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EIXO TEMÁTICO: Formação em Saúde e Integração ensino-serviço-comunidade TRABALHO 380
Estratégias de acesso aos alimentos pelas famílias
titulares de direito do Programa Bolsa Família
AUTOR PRINCIPAL: Lilian Nunes dos Santos | AUTORES: Daniela Ferron Carneiro, Islandia Bezerra, Suely Teresinha Schmidt |
INSTITUIÇÃO: Universidade Federal do Paraná | Colombo-PR | E-mail: lilian_ctma@yahoo.com.br
O PBF foi criado em 2003 e consiste na Transferência Condicionada de Renda (TCR), tendo como único critério de seleção a renda
familiar. Entre as condicionalidades pode-se listar: a manutenção de ações de profilaxia (vacinação); o acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento das crianças menores de 7 anos; acompanhamento nutricional para mulheres na faixa de 14 a 44 anos e, as gestantes
ou nutrizes, devem realizar o pré-natal; crianças e adolescentes devem estar devidamente matriculados e apresentar frequência escolar
mensal mínima de 75%. A amostra foi composta por 25 famílias, residentes nas áreas de abrangência de Unidades de Saúde dos três
Distritos Sanitários do município. O presente trabalho tem como objetivo identificar e descrever as principais estratégias de acesso aos
alimentos para enfrentamento da situação de insegurança alimentar (IA) das famílias titulares de direito do Programa Bolsa Família (PBF) de
Colombo/PR. Como metodologia optou-se por uma abordagem qualitativa, mediante a realização de entrevistas semi-estruturadas. Também
se fez da utilização de dados secundários. As categorias elencadas foram: relação com as compras, presença de instituições assistenciais
ou comunitárias e estratégias intra-familiares. Identificou-se que 100% das mulheres são titulares de direito do PBF, o rendimento familiar
per capita médio e o valor médio da TCR foi de R$186,67 e R$170,80, respectivamente (o equivalente em dólar a $ 49,99 e $ 45,74).
Em relação às compras, 52% realizam compras semanal e 56% mensal. Das famílias entrevistadas 52% recebem assistência alimentar e
60% relataram diminuição da quantidade de alimentos e arranjos na distribuição intrafamiliar. Os resultados desse estudo demonstram que
a maioria das famílias ainda apresenta dificuldade de acesso ao alimento, no entanto, registra-se também que outras famílias, aos poucos,
apresentam maior possibilidade de comprar os itens básicos da alimentação. Conclui-se que é necessário além da TCR, outras políticas
e programas governamentais que contribuam como estratégias para a segurança alimentar e nutricional destas famílias. Referências:
ASSUNÇÃO, V. K.; LEITAO, M. do R. de F. A.; INACIO, P. H. D. Comer mais e melhor: Os impactos do programa Bolsa Família na alimentação
de famílias de pescadores artesanais de Pernambuco. Amazônica, v. 4, n. 2, P. 336-353, 2012. BRASIL. Lei n.º 11.346, de 15 de setembro
de 2006. Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN com vistas em assegurar o direito humano à alimentação
adequada. Diário Oficial da União, Brasília, DF, n. 179, 18 set. 2006. Seção 1, p. 1-2. BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e
Combate à Fome (MDS). A importância das condicionalidades. Bolsa Família Informa. nº 456, 2015. CABRAL, M. J.; VIEIRA, K. A.; SAWAYA,
A. L.; TOLETO, T. M. M. Perfil socioeconômico, nutricional e de ingestão alimentar de beneficiários do Programa Bolsa Família. Estudos
avançados, v. 27, n. 78, p. 71-87, 2013. MONTEIRO, F. Segurança alimentar e nutricional de crianças menores de cinco anos: um desafio
para o Programa Bolsa Família. 145. Dissertação (Mestrado em Segurança Alimentar e Nutricional) – Universidade Federal do Paraná,
Curitiba, 2013. Palavras-chave: Estratégias Alimentares.Transferência de Renda. Segurança alimentar e nutricional.
EIXO TEMÁTICO: Formação em Saúde e Integração ensino-serviço-comunidade TRABALHO 382
Condições de saúde de catadores de materiais recicláveis
em um município do estado do Paraná
AUTOR PRINCIPAL: Stefanie Mangini Silva | AUTORES: Viviani Bontorin; Marcia Oliveira Lopes,;Lilian Marchiorato;
Jaqueline Fumes Juvenal | INSTITUIÇÃO: Universidade Federal do Paraná | Curitiba-PR | E-mail: stefaniemangini@hotmail.com
Os catadores de material reciclável exercem suas atividades em condições precárias, que acabam por expor este trabalhador a riscos e
agravos à saúde. Objetivo: identificar as condições de saúde e trabalho de catadores de rua de um município do Paraná. Foi realizado um
estudo exploratório descritivo aprovado no Comitê de Ética da UFPR (CAEE: 31303114.6.0000.0102). Foram entrevistados 37 catadores
cadastrados junto às equipes de Saúde da Família no município pesquisado utilizando questionário semi estruturado composto por 41
questões, abrangendo condição socioeconômica, de trabalho e saúde. A caracterização da amostra foi de 54% (20) homens e 73% (27)
dos entrevistados com idade acima de 51 anos. Em relação à jornada de trabalho, 39% (14) mantinha jornada superior a 8 horas diárias
e na análise da domicialização do risco constatou-se 43% (16) obtinham ajuda dos familiares durante coleta ou separação do material. A
utilização de equipamentos de proteção individual (EPI’s) não era feita por 57% (21) dos trabalhadores. O questionamento sobre acidentes
de trabalho foi respondido positivamente por apenas 22% (8) trabalhadores, porém quando descritos possíveis acidentes ocorridos a
positividade aumentou para 68% (25). O acidente de trabalho mais relatado foi cortes na mão totalizando 44% (11) catadores. No que diz
respeito a utilização de medicamentos encontrados na coleta, um catador afirmou já ter feito uso dos mesmos. Quanto a vacinação, 49%
(18) afirmaram ter tomado recentemente, sendo a maioria 27%(10) contra a gripe, não havendo relato de vacina anti tetânica e hepatite
B, necessárias a essa atividade. As condições de trabalho dos catadores de materiais recicláveis se mostraram precárias tanto pela falta
de proteção quanto pela exposição dos familiares aos mesmos riscos. A pesquisa demonstrou o relato de grande número de acidentes
de trabalho, bem como a falta de profilaxia pelo uso de vacinas e a necessidade de avaliação dos riscos ergonômicos, de exposição solar,
os EPI’s mais adequados a esta atividade. Ressalta-se a importância desses dados para subsidiar as ações de vigilância em saúde e
busca de soluções intersetoriais. Referências: SOUSA, C.M.de; MENDES, A.M.. Viver do lixo ou no lixo? A relação entre saúde e trabalho
na ocupação de catadores de material reciclável cooperativos no Distrito Federal estudo exploratório. Revista Psicologia Organizações e
Trabalho. Florianópolis, v. 6, n. 2, dez. 2006. Disponível em: . Acesso em: 10/05/2015 Palavras-chave: Catadores. Saúde. Catadores
material reciclável.
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