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EIXO TEMÁTICO: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 444
Espera para cirurgia no Paraná: perspectiva dos usuários dos
serviços de saúde.
AUTOR PRINCIPAL: Eduardo Rocha Covre | AUTORES: Giovanna Pesce Brichi; Alysson Carraschi da Silva; Maria Fernanda do Prado
Tostes; Carlos Alexandre Molena Fernandes | INSTITUIÇÃO: Universidade Estadual de Maringá | Maringá -Pr | E-mail: eduardocovre@
hotmail.com
Introdução: A cirurgia é essencial para prevenção de incapacidades crônicas e mortalidade. Contudo, o acesso, como parte do direito à
saúde, pode não estar amplamente garantido (DEBAS et al., 2006). Objetivo: Caracterizar os registros sobre acesso à cirurgia no Paraná e
identificar repercussões físicas, emocionais e socioeconômicas decorrentes da situação de espera por cirurgia pelos usuários dos serviços
de saúde. Método: Estudo documental e descritivo, segundo dados secundários do banco eletrônico“Caixa Preta da Saúde”, em 2015,
parecer ético nº 44899215.0.0000.0104. Este é um canal de comunicação com usuários dos serviços de saúde sobre os problemas
que afetam a saúde pública no Brasil. Voluntariamente, qualquer pessoa, de qualquer lugar, pode denunciar falhas e relatar dificuldades
enfrentadas na busca por serviços de saúde. As denúncias são encaminhadas ao Ministério Público, para apuração dos fatos relatados e,
assim, contribuir para que governo e gestores tomem as providências necessárias(ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA, 2015).Resultados: No
Paraná,no período de um ano, registrou-se 37 (100%) denúncias sobre assistência cirúrgica,a maioria delas 27 (64,3%) envolve u a falta de
acesso para cirurgia. Em 18 (66,6%), evidenciou-se o prolongado tempo de espera para cirurgia, média ≥ 2 anos. Em 15 denúncias, a espera
prolongada ocasionou repercussões físicas: dores, dificuldade para deambular, evolução da doença; emocionais:revolta, angústia, descrença
e sofrimento; e/ou socioeconômicas: venda de bens para custear o acesso à assistência e impossibilidade para trabalhar. Assim, é primordial
a reorganização da rede de atenção à saúde para assistência aos indivíduos em situação de espera. Sugere-se empreender esforços para
maior integração, intercâmbio e continuidade de informações entre atenção básica e especializada. Definição de indicadores de acesso, para
estabelecer estratégias para melhor gerenciamento da espera, como reconhecer o tempo de espera para os cuidados primários, consultas
com especialistas, exames de diagnóstico e espera para cirurgia (ALMEIDA et al., 2010; KREINDLER, 2010). Isso possibilita a reavaliação de
prioridade enquanto aguardam na fila e recondução à equipe de saúde da família para acompanhamento contínuo (KREINDLER, 2010; CURTIS
et al., 2010).Conclusão:Segundo os registros da Caixa Preta da Saúde, provenientes dos usuários dos serviços de saúde, existe dificuldade
de acesso para cirurgia, o que afeta sua qualidade de vida. .Palavras-chave: Acesso aos Serviços de Saúde; Cirurgia; Assistência à Saúde.
ANAIS 3º CONGRESSO PARANAENSE DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA - 2ª MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
Referências: 1. ALMEIDA, P.F.; GIOVANELLA, L.; MENDONÇA, M.H.M.;ESCOREL,S. Desafios à coordenação dos cuidados em saúde: estratégias
de integração entre níveis assistenciais em grandes centros urbanos. Cad Saúde Pública, v.26, n.2, p. 286-98, 2010. 2. ASSOCIAÇÃO MÉDICA
BRASILEIRA. Caixa Preta da Saúde.[Internet]. São Paulo: Associação Médica Brasileira, 2015.Disponível em www.caixapretadasaude.org.br.
Acesso em 01 de março de 2015. 3. CURTIS, A.J.; RUSSELL, C.O.H.; STOELWINDER, J.U.; MCNEIL, J.J. Waiting lists and elective surgery:
ordering the queue. MJA, v. 192, n.4, p. 217-20, 2010. 4. DEBAS, H.T.; GOSSELIN, R.; MCCORD, C., THIND, A. Surgery.In: JAMISON, D.T.;
BREMAN, J.G.; MEASHAM, A.R.; ALLEYNE, G.; CLAESON, M.; EVANS, D.B.et al., editors. Disease Control Priorities in Developing Countries.
