Page 17 - ANAIS_4º Congresso
P. 17

EIXO: POLÍTICA E GESTÃO EM SAÚDE  EIXO: POLÍTICA E GESTÃO EM SAÚDE


                 Análise do Processo de Seleção de Medicamentos na Rede Hospitalar Própria do
                 Estado do Paraná

                 Autores: LILIAN ODELI; Milene Zanoni da Silva; Priscilla Marys Limberger; Margely Nunes de Souza; Suzan Mirian do Patrocínio Alves.
                 Instituição: Centro de Medicamentos do Paraná e Universidade Federal do Paraná
                 Palavras-chave: Assistência Farmacêutica; Medicamentos essenciais; Comitê de Farmácia e Terapêutica
                 Introdução:  Considerada  atividade  fundamental  da  Assistência  Farmacêutica,  a  seleção  é  um  processo  de  escolha  de
                 medicamentos, baseada em critérios epidemiológicos, técnicos e econômicos, que irá direcionar os processos de aquisição,
                 produção e desenvolvimento de políticas farmacêuticas. Para a realização da seleção, a Organização Mundial da Saúde preconiza
                 o estabelecimento de comissões multiprofissionais nos serviços de saúde, denominadas Comissões de Farmácia e Terapêutica
                 (CFT), considerando esta instância como imprescindível ao uso racional de medicamentos. Objetivo: Analisar o processo de
                 seleção de medicamentos na rede hospitalar própria do estado do Paraná. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva,
                 de abordagem quali e quantitativa. Os dados foram coletados entre fevereiro e abril de 2017, por meio de questionário eletrônico
                 enviado aos farmacêuticos responsáveis pelo serviço de farmácia dos 14 hospitais da rede própria do estado atendidos pelo Centro
                 de Medicamentos do Paraná. Resultados: Dos 14 hospitais selecionados, 13 (92,8%) responderam ao questionário. Verificou-se
                 que 92,3% (12) destes possuía relação de medicamentos padronizados, com uma composição mediana de 335 itens, variando de
                 216 a 700 medicamentos. Em 77% (10) dos hospitais existia CFT, sendo esta a instância responsável pela seleção de medicamentos
                 na unidade. Em todos os casos a CFT era composta por, no mínimo, um médico, um farmacêutico e um enfermeiro. Dentre os
                 critérios utilizados para análise das solicitações de inclusão de medicamentos os mais citados foram eficácia, segurança, custo e
                 comodidade posológica. A incorporação de medicamentos sem discussão aprofundada e a falta de assiduidade dos membros
                 nas reuniões foram relatadas como principais dificuldades enfrentadas pelas comissões. Já a integração e comunicação entre os
                 profissionais de diferentes categorias e setores do hospital foi apontada pela maioria das unidades como uma potencialidade. Nos
                 hospitais onde não havia CFT as solicitações de inclusão de medicamentos não eram efetivamente avaliadas e o critério para as
                 padronizações e aquisições limitava-se à autorização da direção geral. Conclusões: Apesar de a maioria dos hospitais possuírem
                 CFT, os dados apontam para o funcionamento precário na maioria dos casos, necessidade de qualificação de recursos humanos
                 e garantia de tempo disponível para exercer as atividades que envolvem a seleção de medicamentos.




                 Aquisição Centralizada de Medicamentos Distribuídos Pelo Sistema único de Saúde,
                 uma Estratégia Eficiente e Econômica
                 Autores: JULIANE LOPES DA ROCHA; Thais Cristhine Reus; Carlos Roberto Kalckmann Setti; Julio Cezar Woehl. Instituição: Consórcio
                 Intergestores Paraná Saúde
                 Palavras-chave: medicamento; Assistência Farmacêutica Básica; aquisição centralizada
                 Caracterização do problema: A implantação do Sistema Único de Saúde, em 1990, gerou grande avanço na prestação dos
                 serviços públicos de saúde, sendo necessário estabelecer base legal para garantir o fornecimento de medicamentos, a
                 promoção de seu uso racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais. Fundamentação teórica: Aprovada
                 em 1998 a Política Nacional de Medicamentos e no ano seguinte, a Portaria GM/MS nº 176 estabeleceu o Incentivo à Assistência
                 Farmacêutica Básica, financiado pelas esferas federal, estadual e municipal. Descrição da experiência: A discussão no âmbito
                 do  Estado  do  Paraná,  identificou  que,  ao  efetuar  a  aquisição  isoladamente,  a  maioria  dos  municípios  não  alcançaria  preços
                 competitivos devido à baixa escala de compra. Visando maximizar os recursos financeiros, iniciou-se a implantação de uma
                 estratégia de compra centralizada de medicamentos com pactuação na Comissão Intergestores Bipartite, em que os valores dos
                 municípios, de origens federal e estadual, fossem somados para aquisição conjunta, reduzindo preços e mantendo autonomia
                 de cada participante. Efeitos alcançados: No início, dos 399 municípios do Paraná, 336 aderiram à estratégia, sendo hoje 397.
                 Desde 2003, os municípios também podem utilizar recursos do tesouro municipal, por meio da celebração de convênio, para
                 aquisição dos medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica, pactuados no Elenco Estadual de Referência,
                 nos mesmos moldes dos recursos federal e estadual, garantindo a aplicação do recurso municipal estabelecida pelas portarias
                 vigentes. Constata-se um aumento contínuo do número de municípios conveniados e do valor per capita aplicado, demonstrando
                 receptividade ao convênio. Para exemplificar, os valores entre parênteses mostram, respectivamente, o número de municípios
                 e o valor financeiro anual: 2010 (109 e R$ 4,01 mi), 2013 (192 e R$ 14,4 mi) e 2017 (294 e R$ 39,5 mi). Os dados evidenciam que a
                 modalidade convênio é extremamente vantajosa, ao diminuir a necessidade do município realizar processos licitatórios e otimizar
                 o gerenciamento do recurso, gerando economia, além de dar transparência ao processo na prestação de contas aos órgãos
                 competentes. Destaca-se que a compra centralizada, incluindo o repasse de recursos municipais, contribui com a melhoria do
                 acesso da população aos medicamentos da atenção primária. Recomendações: Recomenda-se que a estratégia seja melhor
                 divulgada para benefício dos demais municípios do Estado.



                                                                                                              17
   12   13   14   15   16   17   18   19   20   21   22