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EIXO TEMÁTICO: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde      TRABALHO 487
                Violência contra as mulheres e saude coletiva no litoral do parana:
                olhares apartir de um projeto de aprendizagem

                 AUTOR PRINCIPAL: Zayne Cristine Lopes Modesto |  AUTORES: Jaqueline Ingra dos Santos  |  INSTITUIÇÃO: Universidade Federal do
                 Parana- setor litoral  | Curitiba -PR |  E-mail: zayne_lopes2@hotmail.com
                  Introdução: A violência contra as mulheres tem origem nas desigualdades de gênero e gera desafiadora agenda para profissionais e para
                  o sistema de saúde. Apesar dos recentes avanços nas políticas públicas brasileiras, as notificações provam que há muitas mulheres
                  ainda sendo agredidas. Ao deparar-se com essa realidade, destaca-se o papel chave de profissionais da área de saúde coletiva no
                  atendimento e acolhimento das mulheres. Objetivo: Descrever a realização de um projeto de aprendizagem (PA) sobre a temática,
                  desenvolvido por estudantes do Bacharelado em Saúde Coletiva, refletindo sobre desafios e potencialidades. Metodologia: O PA vem
                  sendo conduzido ao longo dos quatro anos de graduação em Saúde Coletiva, envolvendo os seguintes eixos: revisão bibliográfica sobre
                  a temática; análise das notificações compulsórias da violência contra as mulheres na 1°Regional de Saúde e Hospital Regional do Litoral
                  de Paranaguá; participação em atividades promovidas pelo Núcleo de Prevenção à Violência e Promoção à cultura da paz do município
                  de Paranaguá e por fim, produção de materiais informativos visando o complemento da qualificação de profissionais de saúde no
                  atendimento e acolhimento às mulheres. Resultados: o PA encontra-se atualmente em curso, e como potencialidades observadas até o
                  momento, destacam-se a possibilidade de formação de uma rede de órgãos públicos e entidades focadas na prevenção, notificação e
                  assistência às vítimas de violência; a interação entre profissionais com formação em diferentes áreas, cada qual com sua contribuição
                  enquanto núcleo profissional, no manejo de problema tão complexo; a possibilidade de contribuição do futuro Bacharel em Saúde
                  Coletiva na gestão e implementação de políticas públicas para o enfrentamento da violência contra mulheres. Esperamos com este
                  projeto, encontrar maneiras para contribuir no apoio a essas mulheres e fomentar a inserção do futuro Bacharel em Saúde Coletiva a
                  fazer parte dessa equipe de profissionais, com o objetivo de promover atenção integral às mulheres vítimas da violência. Como reflexões
                  finais, destaca-se a possibilidade do PA como ferramenta capaz de desenvolver ao longo da graduação a habilidade de conscientização,
                  para trabalhar na quebra de paradigmas e na equipe multidisciplinar de saúde, atentando às demandas da sociedade e contribuindo
                  com a consolidação do Sistema Único de Saúde.   Palavras-chave: violencia,genero,mulher.
                  Referências: SIGNORELLI, M. C. Mudaram as estações... nada mudou:profissionais do sistema único de saúde e mulheres vítimas
                  da violência doméstica no litoral Paranaense. Tese de doutorado. São Paulo 2011. RABELLO, P. M; JUNIOR, A. F. C. Violência contra a
                  mulher, coesão familiar e drogas. Rev Saúde Pública, junh-julh 2007; 41 (6):970-8; SCHRAIBER, L. B; OLIVEIRA, A. F. P. L. D; JUNIOR, I.
                  F et'al. Prevalência da violência contra a mulher por parceiro íntimo em regiões do Brasil Rev saúde pública abr-maio 2007; 41 (5):797-
                  807;

                EIXO TEMÁTICO: Políticas Públicas de Saúde; Redes de Atenção à Saúde      TRABALHO 496

                Violência Obstétrica: Intervenções obstétricas durante o trabalho
                de parto e parto em mulheres atendidas pelo Sistema Único de

                 AUTOR PRINCIPAL: Lorenna Viccentine Coutinho Monteschio  |  AUTORES: Rosana Rosseto de Oliveira; Sonia Silva Marcon; Thais Aidar
                 de Freitas Mathias |  INSTITUIÇÃO: Universidade Estadual de Maringá  | Maringá -PR |  E-mail: helorenn@gmail.com
                   Introdução: a violência obstétrica não se refere apenas aos maus-tratos sofridos pelas mulheres durante a assistência ao parto, envolve
                   também as intervenções realizadas sem respaldo cientifico e consideradas prejudiciais1. A OMS (Organização Mundial da Saúde), em
                   1996, classificou e desaconselhou a prática de algumas condutas realizadas durante o trabalho de parto como prejudiciais tais como:
                   tricotomia, enteroclisma, indução ou condução do trabalho de parto ou recomendou utilizá-las com restrição como a episiotomia e
                   cesariana2,3. O Relatório da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos de 2013 reconhece a violência obstétrica no âmbito dos direitos
                   humanos e denuncia sua configuração no panorama nacional, que vai da intensa medicalização ao excesso de cesarianas4. Objetivo:
                   Verificar a prevalência de intervenções obstétricas segundo variáveis sociodemográficas. Método: estudo transversal com 358 puérperas
                   atendidas pelo Sistema Único de Saúde em dois hospitais no município de Maringá-PR. Os dados foram coletados de dezembro de
                   2012 a março de 2013, por meio de entrevistas realizadas no hospital no período pós-parto e, consulta ao prontuário e cartão da
                   gestante. Foram utilizadas as frequências das intervenções e dos dados sociodemográficos, e para associação foi utilizado o teste
                   Qui-quadrado considerando p≤0,05. Resultados: Das puérperas entrevistadas 92,7% tiveram seu parto medicalizado, com a realização
                   de pelo menos uma intervenção. A cesariana teve a taxa de 57%, seguida da indução com 42,2%, a episiotomia apresentou 37,7%, a
                   tricotomia 22,6% e a amniotomia 21,5%. O enteroclisma não foi realizado em nenhuma mulher. Não houve associação significativa da
                   prevalência de medicalização e dados sociodemográficos como raça/cor, idade, estado civil, escolaridade, religião, renda ou ocupação,
                   o que demonstra que a medicalização é praticamente realizada em 100% das parturientes atendidas pelo SUS no município. Conclusão:
                   A assistência obstétrica com altas taxas de procedimentos considerados danosos e que mesmo assim são efetuados sem justificativa
                   plausível pode ser identificada como uma forma de violência, pois afeta a integridade física e psicológica da mulher. Palavras-chave:
                   Medicalização. Violência contra a mulher. Parto obstétrico.
                   Referências: 1. Parto do princípio – Mulheres em rede pela maternidade ativa. Dossiê da violência obstétrica: “parirás com dor”
                   [Internet]. 2012 [citado 2013 nov. 25]. Disponível em: http://www.senado.gov.br/comissoes/documentos/SSCEPI/DOC%20VCM%20
                   367.pdf. 2. Organização Mundial da Saúde. Saúde Materna e Neonatal, Unidade de Maternidade Segura, Saúde Reprodutiva e da
                   Família. Assistência ao parto normal: um guia prático, Genebra; 1996. 3. Ministério da Saúde(BR). Secretaria de Políticos de Saúde, Área
                   Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasília; 2001. 4. Rede Social de Justiça e
                   Direitos Humanos. Violência obstétrica e sua configuração no Brasil. In: Direitos Humanos no Brasil 2013: Relatório da Rede Social de
                   Justiça e Direitos Humanos, 2013.
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