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EIXO TEMÁTICO: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 304
Controle da hipertensão arterial sistêmica com tecnologia
de cuidado em saúde mental: relato de caso do impacto
da Terapia Comunitária Integrativa
AUTOR PRINCIPAL: Chayanne Federhen | AUTORES: Fabiana Sá, Taísa Adamowicz, Tânia Dallalana, Milene Zanoni da Silva |
INSTITUIÇÃO: UFPR | Curitiba-PR | E-mail: federhen.chayanne@gmail.com
O objetivo deste relato de caso é descrever a evolução do caso de uma usuária com diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS)
durante sua participação em rodas de Terapia Comunitária Integrativa (TCI), no Ambulatório de Saúde Mental do Hospital de Clínicas
da Universidade Federal do Paraná, durante o período de setembro/2014 a dezembro/2014. Os dados foram obtidos mediante
acompanhamento por roteiro semi-estruturado, aferição da pressão arterial (PA), avaliação do estado emocional pela Escala de Faces Likert
(pré e pós rodas de TCI) e acompanhamento durante a TCI. Os documentos usados foram receitas médicas, exames e procedimentos
realizados. Relato de caso: mulher, 74 anos, casada, branca, com diagnóstico clínico de depressão e HAS, histórico de 10 cirurgias
cardíacas, graves crises depressivas, tentativas de suicídio, automutilação e polimedicação (Fluoxetina, Clonazepam, Atorvastatina, Ácido
Acetilsalicílico, Enalapril, Hidroclorotiazida e Omeprazol). A paciente participou de 10 rodas de TCI. Na primeira participação, a paciente
apresentou PA de 162/92 mmHg, antes da intervenção, e 195/93 mmHg, depois. Em sua última participação, a PA foi de 110/68mmHg,
antes, e 125/72mmHg, depois do encontro. Em anamnese, a paciente relatou que, no período de realização das rodas de TCI, sua PA
havia atingido níveis de normalidade, os sintomas depressivos estavam menos intensos e não havia mais se automutilado. A melhora da PA
estaria atrelada à melhora em seu estado emocional resultante da capacidade resiliente de lidar com os problemas, percepção de amor,
acolhimento e cuidado nos encontros, bem como a oportunidade de falar de seus sofrimentos nas rodas de TCI. Durante o período estudado,
não houve nenhuma alteração terapêutica além do início da participação nas rodas. Assim, foi possível observar controle da HAS e melhora
emocional da paciente, decorrentes de sua participação nas rodas de TCI. Palavras-chave: Atenção primária à saúde. Promoção da saúde.
Hipertensão. Saúde mental.
Referências: BARRETO, A. P. Terapia Comunitária passo a passo. 4ª ed, Fortaleza: Gráfica LCR, 2010. CAMARGO, A.C. Tempo de falar e
tempo de escutar: a produção de sentido em um grupo terapêutico. 181 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade São Marcos,
2005. CARVALHO, M. A. P.et al.Contribuições da terapia comunitária integrativa para usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS):
do isolamento à sociabilidade libertadora. Cad Saúde Pública, vol. 29 (10), p. 2028-2038, 2013. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO. SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. ArqBrasCardiol,
vol. 95(1 supl.1), p.1-51, 2010. VANDERLEI, L.C.M. et al. Noções básicas de variabilidade da frequência cardíaca e sua aplicabilidade clínica.
RevBrasCirCardiovasc, vol. 24(2), p.205-217, 2009.
EIXO TEMÁTICO: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 305
Atividades de uma equipe interdisciplinar no
atendimento a pessoas internadas em regime de longa
permanência: sob a lógica da reforma pisquiátrica
AUTOR PRINCIPAL: Ana Cristina de Carvalho | AUTORES: Não há | INSTITUIÇÃO: Hospital Colônia Adauto Botelho (HCAB) |
Pinhais-PR | E-mail: anacristinac082@gmail.com
Introdução: A reforma psiquiátrica prevê um novo modelo de atenção e cuidado às pessoas acometidas de doença mental enquanto
manifestação do “sofrimento psíquico”. Neste contexto, o modelo assistencial hospitalocêntrico é questionado e substituído por serviços
extra-hospitalares. Portanto, a desinstitucionalização é uma das diretrizes da política de saúde mental que atende os princípios preconizados
neste cenário. Objetivo: Descrever as atividades de uma equipe interdisciplinar do Hospital Colônia Adauto Botelho(HCAB), que atua
no atendimento biopsicossocial às pessoas de ambos os sexos internados em regime de longa permanência, devido ao rompimento de
vínculos familiares. Metodologia: Relato de experiência de atividades desenvolvidas pela equipe interdisciplinar durante os anos 2014-2015.
Resultados: As atividades desenvolvidas pela equipe interdisciplinar sob lógica da reforma psiquiátrica consideraram a singularidade de
cada usuário, na condição de morador internado nesta Unidade Hospitalar. Adotamos como base, o Projeto Terapêutico Singular (PTS).
Neste contexto, abordamos as complexidades clínicas e psiquiátricas, situação jurídica, (documentos de identificação); Coleta de dados
socioeconômicos e possibilidade de vínculos familiares. O trabalho interdisciplinar proporcionou o retorno familiar de dois moradores; o
fortalecimento de vínculo familiar de outros três e a inclusão em residência terapêutica de um morador. Além da assistência médica e
de enfermagem 24h, foi possível: Estabelecer uma rotina diária; Proporcionar atividades socio-recreativas; Promover a autonomia através
de estímulos biopsicossociais, considerando a limitação individual; Construir um PTS para cada morador e Implementar atendimento
interdisciplinar (psicológico, social, fisioterapêutico, terapia ocupacional e da enfermagem).Ressaltamos que as atividades desenvolvidas,
acontecem em consonância com o novo modelo de atenção psicossocial proposto pela política de saúde mental, neste sentido nos
propomos de forma contínua a articulação com a Rede de Atenção Psicossocial(RAPS) garantindo a continuidade de seu tratamento nos
Serviços de Residência Terapêutica Tipo I ou II. Porém o principal desafio enfrentado é a deficiência na oferta deste serviço. Conclusão: O
trabalho desenvolvido representa uma contribuição no processo de reorganização do cuidado em saúde mental, favorecendo a autonomia
e melhora na qualidade de vida de pessoas ainda estão submetidas a este regime de internação. Palavras-chave: Reforma Psquiátrica.
Regime de Longa Permanência. Equipe Interdisciplinar.
Referências: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Reforma Psiquiátrica e Política de Saúde Mental no Brasil. Brasília, 2005. http://bvsms.saude.gov.
br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf (acesso em 03/04/2016) BARLETA, Cleuse Maria Brandão. Relatório do Projeto de
Supervisão Clínico-Institucional do Processo de Desinstitucionalização de Pacientes Longamente Internados no Hospital Colônia Adauto
Botelho e Articulação da Rede de Saúde Mental do Município de Pinhais/Pr. Pinhais/Pr, 2013. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria-
Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humanizasus Política Nacional de Humanização Brasília. 1ª edição. Brasil:
Ministério da Saúde, 2004. LEI FEDERAL nº 10.216 de 06/04/2001. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LEIS_2001/L10216.htm
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