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EIXO: ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE  EIXO: ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE



                 A Experiência da Implantação das Equipes Médicas no Nasf na Prefeitura Municipal
                 de Curitiba

                 Autores: MARTA ABATEPAULO DE FARIA. Instituição: Prefeitura Municipal de Curitba

                 Palavras-chave: NASF; matriciamento
                 Este artigo discute a implantação das equipes médicas no NASF na Prefeitura Municipal de Curitiba e busca refletir sobre o processo
                 de trabalho e os desafios junto às equipes ESF. O referencial teórico para tal reflexão está baseado nas diretrizes do Ministério da
                 Saúde e nos relatos de experiências de implantação do NASF em outros serviços. O desconhecimento do papel do profissional do
                 NASF e a resistência das equipes foram os principais obstáculos no início. O impacto da entrada desses profissionais nas equipes não
                 foi calculado. A comunicação e a gestão compartilhada, importantes para o adequado funcionamento do NASF, foram construídas
                 diretamente com as equipes e são reavaliados constantemente. Capacitações e discussões de casos promovem aproximação com
                 as equipes, permitindo adaptar o trabalho ao perfil de cada unidade e diagnosticar as dificuldades, apesar da grande demanda
                 de atendimentos impedir que o NASF exerça suas funções plenamente. É difícil abandonar o atendimento pautado no modelo
                 biomédico verticalizado e abraçar as relações horizontalizadas do apoio matricial. A consulta compartilhada é um instrumento de
                 matriciamento utilizado pelo NASF que envolve o desenvolvimento de uma comunicação adequada com o profissional que solicita o
                 apoio e com o paciente, além de proporcionar o seguimento dos casos. Discutir os casos com toda a equipe da área seria o ideal, mas
                 isso ainda não é possível, sendo a agenda sobrecarregada o maior motivo. É importante melhorar a escuta e corrigir os fluxos para
                 tornar o trabalho mais efetivo. Outro desafio é articular as equipes na atenção básica, o NASF e a atenção especializada. Mesmo com
                 os processos de trabalho organizados através de protocolos, não conseguimos garantir acesso a todos os fluxos de atendimento,
                 já que os serviços hospitalares deixam de prestar atendimento ou oferecer exames devido a problemas logísticos, financeiros ou
                 de recursos humanos, o que fragmenta a rede de atenção e compromete a integralidade do cuidado. A falta do preenchimento
                 adequado de prontuários e encaminhamentos ainda é um problema que precisa ser trabalhado. Reuniões regulares melhorariam
                 nossa comunicação com as equipes pois permitiriam que condutas e fluxos fossem pactuados. Hoje as equipes percebem que a
                 presença do NASF aumenta a capacidade de cuidado e a resolução de problemas, evitando encaminhamentos desnecessários, mas
                 ainda há muito que pode ser melhorado.



                 A Fitoterapia como Recurso Terapêutico na Atenção Primária

                 Autores: MAIARA TAUANA SOUZA NIEVOLA; Romualdo Jose Rodrigues Cordel; Janieli Talita Bueno Koskur. Instituição: Secretaria
                 Municipal de Saúde-Telêmaco Borba
                 Palavras-chave: Fitoterapia; Atenção primária, Plantas Medicinais

                 O uso de plantas medicinais faz parte da cultura popular para tratamentos de saúde. Com a criação da política nacional de práticas
                 integrativas/ complementares, pelo ministério da saúde (MS), institucionalizou-se a fitoterapia dentre as práticas complementares
                 (BRASIL, 2006). A fitoterapia vem sendo consolidada como mais uma opção terapêutica a ser inserida na prática do cuidado, na
                 atenção primária a saúde através da Estratégia Saúde da Família (ESF) juntamente com o Núcleo de Apoio a Saúde da família (NASF).
                 Nesse sentido com o objetivo de aumentar o conhecimento dos agentes comunitários de saúde (ACS) a respeito dos fitoterápicos e
                 conhecer o perfil de consumo de plantas medicinais, foi realizada rodas de conversa abordando a fitoterapia. O trabalho foi realizado
                 pelo NASF de Telêmaco Borba PR, com 5 grupos de ACS (n=54), na academia de saúde e foram abordados os seguintes aspectos:
                 Preparo de fitoterápicos; higiene; preparo adequado de infusão, decocção, emplasto, maceração, tinturas e compressa; Identificação
                 de plantas, cuidados com local de cultivo, secagem e armazenamento. Foram trabalhadas algumas plantas com propriedades
                 ansiolíticas, e também o uso racional de fitoterápicos, principalmente em crianças, gestantes, idosos, e pacientes polimedicados.
                 A metodologia utilizada foi roda de conversa, onde foi discutido o roteiro com os temas acima relacionados com as experiências e
                 práticas dos ACS tanto as experiências individuais quanto com a comunidade. Como fundamentações bibliográficas foram utilizadas
                 os materiais do MS e a Farmacopeia Brasileira. A fim de conhecer o perfil de uso de plantas medicinais dos próprios ACS foi aplicado
                 um questionário antes das reuniões, os resultados encontrados foram: 98% dos agentes afirmaram que já utilizaram alguma planta
                 com fim terapêutico; 51% cultivam alguma planta com propriedades medicinais em sua residência, sendo a hortelã, poejo, erva
                 cidreira, erva doce, e gengibre as plantas mais citadas. A forma mais utilizada de plantas medicinais pelos ACS foi o chá, seguido por
                 infusão, xarope e gargarejo. Os problemas de saúde mais frequentes em que foram utilizadas plantas medicinais foram problemas
                 digestivos, gripe, ansiedade e verminose respectivamente. Com esse trabalho foi possível identificar a grande experiência dos ACS,
                 no uso de plantas medicinais com fins terapêuticos, e também orientar os benefícios e cuidados na fitoterapia, a informação é
                 fundamental para essa prática em saúde na atenção primária.



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