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EIXO TEMÁTICO: Planejamento e Gestão em Saúde TRABALHO 275
Sobrecarga de familiares de pacientes psiquiátricos atendidos nos
Centros de Atedimento Psicossocial – CAPS III de Londrina (PR)
AUTOR PRINCIPAL: Cristiane de Souza Gonçalves | AUTORES: Giovanna Hasegawa Paro, Marcos Hirata Soares, Adriano Luiz da Costa
Farinasso | INSTITUIÇÃO: Universidade Estadual de Londrina | Londrina-PR | E-mail: cristiane.88@outlook.com
Introdução: A presença do sofrimento mental no ambiente familiar provoca mudanças nas rotinas, hábitos e costumes das famílias. Esta
pesquisa consiste em aprofundar o estudo da sobrecarga de familiares cuidadores de pacientes psiquiátricos. Objetivos: Descrever as
características sociodemograficas de uma amostra de cuidadores e identificar sua sobrecarga objetiva e subjetiva, em diversos domínios
de suas vidas. Métodos: A pesquisa é resultado parcial de um projeto de pesquisa para avaliação da rede de cuidados de saúde,
subvencionado pelo PPSUS-2013. A sobrecarga foi avaliada por meio da Escala de Sobrecarga dos Familiares de Pacientes Psiquiátricos
(FBIS-BR) com familiares com idade acima de 18 anos de pacientes no CAPS III de Londrina- PR. Resultados: A amostra foi composta
por 40 familiares de ambos os sexos, 60% eram do sexo feminino e 40% masculino, 23% casados, com idade média de 50 anos.
Considerando o grau de parentesco, 13% eram pais ou mães, seguindo de 8% sendo irmãos, destes 52,5% não concluíram o ensino
fundamental. Quanto à renda, 40% tem emprego e 32,5% são aposentados, destas 50% assumem os cuidados sozinhos e 35% dividem
os cuidados com mais uma pessoa. Observou-se que preparar ou auxiliar os pacientes nas refeições teve maior sobrecarga objetiva
com (3,95) seguindo auxiliá-los na administração com dinheiro (3,70). Considerando a supervisão dos comportamentos problemáticos
pedir atenção excessiva (1,85) e auto-agressão (1,85) causaram maior sobrecarga objetiva dos familiares. Referente ás alterações na
rotina diária do cuidador, a diminuição da atenção aos outros familiares (2,38) foi o maior gerador de sobrecarga objetiva. A maioria dos
familiares (77,5%) avaliou o impacto permanente como fonte de elevada sobrecarga subjetiva, seguindo a assistência na vida cotidiana
a tarefa que mais incomodou os familiares foi auxiliar os pacientes na higiene pessoal (1,55). Os comportamentos vergonhoso dos
pacientes (1,85) se destacou como os itens mais incômodo. A maior preocupação com os pacientes, foi a segurança física (4,18) e
preocupação com o futuro (4,05). Conclusão: Esses resultados visam contribuir e auxiliar os serviços de saúde mental,a adaptarem
seu atendimento, fornecendo suporte aos familiares, particularmente sobre como lidar com os comportamentos problemáticos
dos pacientes, reduzindo a sobrecarga familiar. Referências: Referências PEREIRA, M.O.A.; PEREIRA JÚNIOR, A. Transtorno Mental:
ANAIS 3º CONGRESSO PARANAENSE DE SAÚDE PÚBLICA/COLETIVA - 2ª MOSTRA PARANAENSE DE PROJETOS DE PESQUISA PARA O SUS
dificuldades enfrentadas pela família. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 37, n.4, p.92-100, 2003. Palavras-chave: Saúde
mental. Sobrecarga familiar.
