrevistador através de questionário semi-estruturado; as
entrevistas foram gravadas e transcritas por uma estudante colaboradora espanhola e dois estudantes brasileiros. O projeto de pesquisa foi
aprovado por parte do Comitê de Ética para análise de projetos de investigação do respectivo Centro de Estudo e os participantes firmaram
o consentimento informado. A percepção dos estudantes foi de que, mesmo com as mudanças no currículo, ainda há permanência de alta
carga horária teórica em detrimento da prática. Nessas práticas, há falta de comprometimento dos professores com o novo currículo e a
interdisciplinaridade quase não acontece. Além disso, há pouco espaço para os discentes atuarem no Hospital Universitário e a Universidade
não promove, de fato, a inserção dos alunos no Sistema, faltando contato com a APS, situação que não acompanha a estratégia de tornar o
Sistema Nacional de Saúde mais eficiente e, também, atraente aos futuros egressos. Foi observado, ainda, que os métodos de avaliação não
estão padronizados no novo currículo, faltando clareza e argumentos que justifiquem os critérios adotados por cada departamento. Concluiu-
se que, para os estudantes, o novo currículo inseriu carga horária prática reduzida, com poucos cenários de práticas. A avaliação contínua do
processo, é um processo chave para os ajustes futuros do processo. Palavras-chave: Currículo. Educação Médica. Saúde Pública. Atenção
Primária à Saúde. Estudantes.
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