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EIXO TEMÁTICO:  Formação em Saúde e Integração ensino-serviço-comunidade  TRABALHO 355


                       Consolidando conhecimentos ao cuidar com mulheres

                       AUTOR PRINCIPAL: Tania Mara da Silva  |  AUTORES: Maria Helena Leviski Alves  |  INSTITUIÇÃO: Pontifícia Universidade
                       Católica do Paraná  |  Curitiba-PR  |  E-mail: taniamaasilva@gmail.com

                         Este relato de experiência descreve o trabalho voluntário realizado na Vila das Peças com professores e acadêmicos de enfermagem da
                         Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e comunidade local, com participação ativa dos sujeitos (professores e alunos) que fazem
                         parte da escola de ensino fundamental e médio, e ressalta o êxito das atividades desenvolvidas com as mulheres da comunidade. Nos anos
                         de 2013 a 2015 foram realizadas inserções na comunidade com Mutirão da Saúde com atividades de prevenção do câncer de mama e
                         colo de útero, acuidade visual, verificação de dados antropométricos, aferição de glicemia capilar e pressão arterial. Além de atividade de
                         educação e saúde utilizando roda de conversa sobre dengue, sexualidade e cuidados ambientais. No ano de 2014 um grande acontecimento
                         foi a atividade Oficina da Mulher onde se trabalhou a prevenção do câncer de mama com a confecção do Chaveiro da Vida e posteriormente
                         cuidados com a autoestima da mulher como corte de cabelo, maquiagem, manicure e design de sobrancelhas, que apresentou resultado
                         significativo pelo retorno da comunidade e dos acadêmicos de enfermagem que participaram deste trabalho. Os recursos materiais bem
                         como a infraestrutura necessária são obtidos em forma de doação. O interesse maior pelo trabalho com as mulheres relaciona-se com o
                         fato de que apesar da Vila das Peças ser uma comunidade tradicionalmente patriarcal, ao menos no discurso no cotidiano percebe-se que
                         o sexo frágil é quem realmente movimenta, coordena e direciona o viver comunitário. Proporcionou a vivência do saber embasando o fazer
                         em cenário rico de troca de experiências entre o conhecimento produzido na academia e aquele construído no cotidiano de vida dos sujeitos
                         que compõem o grupo social das mais diferentes comunidades. Destaca-se a importância de uma nova possibilidade de expressividade e
                         acolhimento possibilitando também novas formas de agir com mais autonomia e protagonismo oportunizando enfrentamento dos conflitos e
                         opressões que resultam das questões de gênero. Para os professores e alunos de enfermagem esta experiência não só ajudou a consolidar
                         os conhecimentos construídos em sala de aula, cuidando com pessoas concretas em um cenário real bem como reafirmou a necessidade
                         da discussão do papel e da função do feminino e do masculino nas sociedades atuais.  Referências: DAL, Mariana  et al. Saúde da
                         mulher. Extensio: Revista Eletrônica de Extensão, v. 1, n. 2, 2004.Disponível em: < https://periodicos.ufsc.br/index.php/extensio/article/
                         viewArticle/1447>. Acesso em: 02 mai. 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
            ANAIS 3º CONGRESSO PARANAENSE DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA - 2ª MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
                         Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção
                         Básica. – 2. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. GIFFIN, Karen. Pobreza, desigualdade e equidade em saúde: considerações
                         a partir de uma perspectiva de gênero transversal. Cadernos de saúde pública, v. 18, p. S103-S112, 2002. Disponível em:. Acesso em: 02
                         mai. 2016. Palavras-chave: Mulher. Cuidado. Autonomia.


