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EIXO TEMÁTICO: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde      TRABALHO 435

                Perfil epidemiológico dos casos de tentativa de suicídio e óbitos
                por suicídio, registrados no SIM e SINAN na cidade de Uberaba/MG

                 AUTOR PRINCIPAL: Nilva Maria Ribeiro |  AUTORES: Sybelle de Souza Castro |  INSTITUIÇÃO: Universidade Federal do Triângulo Mineiro |
                 MG  |  E-mail: nilva.enf@hotmail.com
                  INTRODUÇÃO: Os dados nacionais sobre suicídio são disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
                  (DATASUS) através do Sistema de Informações Sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informação Sobre Agravos de Notificação (SINAN)
                  (SANTOS, et al., 2014). Os estudos sobre as bases de dados SIM e SINAN são importantes para termos uma visão geral da qualidade
                  desses sistemas. OBJETIVO: Descrever o perfil epidemiológico dos casos de tentativa de suicídio e óbitos por suicídio, registrados no
                  SIM e SINAN na cidade de Uberaba/MG. MÉTODO: Trata-se de um estudo quantitativo, retrospectivo, descritivo, de base territorial.
                  RESULTADO: Ficha de Intoxicação Exógena: ocorreram 89 casos de tentativas de suicídio, cinco foram a óbito. A faixa etária de maior
                  ocorrência de tentativas foi de 20 a 29 anos de idade, com 25 casos (28,1%), seguida de 15 a 19 anos com 17 casos (19,0%), sendo
                  a maioria mulheres, 68 casos (76,4%), indicando que a população que tenta suicídio é predominantemente adolescente e adulta
                  jovem e que mulheres tentam mais suicídio que homens. O local de exposição por intoxicação exógena, geralmente é a residência,
                  correspondendo a 65 casos (73,0%) através do uso de medicamentos, seguido de raticidas com 17 casos (19,2%). A via de exposição
                  predominante foi a digestiva, 86 casos (96,6%) e geralmente única, com 76 casos (85,4%). Fichas de Violência: registraram-se 80
                  casos de tentativa de autoextermínio, cinco foram a óbito, prevalece as mulheres com 61 casos (76,2%) em relação aos homens com
                  19 casos (23,8%). A faixa etária de maior ocorrência foi de 20 a 29 anos (26,2%), seguida de 15 a 19 anos (23,8%). A intoxicação foi
                  a natureza da lesão predominante nos casos de Violência por autoextermínio, 26 casos (32,4%). Os meios de agressão mais utilizados
                  foram através de envenenamento, 21 casos (26,2%); seguida do uso de medicamentos, 19 casos (23,8%). Formulário de DO:: 11
                  óbitos por suicídio, principalmente na faixa etária entre 30 e 39 anos (3 óbitos) e 40 e 49 anos (3 óbitos). Dos 11 óbitos, 5 casos
                  foram por enforcamento e 2 casos por autointoxicação. CONCLUSÃO: A tentativa de suicídio é predominante em adolescentes e adultos
                  jovens, especialmente em mulheres. Verificou-se que as mulheres tentam mais suicídio do que os homens através de métodos menos
                  agressivos. Segundo Vidal, Gontijo, Lima (2013), os homens concretizam mais suicídio do que as mulheres e os métodos utilizados são
                  de alto grau de letalidade, como enforcamento. Palavras-chave: Suicídio, Tentativa de Suicídio, Sistemas de Informação em Saúde
                  Referências: SANTOS, S.A., et al. Tentativas e Suicídios por Intoxicação Exógena no Rio de Janeiro, Brasil: análise das informações
                  através do linkage probabilístico. Cad. de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.30, n.5, p.1057-66, mai. 2014 VIDAL, C.E.L.; GONTIJO,
                  E.C.D.M.; LIMA, L.A. Tentativas de Suicídio: fatores prognósticos e estimativa do excesso de mortalidade. Cad. Saúde Pública, Rio de
                  Janeiro, v.29, n.1, p.175-87, jan. 2013.


                EIXO TEMÁTICO: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde      TRABALHO 436

                Conhecendo o apoio social a famílias preservadas do uso de
                drogas em uma comunidade vulnerável

                 AUTOR PRINCIPAL: Alan Henrique de Lazari |  AUTORES: Anai Adario Hungaro; Leandro Mocci do Nascimento; Lucia Margarete dos Reis;
                 Magda Lucia Félix de Oliveira |  INSTITUIÇÃO: Universidade Estadual de Maringá - PR | Maringa-PR |  E-mail: alan.delazari@hotmail.com
                   Redes sociais como forma de apoio e fortalecimento local, fortalecem estruturas no contexto da saúde das popula¬ções nos centros
                   urbanos e reflete processos de fortalecimento da Sociedade Civil em comunidades vulneráveis (FELTRAN, 2011). Objetivou-se verificar
                   a presença de redes de apoio social a famílias, cujos membros não faziam uso de drogas. Estudo descritivo e transversal. Foram
                   investigadas 90 famílias de uma comunidade com indicadores elevados de violência associadas às drogas de abuso, cujos membros
                   não faziam uso de drogas lícitas ou ilícitas (exceto tabaco), utilizando amostra intencional, Respondent-Driven Sampling (KENDALL,
                   2006), e inquérito domiciliar. Todos os preceitos éticos foram atendidos, com parecer COPEP/UEM 16799/2012. O tempo médio
                   de residência na comunidade era de 10,5 anos e a composição familiar de 50% foi nuclear e 32% extensa/ampliada. A maioria dos
                   entrevistados (64,4%) referiu que o uso de drogas na comunidade não interferia na vida familiar. A convivência e a coesão familiar, assim
                   como participar de atividades na família extensa, exerciam efeito protetor para o não uso de drogas de abuso. A análise das redes de
                   apoio social das famílias apontou que 84 (94%) realizavam atividades comunitárias, como grupos de estudos e atividades religiosas, no
                   entanto apenas três (3,3%) participavam de reuniões comunitárias do bairro, na associação de moradores e na unidade básica de saúde.
                   Nos bairros de periferias urbanas, as igrejas têm uma atuação religioso-moral e também assistencial, cumprindo uma função pública,
                   e várias religiões atuam de forma protetiva frente a contextos de vulnerabilidade (FELTRAN, 2011). Sobre a procedência dos amigos
                   apoiadores, a vizinhança foi referida por 67 (74,4%) famílias, seguido por amizades na igreja 38 (42,2%) e 24 (26,6%) referiram seus
                   próprios familiares como “melhores amigos”. Percentual significativo das famílias (90%) referiram que poderiam ter o apoio de vizinhos,
                   e o tempo médio de residência parece influenciar os vínculos entre moradores do bairro. Como fatores de proteção ao uso de drogas,
                   verificou-se a presença de famílias ampliadas e a relação próxima com a vizinhança decorrente de anos dividindo o mesmo bairro, e as
                   amizades da própria comunidade e de suas igrejas. A igreja foi a instituição de maior importância da rede social. Palavras-chave: Rede
                   social; Apoio social; Famílias vulneráveis.
                   Referências: FELTRAN, G. S. Fronteiras de tensão: política e violência nas periferias de São Paulo. São Paulo: Unesp, 2011. KENDALL,
                   C. Respondent-Driven Sampling. Tulane University. New Orleans, July, 2006.

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