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EIXO TEMÁTICO: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 334
Núcleo de pesquisa em saúde mental e coletiva na UFPR
AUTOR PRINCIPAL: Caroline De Azevedo Levino | AUTORES: Amanda Giuberti Poltronieri, Victor Ramalho Gomes, Bruna Medeiros
de Souza; Deivisson Vianna Dantas dos Santos | INSTITUIÇÃO: UFPR | Curitiba-PR | E-mail: caroline.levino@gmail.com
O relato de experiência discorre sobre a experiência do primeiro grupo de pesquisa formado por alunos e um professor do curso de
medicina com a temática em saúde mental dentro do departamento de saúde coletiva da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O
grupo surgiu pelo interesse em debater, construir e aprimorar os conhecimentos em pesquisa científica, seus desenhos, métodos e
etapas; com destaque para o estudo de métodos qualitativos de pesquisa e suas aplicações. Pelas discussões levantadas durante o
tempo de atividade do grupo, pode-se destacar os seguintes eixos: reforma psiquiátrica, prática do recovery, estudo de grupos focais e
hermenêutica. O estudo da reforma psiquiátrica elucidou a necessidade de uma nova organização no âmbito da saúde mental, o que foi
consolidado com a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Entretanto, há uma distância entre o embasamento teórico e a
prática cotidiana, pois ainda há pontos não reformados, como a hospitalização e a medicalização. O movimento de recovery, tornou-se
objeto de estudo, a medida que assemelhava-se à perspectiva do trabalho dos CAPS, pois também foge da linha do modelo biomédico,
prezando pelo empoderamento pessoal. O modelo de coleta de dados estudado, como instrumento da pesquisa qualitativa, foi o de
grupos focais. Nele, o pesquisador entende as características do tema usando um debate aberto, com as diferenças de status entre
os usuários desconsideradas, o que tornaria o grupo focal uma ‘’esfera pública ideal’’¹.Para a análise dos dados debateu-se a visão
hermenêutica. O grupo iniciou com leituras acerca da reforma psiquiátrica brasileira. Depois, surgiu a necessidade de conhecer de que
maneira essa reforma se efetivava em Curitiba-PR. Ocorreram visitas em CAPS da região e discussões sobre a forma de organização
e práticas de saúde mental, culminando na formulação de um projeto de pesquisa com a temática: “Estudo sobre a organização de
práticas de saúde na rede de saúde mental do município de Curitiba-PR”. Verificou-se assim a importância que um núcleo de pesquisa
traz para o ambiente a que está inserido, pois permite pensar e indicar a inserção de modelos novos; como os voltados para o indivíduo,
por exemplo, incluindo-o no processo de entendimento e pesquisa de sua doença, prezando pelo crescimento pessoal, abolição do
preconceito com os transtornos mentais e pela geração de qualidade de vida; assim como corrigir os modelos já existentes no modo de
produzir saúde. Palavras-chave: Grupo de Pesquisa. Qualitativa. CAPS. Saúde Mental.
Referências: ¹Grupos focais: conceitos, procedimentos e reflexões baseadas em experiências com o uso da técnica em pesquisas de
saúde. Leny A. Bomfim Trad, 2009. Uma introdução à pesquisa qualitativa. U Flick, S Netz; 2004
EIXO TEMÁTICO: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 335
Tutoria: um instrumento para reorganizar o processo de trabalho
AUTOR PRINCIPAL: Andriele Roberta Gerardi | AUTORES: Vânia Frigotto, Melânia Marin, Juliana Sales, Denise Liel |
INSTITUIÇÃO: 20 Regional de Sáude | Toledo-PR | E-mail: enfandry@hotmail.com
Caracterização do Problema: A Atenção Primária, fragmentada e desorganizada nos municípios do Paraná, não exerce o papel de
ordenadora da rede. Fundamentação teórica: Baseada em Mendes, 2012, a SESA definiu como ação estratégica o APSUS, que propõe
a reorganização da APS, promovendo o alinhamento conceitual e implantação das Redes de Atenção à saúde. Através da melhoria da
estrutura das Unidades de Saúde, custeio para as equipes e educação permanente. Avançando nesta estratégia, propõe-se a Tutoria
direta, planejada em 3 etapas. A primeira, gerenciamento dos riscos com vistas à segurança dos cidadãos e das equipes, a segunda,
gerenciamento dos processos para a melhoria do cuidado e a terceira, gerenciamento dos resultados, apoiando as equipes para que
cumpram os atributos e funções da APS, além dos princípios da qualidade e assim, melhorar os indicadores de saúde. Ao final de cada
etapa de avaliação há uma certificação com selo bronze, prata e ouro, tendo como objetivo incentivar as equipes e criar um padrão de
qualidade para APS no Paraná. Descrição da experiência: A equipe da 20º Regional de saúde, sensibilizou os gestores municipais
e equipes, sendo a adesão voluntária, com a realização da autoavaliação, a partir do instrumento para avaliação da qualidade na
APS e em seguida construção do plano de ação para os itens em não-conformidade. Efeitos alcançados: Das 76 unidades com
equipes completas, 27 realizaram a adesão, 21 realizaram a autoavaliação com construção do plano de ação para correção das não-
conformidades, 6 agendadas para autoavaliação e construção do plano. Este processo possibilita a reorganização do trabalho das
equipes da APS uniformizando as ações, qualificando o cuidado com a responsabilização de cada membro da equipe na melhoria da
qualidade na APS, possibilitando reconhecimento de sua complexidade e centralidade na Rede de atenção à saúde. Vale salientar que
a participação efetiva do gestor na construção do processo é fundamental, devido a tomadas de decisões e aplicações de recursos,
assim como a participação do tutor (equipe regional de saúde) no apoio técnico e parceria entre estado e município, possibilitando
um diagnóstico real das necessidades de cada equipe, no que se refere à capacitação, recursos físicos e materiais e planejamento de
ações. Recomendações: Incentivar 100% das equipes a aderirem ao processo de Tutoria, afim de construir uma APS que cumpra seus
atributos e funções. Palavras-chave: Tutoria. Atenção Primária a saúde. Qualidade. Reorganização.
Referências: Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da estratégia
da saúde da família. Brasília, organização Pan-amenicana da Saúde, 2012. Paraná, A tutoria na APS, APSUS 2015.
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