                        EIXO TEMÁTICO: Formação em Saúde e Integração ensino-serviço-comunidade   TRABALHO 360


                         A voz que vem da rua - ouvir para aprender a cuidar

                         AUTOR PRINCIPAL: Raíssa Gouveia Ramos  |  AUTORES: Marselle Nobre de Carvalho, Guilherme Augusto Pereira, Felipe Conceição
                         Ananias, Jose Eduardo Fabrini de Maria  |  INSTITUIÇÃO: Universidade Estadual de Londrina  |  Londrina-PR  |  E-mail: ra-gouveia@hotmail.com
                          A população em situação de rua constitui um segmento heterogêneo com particularidades relacionadas à cidadania, como ausência de
                          domicílio permanente, falta de documentos pessoais e discriminação por grande parte da sociedade. Dentre estas dificuldades, também é
                          prejudicado o acesso à saúde. A análise deste panorama associada às especificidades de hábitos básicos de vida na rua torna possível a
                          identificação de um processo saúde-doença diferente do estudado regularmente no meio acadêmico médico. Percebe-se que esse tema é
                          ausente ou tratado de forma superficial na formação do estudante de Medicina, o que pode se firmar como outro entrave ao atendimento
                          nos serviços. Para oferta de cuidado apropriado às pessoas em situação de rua, é importante se desnudar de preconceitos e procurar
                          conhecer e respeitar esses indivíduos integralmente. Deve ser reconhecida a possibilidade de decisão por morar ou permanecer na rua e
                          observado que a ocupação deste espaço é paradoxalmente marcada por liberdade e violência, exclusão. A partir destas circunstâncias, um
                          grupo composto por acadêmicos e docentes do curso de Medicina da Universidade Estadual de Londrina iniciou um projeto de extensão
                          a fim de conhecer esta realidade e a dinâmica do acesso à saúde por parte desta população. Para o desenvolvimento deste estudo foi
                          realizada uma série de rodas de conversa tanto entre os integrantes constituintes quanto com sujeitos que pudessem contribuir ou servir de
                          referencial sobre o assunto. A saber, reunião com colaboradores do Núcleo de Redução de Danos e do Consultório de Rua de Londrina, com
                          coordenadores municipal e estadual do Movimento Nacional de População de Rua e com professores de Psicologia Social que pesquisam
                          o tema “Subcidadania”. Houve então um rico intercâmbio de conteúdos que permitiu o conhecimento de novos conceitos, como Escuta
                          Ativa e Territorialização, e de legislações focadas nos indivíduos em situação de rua. Os primeiros caminhos traçados por este grupo de
                          pesquisa já permitiram uma percepção nova sobre a necessidade de enxergar o ser humano em situação de rua para além de intolerâncias
                          e das referências bibliográficas lidas. Há nítida imprescindibilidade de potencializar o alcance da Saúde Pública e de maior estudo no meio
                          acadêmico sobre esses também protagonistas sociais. Ademais, a adequação deste conteúdo à grade estudada deve ser cuidadosa, para
                          que sua sistematização não anule seu essencial caráter humanizador. Referências: AGUIAR, MM; IRIART, JAB. Significados e práticas de
                          saúde e doença entre a população em situação de rua em Salvador, Bahia, Brasil. Cad. Saúde Pública. 28(1). Rio de Janeiro Jan. 2012
                          ARISTIDES, JL; LIMA, JVC. Processo Saúde-Doença da População em Situação de Rua da Cidade de Londrina: aspectos do viver e do adoecer.
                          Revista Espaço para a Saúde. 10 (2): 43-52, jun 2009. GARCIA, MRV. Diversidade Sexual, Situação de Rua, Vivências Nômades e Contextos
                          de Vulnerabilidade ao HIV/AIDS. Temas em Psicologia. 21 (3): 1005-1019, 2013. TEIXEIRA, M; FONSECA. Z. Saberes e práticas na Atenção
                          Primária à Saúde: cuidado à população em situação de rua e usuários de álcool, crack e outras drogas. São Paulo; HUCITEC: 2015, 263 p.
                          Palavras-chave: Indivíduos em situação de rua. Saúde. Formação médica.

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