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EIXO TEMÁTICO: Formação em Saúde e Integração ensino-serviço-comunidade   TRABALHO 245

                  Residência multiprofissional em Saúde da Família:
                  contribuição para a prática docente


                  AUTOR PRINCIPAL: Tatiane Baratieri  |  AUTORES: Gláucia Renée Hilgemberg; Maria Regiane Trincaus; Cíntia Bim; Paula Chuproski  |
                  INSTITUIÇÃO: Universidade Estadual do Centro-Oeste  |  Guarapuava-PR  |  E-mail: baratieri.tatiane@gmail.com


                   A Residência Multiprofissional em Saúde da Família (RMSF) da Universidade Estadual do Centro-Oeste, UNICENTRO, iniciou a primeira
                   turma em  março de 2016, compreendendo  as áreas de educação  física,  enfermagem, fisioterapia e nutrição, objetivando  formar
                   profissionais para atuar na Saúde da Família, na concepção multiprofissional, por meio da assistência humanizada e integral, com foco
                   na promoção de saúde e nos modelos de atenção, baseadas nos princípios e diretrizes do SUS. A prática de multidisciplinaridade e
                   interdisciplinaridade na formação profissional permite não mais uma formação fragmentada, mas um olhar ao todo, tanto do indivíduo
                   como seu ambiente e assim gerando ações globais, aumentando a eficácia de toda intervenção (CUTOLO et al., 2010; ). O objetivo deste
                   estudo é relatar a experiência de docentes quanto a influência da RMSF na prática docente no que tange ao trabalho multiprofissional.
                   Trata-se de um relato de experiência realizado no período de fevereiro de 2015 a março de 2016, de docentes dos cursos de
                   enfermagem, educação física, fisioterapia e nutrição envolvidos no processo de planejamento e implantação da RMSF na UNICENTRO.
                   Da  análise  de  conteúdo  (BARDIN,  2008)  do  relato  da  experiência  dos  docentes  quanto  às  atividades  de  cunho  multiprofissional
                   emergiram duas categorias temáticas. A primeira categoria foi denominada “desvendando o desconhecido”, já que na Universidade não
                   havia atividades sistemáticas de atuação entre as diferentes áreas do setor da saúde. Assim, inicialmente todos os docentes envolvidos
                   se dispuseram a conhecer as profissões uns dos outros de modo a compreender e planejar ações conjuntas. A segunda categoria
                   que emanou foi “a mudança na prática docente”, visto que o diálogo e as discussões em equipe multiprofissional propiciaram maior
                   compreensão da importância da atuação em equipe integrada no âmbito da saúde da família, conhecimento que reflete na atuação dos
                   docentes tanto no programa de residência, como de forma específica em cada um dos cursos de graduação. Assim, essa experiência
                   propiciou um efeito positivo na prática docente, no sentido de ser um dispositivo que propicia a formação de recursos humanos para
                   o SUS em conformidade com seus princípios e com os pressupostos da saúde da família. Recomenda-se que sejam implantadas
                   atividades sistematizadas de atuação em equipe multiprofissional, a fim de melhorar a formação de recursos humanos em conformidade
                   com as necessidades de saúde da população. Referências: BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2008. Cutolo
                   LRA, Madeira KH. O trabalho em equipe na estratégia Saúde da Família: uma análise documental. Arq Catarin Med. 2010; 39(3):79-84.
                   Palavras-chave: Recursos Humanos. Sistema Único de Saúde. Saúde da Família. Equipe multiprofissional.

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                  Estamira: ficção ou realidade

                  AUTOR PRINCIPAL: Elaine Rossi Ribeiro  |  AUTORES: Adriana Cristina Franco, Karin Rosa Persegona Ogradoski, Leide Conceição Sanches,
                  Isabel Meister Coelho, Max de Filippis  |  INSTITUIÇÃO: Faculdades Pequeno Prinicipe  |  Curitiba-PR  |  E-mail: elaine.rossi@hotmail.com


                   O presente trabalho objetiva relatar a experiência de acadêmicos do 1º período do curso de Medicina das Faculdades Pequeno Príncipe.
                   O módulo denominado Integração Ensino e Comunidade (IEC) contempla atividades práticas na comunidade utilizando a metodologia da
                   problematização. Dentre os objetivos do módulo destaca-se a reflexão sobre conceitos de saúde-doença com ênfase na determinação
                   social. Como uma das atividades disparadoras das reflexões teórico-práticas o documentário “Estamira” foi apresentado a fim de
                   estimular debates sobre os determinantes sociais. Trata-se de uma história verídica de uma senhora de 70 anos que apresentava
                   distúrbios mentais, vivia e trabalhava num aterro sanitário. Tornou-se famosa pelo seu discurso filosófico, uma mistura de extrema lucidez
                   e loucura, que abrangia temas como: a vida, Deus e reflexões existenciais acerca de si mesma e da sociedade. "Ela acreditava ter a
                   missão de trazer os princípios éticos básicos para as pessoas que viviam fora do lixo onde ela viveu por 22 anos. Para ela, o verdadeiro
                   lixo são os valores falidos em que vive a sociedade" (EDUARDO, 2004). Pode-se dizer que Estamira foi vítima de uma sociedade com
                   práticas excludentes, que pouco faz para aqueles que são ‘invisíveis’ dentro de um sistema onde a ideia de lixo está relacionada com a
                   exclusão social. Tornar o outro invisível, é colocá-lo à margem, e é, conforme Bauman (1998), a maneira mais sutil e perversa de excluí-
                   lo. Desse modo, ao relacionar o documentário de Estamira com a atividade prática dos alunos, pretende-se considerar a diversidade
                   de fatores relacionados com as condições de vida que envolvem o próprio trabalho de um indivíduo e que exercem influência sobre os
                   problemas de saúde que este pode desenvolver. Os alunos, durante uma visita domiciliar foram à casa de uma disposofóbica (pessoa
                   compulsiva por dispor de coisas). Almeida apud Fazzio (2013) explica que o entulho, na visão do acumulador, não é lixo, é a riqueza
                   de sua vida” A experiência proporcionou aos alunos uma reflexão sobre o papel do médico, seu compromisso com a comunidade e
                   a compreensão dos determinantes sociais. A experiência compartilhada entre os demais, fomentou debates e discussões sobre os
                   desafios da profissão e a diversidade do ser humano. A problematização do cotidiano proporcionou uma aprendizagem mais crítica
                   e reflexiva e valorizou o espaço de articulação entre ensino, serviço e comunidade como cenário do processo ensino-aprendizagem.
                   Referências: BAUMAN, Zygmunt. O mal - estar da pós - modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998. EDUARDO, Cleber. (Brasil,
                   2004)Estamira, de Marcos Prado. Texto disponível em: http://www.revistacinetica.com.br/estamira.htm. Acesso em Fevereiro de 2016.
                   ALMEIDA, G.L.. Pontes, H.H.S. Disposofobia: a função existencial de acumular. Caderno de Ciências Biológicas e da Saúde, nº 04. Boa
                   Vista, 2013. Palavras-chave: Integração ensino-serviço-comunidade. Problematização. Determinantes sociais.
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