Washington: World Bank, 2006. 5. KREINDLER, A.S. Policy strategies to reduce waits for elective care: a synthesis of international evidence.
Bri Med Bull, v.95, n.7, p.7-32, 2010
EIXO TEMÁTICO: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde TRABALHO 448
Promoção de segurança alimentar e nutricional: relato de experiência
de intersetorialidade em Serra do Navio, Amapá, Amazônia.
AUTOR PRINCIPAL: Kirsten Corinna Weber Silva | AUTORES: Anneli Mercedes Celis de Cárdenas, Josélio Riker Ferreira, Adelma Sanches
Pinheiro | INSTITUIÇÃO: Conselho Estadual de Segurança Alimentar - CONSEA | Macapá - Amapá | E-mail: samambaia.k.silva@gmail.com
As dificuldades quanto ao acesso aos serviços públicos, ao mercado (trabalho, consumo e escoamento da produção), à cultura, educação,
lazer e alimentos saudáveis etc. resultam em uma inadequação do consumo alimentar e desconhecimento acerca da alimentação por parte da
população, em especial, às margens da sociedade nos interiores da Amazônia. O impacto do novo padrão de cultura alimentar com consumo
crescente de alimentos ultraprocessados e ricos em sódio, gorduras e açúcares, agravado pela baixa produção, altos preços e baixo consumo
de vegetais etc. estão intrinsicamente ligados à situação de insegurança alimentar e nutricional (ISAN). A população brasileira experimentou
significativas transformações em termos de saúde, condições de vida e alimentação nas últimas décadas (MONTEIRO, 2006). “A análise
biológica e química da dieta amazônica revela um regime alimentar com inúmeras deficiências nutritivas.” (CASTRO, [1946], 1984, p. 62). Uma
constatação ainda muito válida na Amazônia. No entanto, nos dias atuais, ao perfil epidemiológico caracterizado pelas carências nutricionais
sobrepuseram-se as DCNTs (VASCONCELOS, 2008). Realidade que constitui um enorme desafio para as políticas públicas no âmbito do SUS e
da SAN (BRASIL, 2016). No biênio de 2011 e 2012 articulou-se a contemplação de um grupo “pessoas em vulnerabilidade social com elevado
risco nutricional” com o recebimento de doações simultâneas oriundas do PAA. No mais, essas pessoas foram acompanhadas intensamente
por parte de profissionais do NASF, Assistência Técnica Rural e Assistência Social. O grupo foi constituído por moradores sem acesso ao setor
primário e extrativismo, ribeirinhos, idosos e famílias numerosas em situação de ISAN grave. Além do provimento direto de alimentos oriundos
da agricultura familiar local, oportunizou-se o consumo de alimentos saudáveis que, quer por questões de hábitos alimentares regionais,
quer por hipossuficiência financeira, ainda agravado pelas dificuldades de acesso ao mercado, eram desconhecidos ou não consumidos. O
êxito do projeto reforçou a necessária reorientação das ações pontuais e isoladas no âmbito do SUS e da SAN, apontando para políticas
públicas intersetoriais e integradas e com alcance de toda população. A efetiva implantação do SISAN e a conscientização acerca do Direito
Humano à Alimentação Adequada, além do reconhecimento das pessoas às margens da sociedade como sujeitos sociais, dignos de voz, são
imprescindíveis no combate à malnutrição. Palavras-chave: Amazônia. Insegurança Alimentar e Nutricional. Intersetorialidade. Núcleo de
Apoio à Saúde da Família.. Programa de Aquisição de Alimentos.
Referências: BURITY et al. Direito Humano à alimentação adequada no contexto da segurança alimentar e nutricional. Brasília: ABRANDH,
2010; 204 p. BRASIL. Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Segurança Alimentar. Disponível em . Acesso em 03 abr.
2016. CASTRO, J. Geografia da fome: o dilema brasileiro: pão ou aço. Publicação de 1946, reeditado. 10ª ed. Rio de Janeiro: Edições Antares,
1984. 303 p. VASCONCELOS, F. A. G. Josué de Castro e a ”Geografia da Fome” no Brasil. Cadernos de Saúde Pública. 2008, vol.24, n.11, pp.
2710-2717. Disponível em: . Acesso em: 13 abr. 2016.
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