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EIXO TEMÁTICO: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 342
Humanização no atendimento aos pacientes em situação
de violência do hospital Dr. Anisio figueiredo
AUTOR PRINCIPAL: Melissa Cristina Costa Bueno | AUTORES: Leila Marins da Silva Casu, Leonel Alves Nascimento,
Aline de Almeida Moscato | INSTITUIÇÃO: Hospital Dr. Anísio Figueiredo | Londrina-PR | E-mail: melcriscosta@hotmail.com
Caracterização do problema: O Hospital Dr. Anísio Figueiredo iniciou a notificação dos casos de violência em agosto de 2011 com
ações multiprofissionais após a Lei 11.340 de 07/08/2006 que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar e a
Portaria Ministerial 104 de 25/01/2011 que normatiza a notificação compulsória dos casos de violência. Os casos de violência são
notificados na Ficha de Notificação de Agravos pela equipe de enfermagem e analisadas pelo Serviço Social, onde são encaminhadas a
Vigilância Epidemiológica e Rede de atendimento do município de Londrina (Conselho Tutelar, Secretaria do Idoso, Centro de Atendimento
a Mulher, Centro de Atenção Psicossocial). Fundamentação teórica: A violência pode ser definida, segundo a Organização Mundial
da Saúde(1), como o uso da força física ou poder, por meio de ameaça ou na prática, contra outra pessoa, um grupo ou comunidade
ou contra si próprio que resulte em sofrimento, morte, privação, dano psicológico ou ao desenvolvimento. A humanização deve ser vista
como uma das dimensões fundamentais da atenção em saúde, não podendo ser entendida apenas como um “programa” a ser aplicado
aos diversos serviços, mas como uma política que opere transversalmente em toda a rede SUS. (2) Descrição da experiência: O
hospital notifica em média 15 casos por mês de pessoas em situação de violência em seus mais diversos tipos. O atendimento se inicia
com o acolhimento e classificação de risco quando o paciente relata ser vitima de violência, assim a equipe assiste ao paciente, de
forma humanizada e atenciosa, após segue-se ao atendimento médico e posteriormente do assistente social, que faz a análise do caso e
da notificação realizada, para atendimento e encaminhamentos necessários à rede de serviços existente no município, sendo informados
sobre os procedimentos realizados. Efeitos alcançados: Capacitações e ações específicas/humanizadas para o monitoramento e
conduta nos casos de violência. Gerando um impacto positivo em toda Rede Municipal de Enfrentamento a Violência. Nossa instituição
possui a maior taxa de notificações, pois os profissionais foram sensibilizados e as realizam sistematicamente. Participando efetivamente
da discussão dos fluxos de violência sexual e coleta de vestígios do município. Recomendações: Os atendimentos com ações
ANAIS 3º CONGRESSO PARANAENSE DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA - 2ª MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
especificas as vitimas de violência favorecem um acolhimento humanizado, auxiliando a confiança e adesão da mesma nas condutas e
encaminhamentos futuros ao episódio. Palavras-chave: Violência. Humanização. Notificação.
Referências: 1.DAHLBERG, L. L.; KRUG. E. G. Violência: um problema global de saúde pública. Ciência & Saúde Coletiva, vol. 11. Rio de
Janeiro, 2007. 2.BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS:
Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do
SUS. Brasília, 2004. 3.BRASIL, Ministério da Saúde. Ministério da Justiça. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Norma Técnica:
Atenção Humanizada às pessoas em situação de violência sexual com registro de informações e coleta de vestígios. 1 Edição. Brasília,
2015. 4.BRASIL, Lei Maria da Penha. Lei n. 11.340/2006. Coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher. Presidência da
República, 2006. 5.BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 104, de 25 de Janeiro de 2011.
EIXO TEMÁTICO: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 347
A construção das necessidades de saúde mental e o
desenvolvimento do processo de trabalho na rede de
atenção psicossocial no município de Itajaí
AUTOR PRINCIPAL: Camila Schmitz | AUTORES: Priscila Tomasi Torres; Carlos Eduardo Maximo |
INSTITUIÇÃO: Universidade do Vale do Itajaí | Itajaí-SC | E-mail: milaa.schmitz@gmail.com
A presente pesquisa traçou a relação entre a construção das necessidades de saúde dos usuários da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
de Itajaí/SC e o desenvolvimento do processo de trabalho dos profissionais que atuam neste contexto. Fizeram parte da pesquisa onze
trabalhadores da RAPS do Município. A partir das entrevistas, criaram-se categorias denominadas: O delineamento da RAPS do Município; A
percepção sobre as necessidades de saúde dos profissionais; Processo de trabalho. Foram pontos norteadores das discussões: a dimensão
da responsabilização dos profissionais com os usuários; a importância do acolhimento ao usuário; e a falha de comunicação entre os
dispositivos da RAPS. Este trabalho possibilitou uma compreensão sobre o contexto do processo de trabalho da RAPS, num sentido do agir
em saúde pautado numa finalidade. Sobre o delineamento da RAPS, foi possível concluir que a rede é entendida por diversas formas, entre
elas, ser um instrumento que redireciona o trabalho de forma concomitante, numa lógica adotada num sentido de responsabilização sobre
o usuário. Assim, ficaram evidentes duas situações: na primeira, o profissional em suas falas expressa que deseja ampliar sua prática e
interagir com o usuário de forma mais abrangente. Na segunda, o profissional encontra barreiras internas e externas ao contexto do trabalho,
com as quais ele ainda não sabe lidar. Referente a percepção sobre as demandas de saúde, os profissionais demonstraram percepções
diferentes sobre as necessidades de saúde do usuário, expressaram as necessidades de saúde num sentido mais integral de sujeito, que
tem necessidades sociais e políticas; como também, num viés fragmentador, as necessidades como questões orgânicas, enfatizando
traços estigmatizantes do sofrer psíquico. E por fim, sobre o processo de trabalho, entendemos que a finalidade da ação em saúde em
prol da satisfação das necessidades do sujeito está regulada na concepção de saúde do trabalhador e as percepções de necessidades
de saúde relacionadas a um sentido integral estão correlacionadas aos serviços que tem um movimento pautado nas novas portarias, já
concepções fracionadas estão presentes em equipes que trabalham ainda num modelo biomédico. Neste sentido, a compreensão ampla do
processo saúde-doença e de uma visão macro de sujeito, que está num contexto social e político, irá guiar o desenvolvimento do trabalho
do profissional de saúde em relação às reais necessidades do sujeito. . Palavras-chave: Necessidades de Saúde. Processo de Trabalho.
RAPS.Pesquisa.
Referências: AMARANTE, P. Saúde mental e atenção psicossocial. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007. AOSANI, Tânia Regina; NUNES, Karla
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Gomes. A saúde mental na atenção básica: a percepção dos profissionais de saúde. Rev. Psicol. Saúde, Campo Grande , v. 5, n. 2, dez.