EIXO TEMÁTICO: Planejamento e Gestão em Saúde TRABALHO 283
Gastos privados com medicamentos em população adulta
AUTOR PRINCIPAL: Valquiria Fernandes Marques | AUTORES: Valquíria Fernandes Marques Vieira1; Fabíola Bof de Andrade2; Tatiana
Chama Borges Luz3 | INSTITUIÇÃO: 1 Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Centro Universitário Newton (IBCS-NEWTON) 2Núcleo
de Estudos em Saúde Pública e Envelhecimento, Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz. 3 Grupo de Estudos
Transdiciplinares de Educação em Saú | Belo Horizonte-MG | E-mail: fernandes.valquiria@gmail.com
Introdução: Os medicamentos são um instrumento terapêutico importante na prevenção e tratamento de doenças. Apesar dos avanços
na Assistência Farmacêutica brasileira, o acesso aos medicamentos ainda não se dá de forma igualitária, de modo que os indivíduos
que necessitam desses produtos aplicam recursos financeiros próprios para sua aquisição no mercado privado. Objetivos: Descrever
a prevalência e o perfil dos indivíduos adultos que efetuaram gastos privados com medicamentos. Metodologia: Estudo transversal
de base populacional, baseado nos dados da Pesquisa por Amostra de Domicílios (PAD) de 2011, em Minas Gerais. Os gastos com
medicamentos foram analisados segundo características demográficas, socioeconômicas, relativas à saúde e à utilização de serviços
de saúde, submetidos ao teste estatístico do qui-quadrado de Pearson com correção de Rao Scott, no software Stata, versão 13.0.
Resultados: A prevalência de gastos com medicamentos, nos 30 dias que antecederam a entrevista foi de 30,7% (IC95%: 29,6-31,9),
maior entre as mulheres (36,5%), naqueles com maior idade (52,1%) e de cor ou raça branca (33,0%). Evidenciou-se maior prevalência
entre indivíduos com relação conjugal (32,6%) e com renda mais elevada (35,3%). Em relação à escolaridade, 38,9% dos indivíduos
com zero a três anos apresentaram maior proporção de gastos. Dentre a população coberta por plano de saúde privado, 40,9% dos
indivíduos tiveram gastos e 49,8% das pessoas que referiram possuir uma ou mais doenças crônicas incorreram em despesas com
estes insumos. A prevalência de gastos entre aqueles que perceberam sua própria saúde como regular/ruim/muito ruim foi 54,2%.
Em relação à utilização de serviços de saúde, a procura pelo serviço médico ou de saúde também esteve associada positivamente
aos gastos privados com medicamentos (57,2%). Conclusão: A prevalência elevada de gastos entre a população estudada mostrou
a existência de dependência financeira da população adulta de Minas Gerais para obtenção dos medicamentos. É importante que as
políticas públicas adotem medidas de proteção financeiras especialmente direcionadas aos indivíduos mais vulneráveis em termos
socioeconômicos, como as mulheres e os idosos, bem como de saúde, como entre aqueles com mais morbidades e pior percepção de
saúde. É igualmente relevante que sejam tomadas iniciativas para incentivar o uso racional de medicamentos, aprimorando o acesso
aos medicamentos pela população como um todo. Referências: ARRAIS, Paulo Sérgio Dourado. Medicamentos: consumo e reações
adversas – um estudo de base populacional. 1. Ed. Fortaleza: Edições UFC, 2009. 163p. BOING, Alexandra Crispim; BERTOLDI, Andréa
Dâmaso; BOING, Antônio Fernando; BASTOS, João Luiz; PERES, Karen Glazer. Acesso a medicamentos no setor público: análise de
usuários do Sistema Único de Saúde no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, abr. 2013. Disponível em: . Acesso em: 11
jan. 2015. BOLETIM PAD-MG-2011. Fundação João Pinheiro, Centro de Estatísticas e Informações, Belo Horizonte, jun. 2012. Disponível
em: Acesso em: 20 mar. 2014. CARVALHO, Marcelo Felga; PASCOM, Ana Roberta Pati; ARP, SOUZA-JUNIOR, Paulo Roberto Broges de;
DAMACENA, Giseli Nogueira; SZWARCWALD, Célia Landmann. Utilization of medicines by the Brazilian population, 2003. Cadernos de
Saúde Pública, Rio de Janeiro, set. 2005. Disponível em: Acesso em: 05 fev. 2014. WIRTZ, Veronika J.; YARED, Santa-Ana-Tellez; SERVAN-
MORI, Edson; AVILA-BURGOS, Leticia. Heterogeneous Effects of Health Insurance on Out-of-Pocket Expenditure on Medicines in Mexico.
Value in Health, Estados Unidos. jul.,ago, 2012. Disponível em: Acesso em:10 fev. 2014. Palavras-chave: Gastos com medicamento.
Farmacoepidemiologia. Estudos transversais.
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